Não olhei no visor para ver quem era, apenas atendi.
-Alô?
- Samy, me encontre daqui meia hora no parque em frente de seu hotel! – A voz de Tom era firme. Não pude dizer mais nada, ele desligou logo depois de me dar a ordem.
Senti certa preocupação tomar conta de mim, a voz de Tom indicava que era algo sério.
Não quis me atrasar, mesmo que fosse daqui meia hora, ir á um parque, me parecia convidativo. Fazia muito tempo que minha vida apenas se passava dentro de hotéis, e ver algo que não fosse apenas camas, lençóis e travesseiros seria bom.
Meu cabelo ainda estava molhado pelo banho e isso me desconfortava. O prendi em um rabo de cavalo ao alto da cabeça e coloquei minha franja atrás da orelha.
Sai de meu quarto e enquanto eu trancava a porta senti alguém colocar a mão sobre meu ombro.
- Samy o que ouve? Porque não estava com Bill na festa? – Os olhos de Nanda eram curiosos e preocupados.
- Não ouve nada, apenas passei a noite com ele em seu hotel. – Dei de ombros.
- Você quer dizer que vocês...
- Sim. – Dei um meio sorriso para ela e ela explodiu de alegria.
- Samy fico tão feliz por vocês! – Nanda pulava enquanto me abraçava.
- É, mas aconteceram algumas coisas... – Abaixei a cabeça.
- Foi a Natalie de novo, não foi?! – Nanda fechou os olhos contendo sua raiva.
- Sempre foi ela. – Respirei fundo – Bom, mas agora tenho que resolver algumas coisas com Tom, depois nos falamos ok?! – Sorri para ela sem graça.
- Ok. Obrigada por tudo Samy. – Nanda sorriu para mim também.
Coloquei a chave de meu quarto no bolso da calça e fui em direção do elevador e entrando no mesmo.
Chegando ao hall de entrada, percebi que já se passavam seis da tarde e o céu já estava em seu tom alaranjado de por do sol. Caminhe até a saída e parei logo na calçada esperando o farol ficar vermelho para eu atravessar e ir até o parque.
Encostei-me em um poste que havia ao meu lado e senti alguém seguram meu braço.
Olhei assustada e logo reconheci a mulher irritante que era a razão principal por tudo de ruim que estava acontecendo.
- O que você quer? Já não basta ter arruinado tudo, você quer me perturbar ainda mais? – Gritei com Natalie e todos que passavam pela rua nos olharam.
- Acalme-se garotinha, eu só quero conversar com você. – Natalie olhou para os lados encarando as pessoas que nos olhavam.
- Conversar? Você quer conversar? Então converse com minha mão! – Eu estava alterada ao extremo. Descontei toda minha raiva no peso de minha mão que acertou seu rosto em um golpe certeiro e forte.
Natalie caiu ao chão em reação e todos em volta olhavam assustados para mim, mas eu não liguei, eu fiz o que eu desejava á algum tempo.
- E fique sabendo, que essa garotinha aqui se chama Samantha Meyer, minha querida. – Continuei lançando minha fúria para cima dela enquanto ela me olhava com um olhar sarcástico e sua boca sangrando por conta de meu golpe.
Naquele exato momento, eu me senti leve, fazer aquilo me fez bem.
Finalmente o farol ficou vermelho e me dirigi para atravessar a rua, mas Natalie segurou minha perna.
- Ok, já descontou sua raiva, agora me escute! Eu me arrependo de tudo, por favor, me ajude! Eu não tenho para onde ir, eu não tenho nada! – Natalie implorava enquanto chorava agarrada á minha perna. Ela estava se humilhando, e estava me fazendo passar vergonha. Mas por mais que eu a odiasse, eu não suportava ver ninguém naquela situação.
- Natalie, pare com isso! – A puxei pelo braço para ela se levantar mais ela não o fez.
- Samy, por favor! Eu estou desesperada! – Era a primeira vez que eu a via me chamando de Samy, confesso que senti que ela realmente falava a verdade.
- Natalie, olha me espere no hotel que depois eu falo com você! Agora eu preciso encontrar com Tom! – A puxei pelo braço novamente e ela finalmente se levantou assentindo enquanto secava as lagrimas.
Olhei em volta e todos estavam parados assistindo ao espetáculo meu e de Natalie. Fuzilei todos com os olhos e atravessei a rua indo em direção ao parque.
O parque era bonito, apesar de já estar escuro, eu podia ver a vegetação verde por todos os cantos. Havia um lago enorme que brilhava como diamante á luz da lua e uma enorme vegetação negra pela noite que o circulava ao fundo.
Aproximei-me do lago e me debrucei na grade que impedia a passagem para ele, e fiquei ali o observando. Cheguei até mesmo me esquecer de Tom que estava ali em algum lugar me esperando, de tudo que Natalie havia me feito, de minha mãe que estava em algum lugar nesse mundo. Enfim, eu havia se esquecido de todos meus problemas. Apenas uma coisa eu conseguia pensar, em Bill. Apenas vinha coisas boas em minha cabeça, os momentos que eu havia passado com ele.
- Samy? – Uma voz doce cortou a noite em meio de meu momento com o lago.
Olhei para o lado e não conseguia ver nada, tudo estava muito escuro e apenas a luz do luar clareava a noite singelamente. Pisquei várias vezes tentando ver alguma coisa e voltei meu olhar para o lago novamente, esperando alguém me chamar de novo, mas não o fez.
Minha mão estava livre pela grade do lago e eu a balançava no ritmo do vento. Abaixei minha cabeça sobre meus braços apoiados na grade e senti uma mão envolver a minha suavemente.
terça-feira, 26 de janeiro de 2010
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Nanda e sua grande criança interior ushus!
ResponderExcluir--
Natalie não teve menos do que merecia! Hunf!
Samy é super do bem! Espero que ao menos ela esteja falando a verdade.
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Seria o Tom? me pareceu o Bill {nãoseicomomaispareceu}, ou então quem?
Simplesmente emocionante.
Não percam as próxima emoções de: "Para sempra você".
-
Perfect.
E que venha o 50º o/
~Ceh!~