Abaixei minha cabeça procurando não encontrar seus olhos. Seus olhos eram profundos, e ver o que Bill sentia naquele instante, com certeza me faria sentir uma angustia ainda maior, com certeza me mataria depois, se eu sobrevivesse ao agora.
- Samy, eu... não... por favor! – A voz de Bill era baixa e tremula, como de alguém chorando. Ele não podia estar chorando. Eu não ia olhar em seus olhos, eu não iria agüentar.
- Bill, eu apenas quero a minha mala. – Persisti sem olhar-lo.
Eu não sabia o que pensar naquele instante, eu queria ir embora, eu queria esquecer. Mas algo dentro de mim sabia que não era culpa dele, foi a Natalie que o beijou, ele não queria aquilo. Mas, pela primeira vez eu estava deixando minha razão tomar conta de tudo. Ele podia ter a afastado, mas não o fez. Eu realmente não sabia no que acreditar. Eu o amava demais, ele era a minha vida, mas eu não queria ser uma garota tola que engoliria tudo e fizesse de conta que não havia acontecido nada.
As lagrimas escorriam pelo meu rosto sem eu notar-las. Eu sentia muita raiva, muito ódio de Natalie. Eu queria mais era que ela morresse.
Senti as mãos de Bill roçarem meu rosto de leve. Suas mãos estavam frias, mas mesmo assim não deixavam de ser macias.
Permaneci com a cabeça baixa, mas Bill segurou meu rosto entre suas mãos e encontrar seus olhos foi inevitável.
- Samy, por favor, não faça isso. – Bill implorava com os olhos brilhando, mergulhados em lagrimas que desciam pelo seu rosto de feições doces. Era o maior pecado ver-lo assim, eu sentia que tudo era culpa minha, eu jamais queria ver Bill derramando uma lagrima que fosse. Eu me sentia um monstro, mas não era certo me sentir assim.
- Bill eu.... não! Não insista, por favor. – Me assustei comigo mesma, eu realmente estava sendo forte naquele momento, resistir ao pedido dele era impossível para mim, mas dizer não mostrou que nada é impossível, por mais que parecesse.
Bill não hesitou, apenas deu passagem para eu entrar. Sua face estava com expressões perturbadas, olhar para ele me fazia querer morrer.
Entrei rápido e peguei uma roupa qualquer em minha mala e as vesti tirando o roupão e o jogando sobre a cama. Apressei-me em pegar minha mala e ir em direção á porta. Bill permanecia imóvel no mesmo local.
- Você sabe que foi a Natalie. Você sabe que eu te amo. – A voz de Bill era baixa.
- Você também sabe que eu te amo. – Não me obriguei á dizer mais nada. Se eu ficasse mais um segundo olhando para ele, minha fraqueza iria tomar conta de mim. Eu tinha que aproveitar enquanto eu me sentia forte o bastante para pode sair daquele hotel.
Virei-me e caminhei até o elevador evitando olhar para trás. Eu estava sendo cruel comigo mesma.
Entrei no elevador e logo eu estava no hall de entrada e fui logo em direção á saída entrando no primeiro taxi que aparecia em minha frente.
Não demorou muito em meio de meu silencio monótono e logo eu estava em meu hotel.
Quando cheguei ao meu andar, pensei em ir falar com Nanda, mas eu não estava com forças para isso. Eu precisava tomar um banho e ficar sozinha.
Entrei em meu quarto e logo coloquei a mala sobre a cama e levei a mão automaticamente em meu colar. Eu já sentia a falta dele, mas eu precisava de um ou dois dias para me acalmar.
Tirei minhas roupas e caminhei até o banheiro, ligando o chuveiro e entrando em baixo dele deixando a água quente cair sobre meu corpo.
Senti minhas costas arderem conforme a água caia sobre ela.
Quando acabei o banho, olhei-me no espelho de corpo inteiro que havia atrás da porta do banheiro, e localizei aranhões longos e avermelhados nas minhas costas. Os acompanhei com a ponta dos dedos e eles arderam em reação.
Eu não conseguia me lembrar da dor desses arranhões na noite passada, eu só me lembrava que adorava quando Bill me apertava com suas unhas.
Senti uma enorme alegria voltar á mim ao lembrar-se da noite que eu passara com Bill.
Comecei a me arrepender de ter saído do hotel dele. Ele realmente não queria uma garota por uma noite, e o que ele teve comigo, foi por amor mesmo, e Natalie nunca, jamais passará por isso. Ela havia o beijado, mas ele não queria aquilo, eu realmente fui cruel não só comigo, mas com ele também. Eu podia simplesmente ter a arrancado de cima de Bill pelos cabelos e a arrastado pelo chão áspero, assim como eu queria fazer quando logo á vi entrar no quarto.
Vesti uma blusa preta e uma calça jeans e arrumei meu cabelo.
Sentei-me na cama em prantos. Eu estava mal comigo mesma, com tudo que havia ocorrido, com tudo que eu havia feito e deixado de fazer. Deitei-me na cama tentando limpar minha mente e não pensar em nada, deixar tudo no escuro, esquecer de tudo por um momento. Mas fui interrompida com o toque de meu celular.
sábado, 23 de janeiro de 2010
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Ai!
ResponderExcluirDeu um aperto no coração ao ler esse cap. Me deixou aos prantos.
Natalie do Mal! Hunf!
Quem será ao telefone? O Bill? A Nanda? Ou quem sabe até mami dela? ou seja lá quem for nosfa!- Irá matar o leitor de asiedadeuhsushus-
Ficou simplesmente, indiscutivelmente, unicamente perfeito, comovente e ... nossa!
-49º o/-
~Ceh!~