sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

HAPPY NEW YEAR!



E mais um ano que se vai, e mais um ano que passo com todos vocês.
Eu lembro exatamente o que desejei para todos no dia 31/12/2009, desejei que os sonhos viessem ao alcance de todos vocês, e principalmente o nosso sonho, aquele de trazer Tokio Hotel ao Brasil.
Pois é, meu desejo foi realizado, 2010 foi o ano em que nós fãs de Tokio Hotel conseguimos realizar nosso maior sonho pelo qual lutamos incessáveis anos... trazer-los ao Brasil.
Mas o sonho não acabou á partir do momento em que o show de Tokio Hotel chegou ao fim... ele apenas começou. Essa foi a primeira vez da banda em nosso país, a primeira de muitas que ainda aconteceram, e para aqueles que não tiveram a oportunidade de estar presente alí no dia 23 de novembro de 2010, ainda teram mais oportunidade de viver esse sonho pela primeira vez.
Eu agradeço mais uma vez, mais um ano, por acompanharem o blog sempre, por me recompensarem por cada linha escrita, por todo amor que coloco em cada palavra, pela minha dedicação em cada detalhe desse blog. Vocês fazem isso tudo valer á pena.
Desejo á todos vocês um novo ano cheio de realizações e muita felicidade, e é claro, que possamos vivenciar mais uma vez esse sonho de estar perto de Bill, Tom, Georg e Gustav, e para aqueles que não puderam estar presente na primeira vez, desejo do fundo de meu coração que possam realizar esse sonho e então permanecer nele até o fim.
Apenas peço á todos vocês uma única coisa... nunca deixem de acreditar em seus sonhos, porque todo sonho um dia pode se tornar realidade.
Feliz 2011 para todos!
Obrigada por tudo.
Thá K.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Merry Christmas!

Galera, eu gostaria de desejar do fundo do meu coração um Natal muito mágico á todos vocês e muita, muita alegria.
Pois é, aqui estou eu passando mais um Natal maravilhoso com vocês e com essa fanfic que tem um significado enorme para mim.
Eu só tenho á agradecer por vocês estarem sempre aqui lendo e comentando, pois acreditem, o melhor presente de Natal para mim são vocês!
Obrigada por tudo, e ...

FELIZ NATAL!
Thá K.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Para sempre você - cap. 95

Levantei de seu peito e o olhei esperando sua reação.
- É uma menina? – Bill olhou para mim com os olhos brilhando.
Apenas afirmei com a cabeça e ele abriu um sorriso tão lindo que chegava a comover qualquer um juntamente com seus olhos brilhando de felicidade.
- É uma menina! Ouviram? – Bill falou em um tom alto de voz e ameaçou levantar-se, mas a aeromoça fez um gesto de reprovação que o fez continuar sentado.
Os seguranças olharam para ele com um meio sorriso e mais atrás Evy mostrava-se eufórica com a reação dele.
- Bill, por favor. – Falei rindo.
- O que? É uma menina Samy! – Bill bateu pequenas palmas.
- Eu sei que é. – Continuei rindo.
- A nossa filha! – Bill esbanjava sorrisos largos e me beijou demoradamente.
- Com licença. Poderiam sentar-se direito no banco com seus devidos cintos?! Obrigada. – Uma aeromoça nos interrompeu.
- Claro. – Sorri para Bill que sorria envergonhado também e sentei-me direito em meu banco.
- Estou empolgado para que todos saibam que serei pai de uma menina... sabe, quando eu digo todos, eu digo todos mesmo. – Bill sorria ainda, agora somente segurando minha mão direita.
- Você sabe que isso causará certo impacto em sua carreira, não sabe?! – Adverti.
- Claro, por isso que iremos nos casar antes. – Bill finalizou enquanto alisava minha mão.
Não pude evitar abrir um sorriso naquele momento. Ainda não havia caído a ficha de que o significado daquele anel em meu dedo era verdadeiro e que a idéia ainda estava amadurecida para ele.
O avião finalmente decolou e então eu pude deitar em seu peito novamente. Era tão aconchegante, eu sentia tanta falta disso, e seus dedos caminhando pelos meus cabelos, sua respiração lenta e seu queixo cuidadosamente pousado sobre minha cabeça.
Adormeci ali, agora segura junto dele, para sempre. Pelo menos era o que eu desejava.
Acordei com a voz de Bill e de uma mulher. Ambos conversavam algo.
Abri um pouco meus olhos discretamente.
- Não obrigado. – Bill disse para a aeromoça ruiva com feições bonitas.
- Tem certeza? Venha comigo. – A ruiva se insinuava.
- Mas porque diabos você acha que eu iria me levantar daqui e ir com você até a cozinha? – Bill disse irritado.
- Não vai se arrepender. – Ela continuava á se insinuar.
- Já estou me arrependendo de estar no mesmo avião que você. – Bill pousou a cabeça sobre sua mão apoiada no braço do banco.
- Não se faça de difícil. – A aeromoça se aproximou mais.
Eu não pude agüentar mais um segundo daquilo fazendo de conta que ainda dormia.
- Deixa de ser idiota garota! Não vê que ele está com a noiva dele? Tenho nojo de prostitutas como você. – Me sentei em meu banco e falei alto e claro em português para ela.
A ruiva apenas mostrou-se surpresa e se afastou. Ela não iria começar uma briga comigo, pois seu trabalho estaria em risco, apesar de ter-lo ariscado já o bastante tentando conseguir algo com Bill.
- Não irei perguntar o que você disse para ela. – Bill riu.
- Eu apenas disse o que você deveria ter dito. – Respondi enquanto olhava pela janela.
- Não precisava dizer, estava mais do que na cara. – Bill continuou.
- Ok. – Falei por fim.
- Você ficou com raiva de mim? Pare de ser boba. – Bill me puxou pelo braço para seu peito novamente.
- Não estou com raiva de você. – Respondi enquanto brincava com os diversos colares pendurados em seu pescoço.
E então as horas se passaram. Bill dormia profundamente ao meu lado, mas eu não consegui mais dormir, agora eu era um cão de guarda, meus olhos percorriam o corredor do avião sem descansar por nenhum segundo.
Logo estávamos em terras alemãs, e o avião pousou finalmente depois de longas horas de vôo.
- Tom, Georg e Gustav viram nos buscar? – Perguntei á Bill enquanto descíamos do avião.
- Não. Na Alemanha não podemos nem se quer sair de casa, quanto mais ficar passeando por um aeroporto. É mais seguro eles nos esperar em casa. – Bill respondeu enquanto entrelaçava os dedos da mão livre nos meus.
Não entramos no aeroporto, demos a volta por fora e saímos pela área vip, onde um carro preto já nos esperava com cinco seguranças em sua volta.
Confesso que às vezes me assustava tudo isso.
Logo estávamos no enorme palácio. Eu estava de volta ao grande lar de meus sonhos, ainda era inacreditável.
Os cães de Bill e Tom nos aguardavam na porta e assim que viram Bill, correram ao seu encontro o recebendo com lambidas e pulos de alegria, e logo depois vieram ao meu encontro me receber da mesma forma.
Bill abriu a porta e um pedaço de pizza bateu em seu rosto.
- Tom! – Bill gritou irritado.
Tom jogava pizza em Georg e no mesmo instante ele parou e olhou incrédulo para Bill.
- Eles voltaram! – Gustav veio correndo do andar de cima com uma bandeja de pizza e começou a tacar em Bill.
Bill jogou a mala no sofá e correu atrás de Gustav pela casa com um pedaço de pizza que havia pegado no chão.
Eu entrei lentamente com minha mala cobrindo o rosto e Georg começou a rir alto.
- Samy, seja bem vinda de volta! – Tom fez uma expressão engraçada e ele e Georg vieram ao meu encontro rindo como duas crianças.
Os dois ameaçaram me abraçar mas não o fizeram, pois estavam sujos de molho de pizza.
- Não vamos te sujar, você é a única mulher da casa hoje, vai ganhar um crédito... só por hoje. – Tom brincou enquanto lambuzava a cara de Georg com as mãos lotadas de molho.
- Vocês não vão? Ok. Isso me dá certa vantagem. – Peguei um pedaço de pizza e joguei em Tom.
- Perdeu seus créditos, mocinha! – Tom e Georg pegaram outra bandeja de pizza e correram em minha direção.
Corri para o andar de cima e Bill vinha correndo do fundo do corredor em minha direção.
- Entre no quarto! – Bill gritou enquanto ria sem fôlego.
Gustav arremessou a bandeja de pizza mas eu não fui rápida o bastante e acertou em mim em vez de Bill.
- Gustav Schäfer! – Bill gritou com Gustav e começou a rir fazendo eco pelo corredor.
Peguei a bandeja e arremessei em Gustav de volta, mas como minha pontaria nunca foi muito boa, acabou acertando em Bill.
- Samantha, agora você está ferrada. – Bill veio rindo em minha direção e eu entrei no quarto gritando.
- Tenha piedade, sou só uma garotinha estrábica que não tem uma pontaria boa. – Subi em cima da cama e Bill me cercou.
- Não terei piedade! Vou te torturar pelo o que fez. – Bill ria e tentava me pegar.
Tentei correr para a porta mas ele me pegou pelo braço e a fechou me imprensando entre ele e a porta fechada.
Sua mão escorregou até o trinco da porta, e ele a trancou com duas voltas na chave e a escondeu em seu bolso da calça.
- Agora você não irá escapar de minha tortura. – Bill agora sussurrava com os lábios muito próximos dos meus.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Para sempre você - cap. 94

- Samy? Hey, Samantha! – Uma voz doce cortava minha mente, me acordando aos poucos. Eu sentia que sonhava ainda, mesmo não havendo sonho algum. – Samy, acorde! – A voz doce continuava, eu não estava sonhando.
Abri meus olhos e as luzes me cegaram por um momento. Alguém estava agachado á minha frente, isso eu pude ver antes de fechar os olhos novamente por conta das luzes fortes do aeroporto.
- Samy, sua maluca! – A voz doce estava alegre. Tentei abrir os olhos novamente mas meus olhos doíam. - Hallo Samy, dein Engel ist hier. – A voz continuou seguindo de uma risada deliciosa.
- Mein Engel? – Perguntei forçando meus olhos a ficarem abertos.
Bill estava agachado a minha frente com um sorriso estonteante. Parecia sonho, literalmente. Eu nunca pensei que poderia olhar aquele rosto tão de perto novamente, ou ouvir-lo dizer meu nome com tanta clareza mergulhado em seu sorriso tão penetrante e sincero. Senti meus olhos mergulharem em lagrimas.
Ele sentou-se em minha frente e me puxou para seus braços colando seus doces lábios nos meus e me envolvendo em um abraço apertado de uma saudade infinita.
- Bill, todos estão olhando. – Uma voz feminina nos interrompeu.
Bill olhou para a mulher loira em pé ao nosso lado. Eu jamais havia visto ela em minha vida.
- Ok, hora de comprar as passagens para a Alemanha. – Bill sorriu sem graça olhando rapidamente o rosto de todos que nos olhavam.
Ele se levantou e me ajudou a me levantar também, e logo me envolveu com seu braço, me puxando para seu peito.
Eu sentia tantas saudades de tudo nele, seu jeito, seu cheiro, suas mãos, seu toque, seu calor, seus lábios, sua voz, seu sorriso... tudo. Eu nunca iria imaginar que depois de tudo eu voltaria a estar com ele novamente.
Andamos pelo aeroporto até a central de vendas de passagens aéreas. Bill estava acompanhado de três seguranças e aquela mulher loira que eu realmente não sabia quem era e muito menos o porquê dela estar lá.
A mulher ofereceu-se para enfrentar a fila e comprar as passagens. Bill e eu então nos sentamos nas cadeiras de espera, os seguranças ficaram um pouco mais longe procurando dar privacidade.
- E então... voltamos ao zero. Estamos no Brasil, e no aeroporto... – Bill brincou enquanto eu deitava em seu peito e ele me abraçava com um dos braços.
- Eu amo esse aeroporto por isso. – Falei e ele riu. – Quem é ela? – Apontei para a mulher loira que estava na fila para comprar nossas passagens.
- Evyonne Muhuri, ela é nossa manager de produções de shows, e minha mais nova maquiadora. – Bill olhou para mim com um meio sorriso.
- Gostei da parte de ser sua nova maquiadora. – Sorri sarcasticamente. – Mas infelizmente eu não sei dizer o nome dela.
Bill riu um pouco alto e algumas pessoas olharam para nós.
- A chame somente de Evy e tudo estará resolvido. – Bill disse por fim.
Evy não era alguém ao que se preocupar. Ela parecia ser alguém de bom caráter, amiga e leal, á final, ela estava na equipe de managers de produção da banda desde o começo de tudo e nunca havia feito nada de errado. Depois de ter a analisado bem seus rosto maternal de trinta anos, eu pude lembrar-me de ter a visto algumas vezes brincando com Georg no hotel, como mãe e filho. Realmente dessa vez parecia que não teria com o que se preocupar.
- Ela parece ser legal. – Comentei depois de analisar-la.
- Sim, ela é. Ela as vezes lembra minha mãe, só que bem mais baixinha. – Bill riu novamente.
Evy veio em nossa direção com as passagens em mãos.
- Preparados para voltar para a Alemanha? – Ela balançou as passagens como um leque.
Bill sorriu e levantou-se rapidamente me carregando junto.
Direcionamos-nos até a sala de embarque para esperar nosso vôo que chegaria dentro de meia hora e Bill resolveu ir até a lanchonete para comprar alguns lanches naturais para nós dois.
- Como anda o bebê? – Evy cortou o silencio entre nós duas enquanto se sentava ao meu lado.
- Ela está ótima. – Respondi com um sorriso.
- Ela? – Evy arregalou os olhos com um sorriso.
- Sim, é uma menina. – Levei a mão automaticamente em minha barriga ainda muito pouco visível.
- O Bill não sabe disso ainda?! – Evy olhou em direção de Bill que estava do outro lado da sala de embarque em uma lanchonete.
- Não. – Respondi olhando na mesma direção que a dela.
- Ele vai adorar! Uma semana atrás ele havia sonhado que seria pai de uma menina. Ele me contou o sonho com tanta empolgação que quase que eu pude me convencer que ele realmente sabia que seria uma. – Evy sorriu para mim novamente.
- Faz uma semana que descobri que era uma menina. – Falei assustada e Evy riu de empolgação.
- Isso só mostra o quanto vocês estão ligados, mesmo de tão longe. – Ela piscou para mim. – Já escolheu o nome? – Ela continuou.
- Não, eu gostaria que Bill escolhesse. – Sorri para o nada.
Evy apenas sorriu novamente. Ela realmente parecia ser uma boa pessoa.
Bill vinha em nossa direção com uma bandeja com dois lanches e dois copos de suco.
- Demorei? – Bill olhou para Evy que automaticamente levantou-se e deixou que Bill sentasse ao meu lado.
- Não. Estávamos conversando enquanto você estava lá. – Evy respondeu.
- Espero que você não roube a Samy de mim. – Bill brincou enquanto me entregava o lanche recheado de legumes e maionese e um copo grande de suco de laranja.
- Pode ficar tranqüilo, ela é sua. – Evy riu e caminhou até os seguranças.
Eu já havia adotado a dieta de Bill á muito tempo. O habito de comer alimentos saudáveis e naturais agora pertencia á mim também, tanto que Nanda brigava comigo diariamente por não ingerir nenhum tipo de carne e costumava a dizer que minha filha iria nascer raquítica.
As horas passaram-se rápido e logo estávamos dentro do avião nos preparando para o vôo.
- Você está se sentindo bem? – Bill me perguntou preocupado.
- Perfeitamente. Ela não me dá muitos problemas. – Falei sem pensar.
- Ela, quem? – Bill olhou para mim sem entender.
Eu queria fazer surpresa, não iria dizer naquela hora, mesmo estando ansiosa para ver sua reação.
- Ninguém. – Respondi e olhei fixo pela janela.
Bill uniu as sobrancelhas e me puxou para que eu deitasse em seu peito.
- Ela, quem? Samantha... – Bill perguntou de novo depois de alguns minutos, agora com uma pontada de ansiedade. Ele já estava desconfiado.
Hesitei em dizer enquanto brincava com os anéis em seus dedos da mão.
- Samantha? – Bill insistiu.
- A nossa filha! – Falei por fim.

sábado, 4 de dezembro de 2010

Para sempre você - cap. 93

Não poderia ser ele, esse celular era novo, ele não tinha meu numero, apenas do antigo... aquele no qual eu joguei na janela do avião para que ele me olhasse.
- Bill? – Esperei a resposta sentindo meu coração acelerar mais á cada segundo.
- Repita meu nome mais uma vez, por favor. – A voz dele ficou rouca e baixa.
- Bill! – Meus olhos voltaram a mergulhar em lagrimas trazendo consigo os soluços novamente.
- Você não tem idéia do quanto senti falta disso. – A voz dele continuava rouca e baixa, aquilo fazia meu coração doer, eu sabia que ele também estava chorando.
- Perdoe-me, Bill! Por favor, me perdoe?! – Eu implorava ao celular. O cobrador ameaçou levantar-se para ver se eu estava bem, mas se intimidou com o idioma que eu estava falando ao celular e desistiu.
- Eu nunca tive magoas de você, não precisa pedir perdão. Eu sei o porquê que você disse tudo aquilo... pelo menos eu deduzi, e espero não estar errado. Apenas me diga se estava falando sério ou não, é o que eu preciso saber para concluir tudo. – Bill continuava com a voz rouca, mas um pouco mais alta.
- Era tudo mentira. Eu apenas não queria que você me colocasse em primeiro de tudo. Sua carreira é o seu sonho, eu nunca iria sentir-me bem sabendo que você estaria abrindo mão de tudo apenas para me proteger, isso é injusto. Eu disse aquilo apenas para você ir nessa turnê e me deixar voltar ao Brasil apenas por esse tempo. – Minha voz falhava mas consegui explicar para ele tudo aquilo que me sufocava desde aquele dia.
Bill ficou em silencio por alguns minutos e comecei a me desesperar.
- Você se preocupa demais comigo. – Bill finalmente falou, mas agora sua voz não estava mais rouca, o que me aliviou um pouco.
- E você também se preocupa demais comigo, só que acaba se esquecendo de si mesmo. – Falei enquanto desviava os olhos do cobrador que não tirava os olhos de mim por nenhum segundo.
Bill riu de alivio. Sua risada me fazia tanta falta que pude me sentir quase completa naquele instante. Era um som tão doce quanto sua voz.
- Eu irei te buscar amanhã. – Bill falou com a voz firme.
- Amanhã? Como? – Perguntei sem saber o que fazer.
- Eu te amo. – Bill não respondeu minha pergunta e desligou o telefone.
Amanhã ele viria me buscar, mas como eu o encontraria se eu não tinha o seu numero de celular sendo que ele trocava sempre quando ia para um país diferente?
Era um tiro no escuro, eu realmente não tinha nenhuma informação, apenas a que ele viria amanhã.
O cobrador tomou coragem e se aproximou de mim.
- Desculpa me intrometer, mas, você é Brasileira? – O cobrador me olhava com curiosidade.
- Sou sim. – Respondi enquanto tentava ver o numero de Bill nas chamadas de meu celular.
- Então você tem algum amigo americano? – Ele perguntou novamente.
- Era meu noivo. Ele é alemão, mas nos comunicamos em inglês. – Mostrei meu anel para ele e ele sorriu.
- Bill Kaulitz? – Ele continuou sorrindo para mim.
- Sim, você o conhece? – O olhei surpresa.
- Minha filha é fã da banda dele. Eu vi algumas fotos de vocês juntos na TV. Eu sabia que te conhecia de algum lugar, mas depois que ouvi você dizendo o nome dele, eu logo me lembrei quem é você. – Ele cruzou os braços.
- Que legal. – Olhei novamente para o celular. O cobrador me interrompeu novamente e pediu uma foto comigo e eu não pude negar. Era estranho, eu não era famosa nem nada, para mim era novo as pessoas me pararem para tirar fotos apenas por eu ser noiva do vocalista de uma banda, eu não merecia toda essa atenção.
Logo depois, consegui achar o numero de Bill e retornei a ligação, mas ninguém atendeu. Era provável que ele havia ligado de seu quarto ou de algum local onde nesse momento com certeza ninguém mais saberia dele.
Retornei com ônibus até minha casa para arrumar minha mala. Eu não tinha muitas coisas para levar, tudo havia ficado na Alemanha, absolutamente tudo.
A única forma de encontrar com Bill era ficar no aeroporto até sua chegada, e era o que eu iria fazer.
Escrevi uma carta para Fernanda, explicando tudo que havia acontecido e a deixei sobre a mesa. Peguei minha pequena mala e entrei no taxi mais próximo de onde eu estava.
Aquele aeroporto me causava certa ansiedade e lembranças eternizadas em minha alma. Era onde eu havia conhecido Bill, onde a primeira linha da minha história havia sido escrita, onde eu havia encontrado meu destino definitivamente. Eu podia ver as imagens em minha mente exatamente como havia acontecido.
Eu lembro que corria sem prestar atenção para onde ia, para pegar o primeiro taxi que apareceria na minha frente, e então já me via nos braços de Bill para que eu não caísse ao chão depois de ter trombado com ele.
Eu me lembro de ficar em choque ao analisar seu rosto perfeito. - Está tudo bem com você? – Foi a primeira coisa que Bill me disse quando nos conhecemos. Incrível como ele conseguiu se preocupar comigo desde o primeiro segundo. Ele sempre foi meu anjo. Meu anjo, sim, era isso que ele era.
Tudo ainda estava tão claro e nítido em minha memória, e eu apenas desejava que continuasse para sempre esse momento gravado em mim.
Chegando ao desembarque de vôos internacionais, sentei-me ao chão perto da porta e peguei um papel em minha bolsa, onde eu escrevi “Bill Kaulitz, my angel” e fiquei o segurando voltado para a porta de desembarque por longas horas.
As horas iam se passando, e ainda eram seis da tarde. Eu sabia que ele chegaria no dia seguinte, mas eu teimava em segurar o papel como se minha vida dependesse disso.
Estava ficando tarde, eu estava ciente que viraria a noite lá aguardando, mas eu não me importava, eu havia ficado um mês e meio sem ele, passar a noite em claro para rever-lo não seria problema algum para mim.
O aeroporto começou a ficar vazio, havia apenas eu e algumas pessoas sentadas nas cadeiras um pouco ao longe, mas eu não iria sair da onde estava.
O sono estava começando a querer me dominar, estava difícil de agüentar. Ele apenas chegaria no dia seguinte mesmo, não iria fazer mal eu dormir apenas por algumas horas. E foi o que eu fiz. Encostei-me na parede sem largar o papel, e deixei o sono tomar conta de mim aos poucos.

sábado, 27 de novembro de 2010

Para sempre você - cap. 92

Não havia absolutamente nada que eu podia fazer agora, apenas voltar ao Brasil e dar tempo ao tempo, por mais que isso causasse certo medo dentro de mim.
Sai do aeroporto aos prantos, desejando poder voltar no tempo, ou até mesmo deixado que Mike me levasse, seria um bom castigo para mim.
Nanda estava na porta do aeroporto com as mãos tremulas pousada sobre seu rosto retorcido em uma expressão de preocupação.
- Nunca mais faça isso! Eu pensei que nós tínhamos te perdido no tiroteio que teve na avenida. – Nanda falava soluçando.
- Deveriam mesmo. – Respondi passando reto por ela.
- Aonde você vai? Daqui uma hora pegaremos vôo. Pare de drama! – Nanda me repreendeu.
Ela não sabia o que havia acontecido realmente, ela não fazia a mínima idéia do quanto me doía tudo aquilo.
- Para onde mais eu poderia ir? – Parei e me sentei na calçada enquanto me afogava em lagrimas.
- Você fez isso pelo bem de vocês dois, não foi?! Não foi errado. Pare de se culpar, ele te ama, ele vai te perdoar. – Nanda colocou a mão sobre meu ombro tentando me consolar, mas era em vão. Eu não podia enganar o medo que sentia dentro de mim. Eu não era a privilegiada da história, se Bill quisesse uma nova namorada, noiva, esposa, o que fosse, ele apenas estalaria os dedos e apareceria a garota mais bela do mundo em sua frente, e eu havia tido uma única chance de poder viver e morrer ao lado de quem eu mais amava no mundo, mas minhas chances sempre foram delicadas, e eu estraguei tudo. Por mais que Bill me amasse, quem poderia me garantir que ele voltaria para mim agora? Ninguém.
Rendi-me aos pedidos de Nanda e entramos no aeroporto para comermos algo antes de seguir viajem. Eu não consegui pronunciar uma palavra que fosse, eu não sentia fome mas Nanda me obrigou á engolir a comida, e a imagem de Bill na janela do avião me assombrava.
Passaram-se uma hora e embarcamos no avião para o Brasil. Doía-me ver a Alemanha ficando para trás, todo o meu sonho abandonado, minha nova família, meu novo lar, tudo ficava distante agora... muito distante.

(...)

- Samy, você vai se atrasar para a aula! – Nanda gritava meu nome pela casa.
Acordei assustada e olhei no relógio. Faltavam dez para ás sete da manhã, eu estava atrasada.
Levantei ás pressas para me arrumar. Prendi meu cabelo e coloquei a mala no ombro esquerdo e fui em direção da cômoda quando me deparei com o colar.
Já havia se passado um mês e meio, e nunca mais havia ouvido falar sobre Bill. Ele nunca havia me ligado, nem mesmo mandado uma carta. Eu não tinha mais esperanças, pensar em Bill agora era algo delicado para mim, eu era obrigada a aceitar essa nossa distancia, pois tudo havia sido culpa minha. Eu apenas procurava não pensar, aquilo causava uma dor infinita dentro de mim, algo incurável, insuportável, uma saudade tão profunda de cada detalhe que chegava á me anestesiar só de lembrar algum toque dele. Meu único motivo de seguir em frente hoje seria minha filha crescendo dentro de mim. Sim, era uma menina, saudável e provavelmente linda. Nanda havia ido ao médico comigo começar meu pré-natal, e confesso que não existia algo mais emocionante que escutar o coração de minha filha batendo forte e alto na aparelhagem. Eu queria tanto que Bill estivesse lá naquele momento.
Voltei meus olhos para minha mão, o anel ainda estava intacto em meu dedo. Durante todo esse tempo eu sempre procurei não olhar-lo, mas também não o tirava de meu dedo para absolutamente nada. Será que Bill pensava em mim ainda?
- Samy! – Nanda gritou novamente.
Peguei o colar e o coloquei no pescoço, depois de um mês e meio com a falta dele em meu pescoço, e corri para fora da casa.
- É sua ultima semana no supletivo e você ainda chega atrasada! – Nanda me bronqueava.
- Por isso mesmo, a boa aluna também tem que ter seus dias de má aluna. – Brinquei.
O ônibus não demorou á chegar. Nanda havia conseguido recuperar seu trabalho de antes e eu estava terminando o supletivo e trabalhando á noite como secretária. Conseguíamos uma renda de um salário mínimo, mas estávamos felizes com nossos salários. Nanda trabalhava um ponto antes de minha escola, por isso íamos todos os dias juntas. Sentamos no banco do fundo do ônibus e Nanda me passou um papel dobrado.
- O que é isso? – Perguntei com ironia, e ela deu um leve sorriso no canto dos lábios.
- Abra. – Nanda repreendeu um sorriso largo.
Abri e havia vários números anotados.
- Que números são esses? – Perguntei sem entender.
- Tom me ligou ontem. Esse é numero do telefone do quarto de Bill. – Nanda abriu o sorriso antes repreendido.
- Porque eu ligaria? – Amassei o papel e o joguei no chão do ônibus.
Nanda me olhou com as sobrancelhas unidas e se levantou para descer em seu ponto.
- Você deveria deixar de ser tão burra e perceber que Bill não te ligou até hoje porque você destruiu seu celular na janela do avião. – Nanda disse por fim e saiu do ônibus.
Senti um choque percorrer por todo meu corpo. Levantei para procurar o papel, mas eu havia o perdido.
O ônibus parou em meu ponto, mas eu ignorei, eu precisava encontrar aquele papel. Abaixei-me no corredor do ônibus olhando embaixo dos bancos. O cobrador me olhava com curiosidade.
- Algum problema, garota? - Ele me interrompeu.
- Eu perdi um papel muito importante, eu preciso encontrar-lo. – Disse gaguejando de desespero.
O cobrado deu de ombros e me ignorou.
Continuei procurando até o ônibus parar em seu ponto final. Eu já havia vasculhado o ônibus inteiro e não havia encontrado absolutamente nada. Provavelmente ele havia voado para fora em uma das vezes que a porta se abrira.
Sentei no banco dos fundos e comecei a chorar com soluços altos sozinha naquele ônibus, até meu celular tocar.
Olhei no visor, o numero era desconhecido, diminuindo ainda mais a minha vontade de atender, mas atendi por fim.
- Alô? – Engoli os soluços.
A pessoa que estava na linha permaneceu muda.
- Você me liga e me faz perder meu tempo atendendo para ficar mudo? – Perguntei com ignorância.
- Eu apenas precisava ouvir a sua voz. – Uma voz masculina e doce recitava cada palavra como se as cantasse em uma leveza angelical de uma brisa fresca de verão.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Para sempre você - cap. 91

Não importava agora o que eu havia dito, já estava feito agora, tudo que eu precisava era sair daquela casa antes que atrapalhasse mais ainda os planos de todos.
Tom, Georg, Gustav e David não estavam mais na sala de jantar. A casa parecia vazia, o que me ajudava nesse momento.
Peguei meu celular no bolso e disquei sem pensar duas vezes para Nanda que não demorou ao atender.
- Samy? Como você está? – Nanda esbanjava alegria.
- Não importa. Pode me buscar agora na avenida? Depois conversamos. – Fui o mais direta que pude.
- O Bill irá junto? – Nanda diminuiu seu tom de excitação para um preocupado.
- Não. Apenas venha me buscar. – Finalizei e desliguei o celular.
Caminhei até a porta e saí dando uma ultima olhada na enorme casa que foi o maior lar de meus sonhos.
A avenida já estava escura, as arvores tampavam os raios do sol que já sumia ao horizonte.
Sentia-me vazia, sentia que depois de tudo, agora permaneceria vazia para sempre.
Caminhei na avenida, o vendo gélido me fazia tremer e já me fazia sentir falta dos braços calorosos de Bill me envolvendo para me proteger do frio. Será que eu estava fazendo a coisa certa? Será que esse seria o melhor caminho? Já estava começando a me arrepender, mas eu não podia, não tinha escolha, pelo menos era o que parecia.
Um taxi vinha ao longe e se aproximava cada vez mais de mim até parar ao meu lado.
- Entre Samy. – Nanda abriu a porta com uma expressão séria que logo se derreteu ao ver meus olhos já mergulhando em lagrimas. – Por favor, me conte o que aconteceu. – Nanda suplicou enquanto seguíamos rumo ao seu hotel.
- Eu não podia deixar Bill desistir de uma turnê apenas por minha causa. Eu não quero interferir nesse seu sonho, eu não quero privar-lo do que ama. Eu preciso voltar ao Brasil com você Nanda. – Falei enquanto deixava minhas lagrimas escorrerem pelo meu rosto.
- Sinto em lhe dizer, mas você está privando ele do que ama agindo dessa forma também. Você está privando ele de você. – Nanda me abraçou tentando me consolar.
- Eu voltaria depois da turnê, era apenas até a turnê acabar, mas... ele nunca mais irá me perdoar, eu o magoei, eu sei disso. Eu tive que mentir, ele nunca me deixaria ir, e apenas me restou mentir. – Enterrei o rosto em seu ombro e ela me abraçou mais forte ainda.
- Por maior que seja a magoa, quem ama nunca esquece. – Nanda continuava me abraçando.
Chegamos ao seu hotel e já estava escuro por completo, a noite caia linda e estrelada do lado de fora, assim como nas maldivas, me fazendo lembrar-se de momentos que daria qualquer coisa para nunca serem perdidos em minha mente e me deixar lembrar exatamente de como era o sabor, o cheiro, o calor e o toque.
A noite foi longa, eu não conseguia dormir, eu queria voltar, apenas isso. Mas já estava feito, Nanda havia se encarregado de comprar passagens para o dia seguinte, a decisão havia sido minha, para não me dar tempo de voltar atrás.
Já eram quatro da manhã, e meus olhos estavam fixos no teto do quarto. O que era uma noite de sono sem ter-lo ao meu lado? Sem ter seu braço me envolvendo, sem seu peito como meu travesseiro e principalmente sem minha cantiga de ninar favorita, as batidas de seu coração. Sentia-me morta.
Eram cinco da manhã quando meu celular tocou. Hesitei em atender, mas não era o celular de Bill nem algum numero que eu conhecia.
- Alô? – Atendi com um pouco de receio.
- Samy, eu entendo o porquê que você fez isso, não precisa de explicações. Mas me ouça, depois do que aconteceu, Bill decidiu marcar o vôo para hoje. Ele não acredita em minhas palavras, ele está inconsolável, eu não sei o que fazer. Apenas lhe peço que apareça hoje no aeroporto, nem que seja apenas para mostrar que era tudo mentira. Já está marcado o vôo, não terá como ele voltar atrás. – Georg sussurrava ao celular.
Lagrimas quentes escorriam pelo meu rosto, Georg estava certo, ele não poderia voltar atrás, essa era minha única chance de conseguir seu perdão.
- Á que horas será o vôo? – Perguntei entre soluços.
- Já estamos á caminho. Por favor Samy, apareça. – Georg sussurrou mais uma vez e desligou.
Peguei um casaco de Nanda e atravessei o quarto sem fazer ruídos, saindo do quarto e indo até a rua.
Já havia um taxi estacionado á frente do hotel. Cruzei os dedos para que ele falasse inglês e entrei.
- Por favor, me leve até o aeroporto. – Pedi.
O rapaz encapuzado que estava no banco do motorista assentiu logo depois que me sentei no banco de trás, e ligou o carro indo estrada á dentro.
Meus olhos não desgrudavam da janela, eu precisava chegar o mais rápido possível.
- Decidiu voltar ao Brasil querida Samantha? – Uma voz rude cortou o silencio. Eu conhecia aquela voz muito bem.
- Mike? – Senti meu corpo todo congelar. O motorista era Mike, como eu não pude perceber?
- Sim. Estava com saudades? – Mike riu.
- Mike, por favor, pela sua mulher e seu filho, me deixe sair. Eu não estou mais namorando com o Bill, está satisfeito? Apenas preciso pegar um avião urgente para a Argentina. – Menti.
Mike riu enquanto parava em um farol com sinal vermelho. Eu precisava sair daquele carro.
Mike se distraiu enquanto pegava um maço de cigarros no porta luvas, e então consegui abrir a porta do carro e correr para a avenida. Escutei barulho de tiros, me abaixei imediatamente e me escondi atrás de outro carro.
Eu sentia meu coração pulsar aceleradamente, agora minha vida estava prestes a acabar á qualquer segundo. Tudo estava errado, eu devia ter aceitado a decisão de Bill, eu devia ter sido compreensiva, eu devia ter tentado conversar com ele, mas não, eu havia escolhido o caminho errado.
Os tiros continuavam, apenas fechei meus olhos e desejei que tudo acabasse rápido, mas senti alguém me puxar pelo braço.
- Por favor, venha comigo. – Um senhor de cabelos brancos tentava me levantar e colocar dentro de seu carro, no qual eu estava escondida. Eu o obedeci e entrei imediatamente. Mike continuava atirando, mas para os arbustos, ele não havia me visto dentro do carro.
O senhor ligou o carro e saiu o mais rápido possível da avenida.
- Obrigada. – Agradeci enquanto recuperada as batidas normais de meu coração.
- Não agradeça, era meu dever salvar-la. Meu nome é Louis. – Ele sorria.
- Louis, você poderia me levar até o aeroporto? – Pedi enquanto passava as mãos tremulas pela minha barriga, tentando de alguma forma inútil saber se meu filho estava bem.
Louis assentiu e logo estávamos no aeroporto.
- Obrigada novamente e... meu nome é Samantha! – Sorri para ele quanto saia do carro e corria para dentro do aeroporto.
Eu não os encontrava em nenhum lugar. O desespero tomava conta de mim á cada segundo mais, até que decidi perguntar para um dos seguranças do portão da pista de vôo.
- O vôo está quase saindo. – Ele me respondeu seriamente.
Eu não podia deixar. Passei pelos seguranças correndo e eles me seguiram pela pista. O avião estava pronto para decolar.
- Bill! Bill! Bill! – Eu gritava sem sucesso enquanto corria em direção do avião.
Eu podia ver Tom na janela, Gustav á sua frente e Bill isolado á duas janelas á frente.
Continuei gritando, mas nenhum deles conseguia me escutar. Então peguei meu celular e disquei o numero de Bill. Ele olhou o celular, mas não atendeu. Os guardas então me alcançaram, eu não tinha nenhuma escolha agora, arremessei meu celular na janela de Bill e ele olhou imediatamente. Seus olhos eram de espanto, ele se levantou imediatamente enquanto batia na janela para que me soltassem, mas não adiantou. Todos olharam também, e foram em direção da sala do piloto, mas já era tarde demais, o avião entrou em movimento.
Eu não podia fazer mais nada, apenas deixar que me levassem enquanto eu observava o avião decolar e a razão de minha vida sumir naquele enorme céu alaranjado do nascer do sol.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Para sempre você - cap. 90

Olhei para todos na mesa e todos mostravam certa excitação com a nova turnê, menos Bill.
- Samy, por favor, vá para o quarto. – Bill pediu com a mesma expressão e o olhar fixo na mesa.
- Por quê? O que aconteceu? – Perguntei preocupada.
- Depois eu converso com você! Agora eu preciso resolver uma coisa com David, vá para o quarto Samantha! – Bill falou alto e firme enquanto me ordenava.
- Porque eu não posso ficar? Não somos noivos? Devíamos não ter segredos um com o outro! – Aumentei um pouco o tom de minha voz, mas permaneci preocupada.
- Não é segredo! Eu disse que depois vou conversar com você! Georg, leve ela para o nosso quarto. – Bill enterrou o rosto sobre as mãos apoiadas pelo cotovelo na mesa e permaneceu com a voz firme.
Georg assentiu com uma expressão confusa e me puxou delicadamente pelo braço até o quarto.
- Por favor Samy, o Bill está de cabeça quente, depois vocês conversam. Ele apenas quer resolver algo com o David. – Georg alisou meu ombro enquanto me deixava dentro do quarto.
- Porque não comigo presente? – Choraminguei.
- Não seja teimosa. – Georg deu um meio sorriso. – Á propósito, você esqueceu seu presente ontem... o que recebeu da Natalie. Eu o trouxe, ele está em cima da bancada. – Georg apontou para o pacote com uma expressão de nojo e depois fechou a porta me deixando sozinha.
Eu não ia obedecer a Georg, eu era uma teimosa assumida, e eu precisava saber o que eles iam resolver.
Abri a porta cuidadosamente e desci as escadas procurando não fazer nenhum ruído e me escondi atrás da primeira coluna que avistei.
Eu podia ouvir a conversa deles na sala de jantar.
- David, o que você estava pensando? Marcou uma turnê sem nos avisar, nem fazer uma reunião antes para saber se concordávamos com isso ou não. – A voz de Bill era alta e clara, eu podia sentir uma pontada de irritação nela.
- Eu os ajudei á conquistar tudo que vocês conseguiram até hoje! Eu não vou deixar vocês acabarem com tudo isso aos poucos. Não poderão voltar atrás agora, já está tudo pronto. – David falava ao fundo com a voz um pouco abafada.
- Não estamos acabando! Se você tivesse nos constatado antes, teríamos achado uma alternativa mais acessível no momento. – Bill agora estava irritado.
- Quando se é uma estrela do rock, tudo é acessível. – Tom brincou, sua voz estava abafada também.
- David, eu tenho uma noiva e um filho sendo gerado dentro dela! Como você quer que eu faça uma turnê agora? Ela vai querer ir junto, isso é certeza! E você sabe muito bem como são nossos dias em turnê, nós dormimos mal, comemos mal e passamos a maior parte em aviões! Isso não é lugar para ela! – Bill ignorou o comentário de Tom e falava alto e claro, dando eco em todos os cômodos da enorme casa.
- Bill, pare de ser exagerado! Gravidez não é doença. – Tom falou ao fundo.
- Desculpa, se você não se importa pelo menos com seu sobrinho, eu me preocupo. – Bill revidou.
- Quem disse que eu não me preocupo? As turnês não nos mataram até agora, porque iria matar ela? Você exagera demais! – A voz de Tom estava mais alta agora.
- Parem! Vocês não vão brigar por causa disso agora! – Georg se intrometeu. – Bill tem toda a razão! Gravidez pode não ser uma doença, mas requer mais cuidados pela saúde da criança. Não vai ser bom ela passar essa turnê com agente, ela terá que ficar aqui. – Georg finalizou.
- Não Georg! Dois meses sem ela? Eu não vou suportar isso! Não vou deixar-la sozinha aqui também com o Mike á solta! Será perigoso tanto para ela quanto para minha mãe, sendo que a mãe dela não ficará aqui porque daqui dois dias ela vai embora. – Bill choramingou.
- Deixe de ser dramático! Você suportou todos esses anos sem ela, vai suportar sem problemas esses dois meses. – Tom falou ao fundo novamente.
- Ela pode voltar para o Brasil. Ela tem a casa dela, os amigos, os familiares... sem tirar que Nanda pode passar esses dois meses com ela até voltarmos da turnê. – Gustav sugeriu ignorando o comentário de Tom.
- Não sei... dois meses... é muito tempo. – A voz de Bill estava mais rouca e baixa agora.
Voltar para o Brasil durante dois meses? Sem ele, isso seria a eternidade para mim.
Eles continuaram discutindo, e eu estava satisfeita, já havia descobrido o que eu desejava saber.
Voltei para o quarto em passos silenciosos e deitei na cama.
Dois meses sem o Bill. Isso não parava de martelar em minha mente causando uma outra batida mais forte em meu peito. Eu teria que ser compreensiva nesse momento, eu não podia dificultar mais as coisas.
David estava certo, eles teriam que fazer aquela turnê, e eu não poderia viver achando que seriamos um casal normal, com uma vida normal e fazendo coisas normais, nem muito menos prejudicar tudo e querer que todas as ações de Bill girassem sobre mim, á final, esse era o sonho deles, esse era o sonho de Bill, a música sempre foi sua primeira paixão, e isso era algo que eu nunca deveria tirar dele. Sua felicidade era primordial.
Escutei passos no corredor e a porta se abrir.
- Samy? Podemos conversar? – A voz de Bill suavizou minha mente no mesmo momento.
Eu não respondi. Eu já sabia de tudo, só queria saber o que ele iria dizer por final.
- Ok, deve estar chateada por ter mandado você vir para o quarto. – Bill sentou-se na cama me fitando. – Mas, eu preciso dizer minha decisão... eu não vou á turnê. – Bill suspirou e tentou abrir um sorriso.
Ele literalmente estava louco. Que decisão mais idiota!
- Você vai a turnê sim Bill Kaulitz! Eu não quero ser o grande motivo de você estar deixando sua carreira de lado. – Me levantei sem olhar-lo. – Onde eu estava com a cabeça? Pensei que teria uma vida normal, mas não! Cansei, sinceramente, eu cansei! Para mim já chega, isso tudo não é para mim. – Caminhei para fora do quarto e fechei a porta sem analisar sua reação.
Senti algo muito pesado despencar em minhas costas no mesmo momento. Como eu pude dizer aquilo?

domingo, 17 de outubro de 2010

Para sempre você - cap. 89

Capítulo contato por Samantha

- Bill Kaulitz e Samantha Meyer, eu sei que vocês estão aí! Abram a porta! – A voz grave de Tom cortou meu sono aos poucos.
As batidas na porta se prolongavam cada vez mais. Eu não queria sair da cama, parecia ser tão cedo.
Abri meus olhos aos poucos. O quarto estava iluminado, um sol forte da tarde. Bill dormia profundamente ao meu lado com a respiração lenta e uma expressão suave de um anjo, enquanto seu braço me envolvia cuidadosamente.
Demorei alguns segundos para encaixar as coisas. Não era cedo como eu imaginava, já eram quase três da tarde.
Eu me sentia perfeitamente bem naquele dia, me lembrava as sensações de meu amanhecer nas maldivas.
Peguei um roupão e caminhei até a porta do quarto procurando silenciar as batidas de Tom.
- O que foi Tom? – Abri a porta sussurrando.
- O que foi? Vocês foram embora da festa ontem sem avisar ninguém! Sua mãe ficou preocupada! Já são três da tarde! – Tom não se importou em acordar o irmão com sua voz alta e me lançava um sermão fraterno que me divertiu.
- Você também sumiu da festa e não avisou ninguém. – Revidei.
- Mas é diferente, a festa não era minha. – Tom cruzou os braços fazendo bico.
Eu ri com sua expressão e no mesmo instante senti Bill me abraçar por trás.
- Guten Tag meine Prinzessin. – Bill sussurrou em meu ouvido e depois beijou minha bochecha rindo.
- O açúcar fica azedo perto de você, cara. – Tom fez uma careta.
- Isso foi um elogio? – Bill olhou ironicamente para Tom.
- Interprete como quiser. – Tom cruzou os braços de novo. – Atrasamos o almoço por causa de vocês, espero que vocês desçam logo! David está aí, ele quer conversar conosco. – Ele finalizou e foi em direção da escada.
Bill fechou a porta e suspirou com uma expressão alegre.
- O que foi? – Perguntei.
- Se todas as noites forem como á anterior, vou exigir uma Lua de Mel prolongada de um ano. – Bill sorriu e beijou meus lábios demoradamente.
- Já está pensando na Lua de Mel? – Abaixei a cabeça e comecei a brincar com seu colar. Confesso que tudo havia sido muito novo para mim naquela noite, e me deixava um pouco envergonhada, mas o importante é que era muito perceptível que ele havia gostado... e eu também.
- Essa é a melhor parte, depois do “até que a morte os separe”. – Bill colocou uma mecha do meu cabelo atrás de minha orelha.
- Deveria ser “e que nem a morte os separe”. – Conclui e ele pareceu gostar de minha nova adaptação.
Não era hora de fazermos planos, David e todos estavam esperando por Bill.
Arrumamos-nos rapidamente e descemos para a sala de jantar. Todos estavam sentados á mesa conversando e pararam no mesmo momento em que nos viram chegar.
- Os noivos chegaram! – Georg falou alto dando eco na sala e todos riram.
Bill deu um empurrão no ombro de Georg e sentou-se ao lado de Tom de frente para David, eu sentei-me ao lado dele e de Georg que sorria para mim com muita simpatia, como sempre. Gustav estava ao lado de David, apenas me cumprimentou com um simples sorriso e voltou sua atenção ao garfo no qual ele brincava entre seus dedos.
A comida já estava sobre a mesa, e todos muito educadamente não haviam nem se quer começado a almoçar esperando por nossa presença.
- Bill, o que é isso no seu pescoço? – Tom rompeu o silencio e todos voltaram os olhos para Bill.
- O que? Não tem nada! – Bill puxou a gola da jaqueta impedindo Tom de ver.
- Claro que tem, eu não sou cego! Está cheio de marcas roxas! Samy, você arrasa, sua safada! – Tom brincava enquanto ria alto e todos começaram a rir também.
- Cala a boca, Tom! – Bill automaticamente corou e empurrou Tom, mas ele não se intimidou e continuou rindo.
A minha vontade era de me esconder em baixo da mesa ou até mesmo tampar meu rosto com a jaqueta de Bill, agora sim eu estava muito envergonhada, mas apenas ri baixinho para Bill.
- Bom, vamos deixar as brincadeiras para depois. Tenho um assunto sério para tratar com vocês. – David cortou as risadas de Tom com uma expressão séria.
Todos olharam quietos para David. Era incrível como ele era respeitado, como um pai. Definitivamente ele era o pai de Tokio Hotel.
- Sim David, prossiga. – Bill falou com um ar sério como se já estivesse prevendo algo.
- Os fãs estão pedindo por vocês. A mídia está comentando sobre a ausência de vocês em vários eventos. Não podem continuar assim. Vocês vão mostrar que continuam fazendo o papel de vocês! – David falou com um ar de comandante.
- E o que você tem em mente? – Bill perguntou por fim.
- Eu marquei uma turnê pela América do norte! – David concluiu e todos arregalaram os olhos.
- Quando? – Bill permaneceu sério.
- Eu marquei faz um mês, não disse nada porque Samantha estava no hospital, eu não queria preocupar vocês com mais um assunto... ou seja, a turnê começa semana que vem. – David finalizou e todos assentiram sem questionar.
Bill franziu o cenho e olhou fixo para a mesa. Algo estava errado.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Para sempre você - cap. 88


Capítulo contado pelo Bill Kaulitz

Samy não hesitou ao aceitar meu convite. Ela aceitou com um enorme sorriso nos lábios e uma ansiedade que me divertia.
Não avisamos á ninguém, eu tentei sugerir em avisar pelo menos a sua mãe, mas confesso que minha idéia apetitava tanto á mim quanto á ela, e queria o mais rápido possível estar em casa sem ninguém intervindo. Apenas nós dois.
O caminho até minha casa foi... interessante, se é que á outra palavra para explicar.
Eu não sabia o que Samy havia entendido em meu convite, mas com certeza minhas intenções não eram as mais ingênuas.
Samy estava vestida como se quisesse me provocar, em seus trajes justos que marcavam cada curva do seu corpo. Realmente, isso me deixava louco, atiçando algum tipo de fera dentro de mim me fazendo estremecer e até mesmo pensar seriamente em parar o carro no primeiro acostamento e trazer-la para o meu corpo, e então poder me perder em cada centímetro daquele puro delírio.
Eu realmente nunca fui tão sedento, nunca imaginei que teria tanta necessidade de algo que sempre considerei secundário em uma relação. Um mês sem ter-la em todos os sentidos, me fez querer-la muito mais do que já desejava antes. E sinceramente, eu iria demorar á matar minha sede, disso eu tinha certeza.
Tentei focar meus olhos na estrada, não pensar no tempo livre que eu teria com ela nessa noite e acalmar um pouco algo que pulsava entre minhas calças.
- Bill, o Tom está em sua casa? – Samy perguntou distraída.
- Não, ele foi para o hotel de Nanda. Não haverá ninguém em casa. Minha Mãe pretende passar a noite na casa da mãe de Gordon, porque amanhã é aniversário dela. E sua mãe, ela ficará em um hotel, não quis nos incomodar, por mais que não fosse. – Respondi enquanto apoiava o braço esquerdo na janela do carro.
Samy tentou repreender um sorriso e virou o rosto para a janela observando a estrada.
- Que bom. – Samy brincou enquanto continuava olhando pela janela.
Mordi meu lábio enquanto procurava focar meus olhos na estrada.
Logo chegamos. Estacionei meu carro na frente da porta e entramos.
Tudo estava escuro, desde que mamãe havia despedido todos os criados após o ocorrido com Samy, aquela casa parecia maior ainda e vazia.
- Enfim á sós. – Samy brincou.
Eu já não conseguia me conter e considerei aquilo como um convite.
Puxei Samy para meu peito e a beijei enquanto escorregava minhas mãos pela sua cintura fina e escultural. Ela alisava a mão livre em meu pescoço, mas assim que percebeu minha intensidade no beijo, agarrou a gola de minha camisa e a puxava como se quisesse arrancar-la á força.
Enrosquei meus dedos em seu cabelo e o puxei para trás enquanto beijava seu pescoço perfumado. Samy continuava agarrada em minha cola e me puxando cada vez mais para seu corpo e então começou a desabotoar minha camisa.
Agora sim eu estava ciente de que ela queria o mesmo que eu.
Beijei-a novamente enquanto a trazia junto de mim até nosso quarto.
Samy desabotoou minha camisa e a tirou. Suas mãos macias e quentes alisavam meu peito e desciam lentamente para minha calça a desabotoando e tirando aos poucos.
Tirei sua blusa e ela me prendeu na parede beijando meu pescoço e descendo pelo meu peito até minha estrela me deixando cada vez mais excitado.
Ela realmente sabia como provocar um homem.
Samy me soltou de sua prisão e me empurrou para a cama se colocando sobre mim e me beijando intensamente enquanto suas mãos percorriam minhas costas, arranhando-as levemente e me fazendo estremecer.
Meus lábios foram de encontro com o seu pescoço, traçando uma linha molhada com a língua. Samy mordeu meu lábio inferior com força e desceu seus beijos para o meu pescoço dando pequenas sugadas, e descendo para minha tatuagem nas costelas e por fim a minha estrela novamente. Ela sugou, lambeu e traçou as linhas da estrela com os lábios lentamente. Eu já não conseguia mais me segurar e alguns gemidos foram impossíveis de conter. Samy tocou meu membro já enrijecido e o acariciou, eu arqueei as costas com seu toque. Ela tirou minha boxer e sem aviso ela abocanhou meu membro e o sugou com força enquanto brincava com a ponta da língua em movimentos circulares, em um ato automático, minha mão caminhou até seus cabelos entrelaçando os dedos nele com força e acompanhando seu movimento.
Senti uma onda de prazer percorrer por todo o meu corpo enquanto meu membro latejava em sua boca, um prazer que nunca havia sentido antes.
Samy não parava, ela subia e descia ao longo de meu membro, alternando de movimentos rápidos para mais lentos, arrancando de mim gemidos impossíveis de conter.
Eu já não estava conseguindo agüentar mais e acabei por soltar meu liquido. Samy sorriu para mim enquanto mordia seu lábio inferior satisfeita com o resultado que provocou.
Sentei-me na cama e a peguei pela cintura enquanto tirava suas ultimas peças de roupa, e a fiz sentar em meu membro e ela soltou um gemido rouco. Eu fazia Samy deslizar em cima de meu membro, os movimentos eram lentos e prazerosos e ela arranhava minhas costas. Meu desejo se tornava mais intenso e já estava difícil controlar a sanidade cada vez que Samy soltava um gemido, aquilo me excitava cada vez mais me levando á loucura.
Continuei agora com os movimentos mais intensos. Eu queria ver-la gritar meu nome em meio de sua onda de prazer.
Suas unhas apertavam minhas costas enquanto chegávamos ao desfecho, e então eu podia ouvir meu nome sair de seus lábios finalizando de uma forma prazerosa.
Aquela noite definitivamente foi a melhor de todas, Samy realmente soube me satisfazer de uma forma inigualável matando minha sete por completa.
Ficamos ali entrelaçando nossos corpos um ao outro.
- Isso foi... – Falei ofegante.
- Incrível. – Samy completou minha frase sorrindo para mim de uma forma deliciosa, era visível que realmente ela havia gostado.
Samy como de costume, deitou-se em meu peito enquanto brincava com as pontas dos dedos em meu abdômen.
Podia-se ver pela janela o céu ganhar um tom alaranjado do nascer do sol, e então adormecemos.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Para sempre você - cap. 87

Virei-me com hesito e lá estava Natalie com os olhos marejados e me fitando enquanto segurava um pacote rosa entre as mãos.
- Natalie... nem eu sabia dessa festa, desculpe. – Falei um pouco surpresa.
- Eu não me esqueci de seu aniversário. Eu não me esqueci de nada em nenhum segundo. – Natalie abaixou a cabeça enquanto olhava o pacote.
Qual era o problema dela? Da ultima vez que a vi, ela queria que eu matasse meu filho, e soltou toda sua ignorância sobre mim e Bill...agora estava á minha frente, inconsolável.
- Ok Natalie, não estou te cobrando nada. – Falei sem expressão. Eu sempre duvidava de Natalie, ela nunca foi uma pessoa confiável e nunca será.
- Porque não?! Se eu fosse qualquer um de seus amigos, você cobraria, não é?! – Natalie permanecia olhando o pacote.
- Cobrar eu não cobraria, mas me sentiria mal por todos terem esquecido. – Lembrei-me da manhã daquele dia quando acordei e não havia ninguém na casa.
- Ótimo. Eu não voltarei a te fazer mal. Tudo que eu fiz até hoje foi por inveja, não vê?! Além de amor ao Mike, tudo foi por inveja. Mas, aqui está seu presente. Vou embora, não quero que Bill me veja aqui. – Natalie esticou as mãos em minha direção com o pacote.
Eu o peguei e não pude dizer absolutamente nada, ela já estava saindo pela porta da frente e indo embora.
Que estranho. Agora sim eu estava com medo, aquilo era muito estranho.
Coloquei o pacote em cima de uma mesa e não tive coragem de abrir-lo. Talvez mais tarde na presença de Bill, eu o abriria, mas agora eu não estava com coragem, e eu não sabia o que esperar, eu não conseguia imaginar o que era.
Mas de qualquer forma, eu não era uma pessoa sem coração, corria sangue quente em minhas veias, e eu me sentia mal pela Natalie, apesar de tudo.
Sai da casa em busca de Natalie e a vi á distancia na estrada com uma criança nos braços indo em direção de um carro preto.
Corri ao seu encontro e ela se virou com uma expressão surpresa.
- Natalie... fique! Por favor. – Falei sem fôlego e ela hesitou em sorrir.
A criança que estava em seus braços era um menino, com feições delicadas e o cabelo loiro muito claro e liso, ele aparentava ter cinco ou seis anos de idade, seu olhar era exatamente igual ao dela.
- Eu não posso. – Natalie franziu o cenho.
- Quem é ela, mamãe? – O menino falou com a voz fina e doce.
Mamãe? Natalie era mãe? Meu deus, isso era muito... inesperado.
- Quieto Hanz. – Natalie voltou-se ao menino.
- Ele é seu filho? – Minha pergunta era desnecessária, mas eu não sabia o que falar.
- Bom... sim. Samy, eu preciso ir, me desculpe. – Natalie falou sem graça e continuou caminhando até o carro preto.
Eu não insisti, deixei que ela fosse. Voltei para a casa, e Bill estava na porta com uma expressão furiosa.
- Samantha, onde você estava? Não quero que você se exponha assim na rua, você sabe muito bem que o Mike pode aparecer á qualquer momento! – Bill falava irritando enquanto me carregava para dentro da casa.
- Virou meu pai agora? Eu sei me cuidar sozinha. – Falei com sarcasmo.
- OK, sabe se cuidar tanto que foi parar no hospital e quase perdeu a vida e nosso filho. – Bill me olhava sério.
- Agora eu que sou a irresponsável. – Falei começando a me irritar enquanto andava para longe dele.
- Não estou dizendo que você é irresponsável! – Bill me segurou pelo braço.
Olhei para ele furiosa e eu o senti acalmar-se. - Desculpe Samy. Eu quase te perdi uma vez, e eu não quero passar por essa experiência de novo. Eu apenas fiquei preocupado, desculpe. – Bill continuou agora com uma expressão de piedade que fez me render-se
- Ok, está desculpado. – Beijei seus lábios demoradamente.
Voltamos para a festa, tudo estava animado ainda.
Tom e Nanda não estavam mais entre os convidados. Perguntei para Bill sobre a ausência deles e Bill apenas respondeu com uma gargalhada que não precisou de nenhuma justificativa á mais.
Eu me sentia feliz por ter ajudado Nanda a realizar o sonho dela. Era algo que eu gostaria que fizessem por mim se por acaso o destino não tivesse sorrido para o meu lado.
Minha Mãe iria passar uma temporada na Alemanha, afinal, agora ela era uma alma livre, apenas queria realizar seu sonho de conhecer o mundo. Realmente a separação dela e do meu pai fez muito bem para ela, e apesar de eu desejar que meus pais fossem unidos, a felicidade dela era o que importava. Mas a separação de meus pais não me incomodava mais. Agora eu estava muito ansiosa, muito feliz, e cheia de planos para meu futuro com o Bill, e nosso filho ou filha. Isso me dava tanta alegria que me fazia até mesmo esquecer-se de Mike. O que eu mais queria era que ele fosse preso para que possamos viver sem medo, sem limitações e em paz, de certo modo.
Aquele anel em meu dedo era tão grandioso, não por ser feito por materiais finos, ele poderia ser feito de alumínio, de ferro, ou até mesmo com o material mais pobre ou rico que existesse, isso não me interessava, apenas o que me importava era o significado dele, o porquê dele estar em meu dedo.
O dia foi maravilhoso, pude matar as saudades de todos, e me divertir.
A noite já caia e começaram com rodadas de bebidas. Tom e Nanda não apareceram mais, e eu sentia vontade de rir toda vez que eu pensava no porque disso.
Bill e eu nos afastamos de todos e fomos para a sacada da sala.
Eu procurava não beber muito para não ficar “alegre” demais, e também para não fazer mal ao bebê. Bill bebia sem se importar com nada, mas era consciente quando era hora de parar.
- Este foi o melhor aniversário da minha vida. – Sussurrei para Bill e ele me encostou à parede me envolvendo em seu corpo.
- Quero tornar-lo ainda melhor. – Bill tinha um toque sensual no tom de sua voz que era irresistível e podia fazer qualquer uma se arrepiar dos pés á cabeça de uma forma incomparável.
- Como? – Perguntei enquanto sentia sua respiração entre lábios acariciar minha boca.
- Porque não vamos finalizar-lo na minha casa... Sozinhos?!

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Para sempre você - cap. 86

- SURPRESA! – Fez se um coro de milhares de pessoas.
Ali estavam Tom, Gustav, Simone, David, Gordon, Fernanda, um rapaz loiro que eu certamente não conhecia e... mamãe. Como era possível? Era minha Mãe!
As lagrimas molhavam meus olhos de alegria, eu queria agradecer a todos por lembrar-se de meu aniversário, mas minha mãe estava ali, era inacreditável. Fui ao seu encontro e a abracei com todas as minhas forças. Parecia um sonho, depois de tanto tempo poder abraçar-la novamente, sentir seu cheiro, sua mão macia alisar meu cabelo enquanto me confortava em seus braços, era como se eu voltasse no tempo, como se eu estivesse completando oito anos ao invés de dezoito. Eu acreditava que nunca mais a veria, mas estava enganada. Agora sim eu estava realmente completa em todos os sentidos.
- Parabéns minha filhinha! Eu te amo muito. – Mamãe falou enquanto secava as lagrimas de seu rosto.
- Eu também Mãe, muito mesmo. – Respondi enquanto sorria para ela.
- Ei Dona Anna, eu também quero ter a minha vez! – Tom cruzou os braços imitando uma expressão de raiva brincando com minha mãe.
Ela riu e alisou meu cabelo enquanto me soltava de seu abraço.
Tom veio ao meu encontro dando um abraço de urso que quase me sufocou.
- Parabéns Samy! – Tom continuava me apertando e eu apenas conseguia rir.
- Tom, tenha mais cuidado, ela está grávida! – Simone advertiu Tom e ele me soltou rindo.
Olhei imediatamente para minha mãe esperando que ela tivesse alguma reação em relação á minha gravidez, mas ela continuou sorrindo. Provavelmente já sabia da noticia.
Todos me abraçaram calorosamente. Fiquei lisonjeada em conhecer Gordon, ele realmente era uma pessoal incrível, e o rapaz loiro era Andreas, o melhor amigo de Tom e Bill. Fernanda estava eufórica em me ver novamente e estar junto de Tokio Hotel outra vez, graças á mim, e obviamente por eu estar grávida.
Mas estava faltando a pessoa mais importante do que qualquer um. Bill não estava naquele local. - Tom, onde está o Bill? – Perguntei para Tom que se divertia conversando com Nanda.
- Bom... é que... ele... sabe... eu não sei. – Tom gaguejou enquanto olhava para Nanda pelo canto dos olhos.
- Como assim não sabe? – perguntei irritada.
Tom olhou por cima de minha cabeça e sorriu sem responder.
Olhei para trás e Bill vinha sorrindo em minha direção, elegantemente em trajes com um toque formal, o cabelo perfeitamente alinhado e uma calça de couro sintético preto que realçava seu corpo.
Corri em sua direção e o abracei colando meus lábios nos dele.
- Parabéns meu amor. – Bill sussurrou em meu ouvido me causando arrepios.
Agora sim tudo estava perfeito.
Bill me soltou do abraço e me olhou nos olhos. Seus olhos estavam com um brilho diferente, alegre, ansioso, de qualquer forma, me faziam mergulhar neles profundamente.
- Samy eu não pude fazer isso direito, mas agora farei. – Bill falou, mas eu não consegui compreender ao que ele se referia.
- O quê? – Perguntei enquanto olhava as pessoas em nossa volta que nos olhava também.
Bill sorriu e pegou uma caixinha preta no bolso de sua calça e a segurou na palma de sua mão.
- Me dê a certeza que você será infinitamente minha? Que não importando o que aconteça você sempre esteja ao meu lado me fazendo viver e seguir com meus dias? Que até meu ultimo dia de vida eu acorde e te tenha ao meu lado exalando a razão da minha existência? Samy, me dê a certeza de tudo apenas respondendo á uma única pergunta… Você quer se casar comigo? – Bill abriu a caixinha expondo um anel de ouro branco detalhado em prata legitima.
Todos naquela sala se silenciaram e voltaram os olhos para mim esperando minha resposta.
Bill queria se casar comigo? Impossível! Isso era surreal de todas as formas! Eu sentia até mesmo o ar faltar em meus pulmões.
- Sim. – Respondi com dificuldade recuperando o fôlego e as lagrimas logo voltaram a escorrer pelo meu rosto.
Todos naquela sala começaram a bater palmas e assoviar. Bill abriu um sorriso maravilhoso e emocionado enquanto colocava o anel em meu dedo, e me beijou ternamente me prendendo em seus braços calorosamente.
Definitivamente, aquele era o melhor aniversário da minha vida.
Fomos para o jardim, e havia uma festa armada. Havia muita comida e bebida, enfeites, bolo e até mesmo um DJ agitando a festa.
Minha Mãe e Simone passaram a festa inteira juntas, elas realmente estavam se dando muito bem, o que era bom.
Gordon era um homem muito divertido, fazia piadas o tempo todo e era impossível não rir enquanto ele estava por perto. Eu via como Tom e Bill tinham certo carinho totalmente fraterno por ele, um carinho que apenas pais e filhos tem, e isso era lindo, mesmo que ele não fosse o pai biológico deles, o afeto deles era invejável.
Andreas era o típico tímido extrovertido. Era muito educado e sorria envergonhado, porém, quando se juntava ao Tom, pareciam voltar ao colegial, só faltavam fazer bolinhas de papéis de começar uma guerra no meio da festa.
Nanda estava a mesma, com seus cabelos encaracolados e seu sorriso de menina, sempre muito curiosa, me fazendo contar tudo que passei com Bill nos mínimos detalhes.
David, Gustav e Georg jogavam conversa fora em um canto. O assunto parecia ser interessante, Gustav realmente estava muito entretido, provavelmente faziam planos para a banda.
- Acho que te surpreendi. – Bill puxou-me para seu peito.
- Realmente, você conseguiu se superar. – Sorri para ele.
- Eu queria te dar o mundo nesse aniversário. Eu poderia ter te dado o presente mais caro... – Bill hesitou.
- Não preciso de presentes caros, nem do mundo, nem da lua, nem das estrelas, muito menos do sol. Você é meu maior presente, e absolutamente nada nesse universo conseguirá substituir isso. – Falei sobre seu peito e ele sorriu com os olhos marejados.
- Bill, pode vir aqui um minuto? – Andreas chamou Bill á distancia enquanto ria de algo juntamente com Tom.
Bill assentiu e foi em direção dos dois.
Aproveitei para ir ao banheiro e retocar a maquiagem, que com certeza estava completamente destruída pelas lagrimas agora.
Entrei dentro da casa e fiquei um pouco perdida, eu nunca havia estado naquele local antes.
Andei por um corredor longo lotado de portas e fiquei em duvida em qual abrir primeiro.
- Samy? Porque não me convidou para a festa? – Uma voz chorosa feminina ecôo pelo corredor.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Para sempre você - cap. 85

Em pleno aniversário meu e eu aqui sozinha sem o Bill. Sozinha não... meu bebê estava comigo, e Georg nem contava já que não se lembrava de meu aniversário.
O meu dia não podia estar pior.
- Ótimo. – Foi a única coisa que consegui falar para Georg.
Georg analisou minha expressão e percebeu que algo estava errado.
- Não gostou? Samy fique tranqüila, o Bill não é igual ao Tom... bom tecnicamente não. – Georg riu.
- Não me preocupo com isso! Eu confio mais nele do que em mim mesma. – Falei em um tom sério e Georg parou de rir.
- O que foi então? – Georg cruzou os braços musculosos sobre o seu tronco definido.
- Sabe que dia é hoje? – Falei um pouco baixo.
Georg me olhou pensativo e fez algumas contas nos dedos.
- Sexta-feira 13! Meu Deus, não me diga que você é supersticiosa. – Georg soltou outra gargalhada.
Ele realmente não lembrava.
- É, eu sou muito supersticiosa, Georg. Você não tem nem idéia do quanto! – Subi as escadas batendo os pés fortemente contra a tabua e entrei no quarto novamente.
Era imperdoável isso, totalmente imperdoável! Como eles podiam fazer isso comigo?! Principalmente o Bill! Todos se divertindo em uma festa e eu aqui, contando partículas de pó flutuante.
Tomei um banho demorado e logo depois me vesti com uma camiseta simples e uma calça jeans.
Desci as escadas para comer alguma coisa e Georg estava ao celular, que ao me ver logo o desligou.
- Resolveu descer?! – Georg sorriu.
- Se estou aqui em baixo, parece que sim. – Falei séria novamente e fui em direção da cozinha.
- Você deveria vestir algo mais bonito. – Georg me seguiu.
- Porque eu deveria? – Abri a geladeira e peguei um pedaço do bolo de chocolate que Simone havia mandado fazer especialmente para mim.
- Bom, porque o Bill me ligou e disse para mim te levar para a fan party, porque ele irá ficar até de madrugada por lá e não quer te deixar aqui sozinha. – Georg rodava a chave de seu carro no dedo indicador.
- Ok. – Acabei de comer o pedaço do bolo e fui até o quarto novamente.
Bom, pelo menos eu iria passar meu aniversário com Bill, ele lembrando ou não, pelo menos eu estaria com ele.
Coloquei uma calça preta e uma blusa prata purpurinada, logo depois arrumei meu cabelo com cachos soltos e arrisquei um sapato de salto alto. Passei uma maquiagem escura, mas não tão magnífica como a de Bill.
Desci as escadas para ir ao encontro de Georg e ele sorriu ao me ver vestida daquela forma.
- Você realmente sabe agradar o Bill. – Georg passou o braço pelo meu ombro e me carregou junto dele até seu carro que estava parado na frente da casa.
Sentei no banco do carona e Georg sentou no banco do motorista já colocando a chave na ignição e ligando o carro.
A viajem não foi longa como a de ida para a casa dos Kaulitz. Georg parou em uma casa branca muito bonita, não chegava a ser mais bonita que a dos Kaulitz, mas estava perto. Ela não era tão monstruosa e nem parecia um enorme palácio, mas era linda, tinha colunas brancas na entrada do portão e um jardim maravilhoso com uma fonte moldurada no meio dele.
- Georg, é aqui a fan party? – Perguntei um pouco surpresa. Não parecia ser um lugar de festas, estava tudo muito calmo, e parecia que apenas tinha eu e Georg naquele local.
- Sim, você verá. – Georg sorriu e parou o carro na frente da casa e me puxou para dentro daquele enorme jardim junto com ele.
Tudo estava muito estranho, eu estava começando a desconfiar de Georg. Com certeza não havia ninguém naquela casa.
Chegamos à porta e Georg me olhou sorridente.
- Abra a porta. – Georg deu um passo para trás dando passagem livre para mim.
Levei a mão na maçaneta da porta e a abri lentamente.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Para sempre você - cap. 84

Qualquer garota em meu lugar resistiria. Iria fazer-se de difícil e fazer o rapaz realmente se arrepender do que fez, enquanto se arrastava aos seus pés, implorando perdão. Isso seria uma ótima lição para o rapaz nunca mais cometer o mesmo erro. Mas eu não conseguia fazer isso.
Poderiam me chamar de idiota ou o que fosse, eu poderia até ser uma idiota mesmo, mas Bill realmente dominava meus sentidos, minhas razões, meus sentimentos, e eu nunca iria ser capaz de rejeitar um pedido seu de perdão. Quanto mais esnobar-lo e correr o risco de perder-lo para sempre. Ter o amor de Bill somente para mim era algo muito valioso, sem medidas, sem comparações, e eu valorizava muito isso. E eu sabia mais do que qualquer pessoa que Bill era diferente, não tinha uma cabeça como de qualquer rapaz na sua idade, ele era sincero em suas palavras, meigo em todos os sentidos e valorizava o amor, acima de tudo. Ele não era o tipo de homem que merecia levar lições para se arrepender, ele era o tipo de homem que se arrependia no exato momento em que descobria que havia feito algo errado. Bill era único.
- Tudo bem, Bill. Suas intenções eram as melhores, você apenas estava com medo. – Beijei sua testa e ele permaneceu me prendendo em seu abraço.
- Mas eu não deveria deixar meus medos me dominarem tanto para chegar á um ponto extremo. – Bill me puxou, sentando-me em seu colo.
- Se você permitir, eu estarei sempre aqui te dando forças para superar-los. – Beijei seus lábios por um momento e ele sorriu.
A noite já caia do lado de fora da casa, mas dentro dela ainda era dia. Parecia que o sol habitava naquela casa de tão iluminada e bela nos detalhes.
Bill e eu descemos as escadas indo até a sala, e Georg, Gustav e Tom estavam sentados no sofá. Tom estava completamente á vontade, esparramado no sofá com uma garrafa de refrigerante. Georg mexia em seu celular enquanto Gustav quase cochilava com o rosto enterrado em sua mão direita apoiada pelo cotovelo no braço do sofá.
Assim que nossa presença foi notada, Georg e Gustav vieram me abraçar com uma enorme agitação. Gustav nem parecia mais estar com sono.
- Samy! Como é bom ver-la fora daquele hospital! - Georg me abraçava enquanto Gustav o empurrava querendo ter sua vez.
- Samy, é bom ter-la de volta. – Gustav me abraçou com um sorriso estampado do rosto.
Tom levantou-se e se colocou ao lado de Bill enquanto nos olhava com um sorriso torto nos lábios.
Georg, Gustav e Tom realmente exalavam alegria, eu os adorava com todas as minhas forças.
- Ok. E como vai o garotinho? – Georg brincou enquanto passava a mão em minha barriga e Bill levantou uma sobrancelha para ele.
- Porque garotinho? Poderia ser uma garotinha, não podia?! – Gustav deu um pequeno empurrão em Georg.
- Não, vai ser um homem! Vou ensinar-lo as técnicas de titio Tom para conquistar as mulheres. – Tom gargalhou.
- Menino ou menina, o importante é, que é nosso filho e que tenha saúde. – Bill passou o braço pela minha cintura e eu sorri para ele.
Com certeza, para mim também não importava o sexo, desde que tenha saúde. Só por ser filho meu e de Bill, já era especial em todos os sentidos.
Simone chamou nos e todos nós fomos para a sala de jantar.
A sala era enorme, havia uma mesa comprida de centro em madeira pura clara. A mesa estava farta, havia comida de todos os tipos. Eu estava com fome, a comida do hospital não era apetitosa e me dava arrepios só de lembrar.
O jantar foi maravilhoso, comi exageradamente, a final, agora eu teria que comer por dois. Conversamos muito, Simone era um amor de pessoa, tratava Georg e Gustav como seus filhos também, inclusive a mim.
Georg e Gustav iriam dormir na casa naquela noite, estava muito tarde para eles pegarem estrada para suas casas e preferiram ficar. Cada um foi para seus quartos temporários naquela enorme casa, e eu e Bill fomos para o nosso.
Tomei um banho rápido enquanto Bill ia ao quarto de Tom perguntar algo para ele sobre David. Pelo o que entendi, hoje era aniversário dele. Que pena, queria tanto poder dar-lhe os parabéns... ele era um grande homem, considerava ele um herói. Mas uma pergunta não deixava de invadir minha mente... será que eles se lembravam do “meu” aniversário?
Bom, teria que esperar até de manhã para descobrir.
Voltei para o quarto e Bill já estava sentado sobre a cama com um olhar sonolento.
Deitei-me na cama ao seu lado e ele deitou me puxando para seu peito.
- Eu te amo. – Bill sussurrou com os olhos fechados.
Ele realmente estava cansado, eu não iria atrapalhar seu sono. Com certeza ele havia passado dias sem dormir direito por minha causa, e ele precisava descansar.
- Eu também. – Sussurrei também e eu já podia sentir sua respiração lenta e relaxada pelo sono.
Fechei meus olhos e adormeci ao som doce e calmo de sua respiração.
Eu realmente não sei se era ansiedade ou noites mal dormidas. Seja o que fosse, eu não sonhei absolutamente nada nessa noite. Escuro, apenas me lembro disso, tudo escuro.
Bom, quem precisa sonhar se já vive um perfeito sonho na realidade?! Desde que conheci Bill, a única parte ruim de meus dias era a que eu tinha que fechar meus olhos para adormecer. Era tão chato ter que perder cada detalhe de Bill durante o sono. Ainda bem que passava rápido.
Finalmente... Treze de Agosto. Agora sim tinha meus tão esperados dezoito anos. Comemorando os com minha devida liberdade, sem meus pais, familiares... apenas eu, e agora minha nova família. Parecia triste, mas não era para mim. Nunca fui tão feliz como sou agora. Apenas precisava de Bill, nada mais.
O dia estava morno, adorava dias assim. O dia tinha tudo para ser perfeito.
Abri meus olhos buscando por Bill ao meu lado na cama... mas ele não estava lá.
Estranho. Onde será que ele estava?
Levantei-me da cama e coloquei um roupão e fui até o quarto de Tom. Bati na porta e ninguém respondeu, então abri a porta. O quarto estava vazio, não havia ninguém nele.
Desci as escadas e tudo estava silencio. Chamei por Bill, Tom, Gustav, Georg e Simone... ninguém respondeu, apenas meu ecôo pelos enormes cômodos da casa.
Estava ficando preocupada, Bill não iria sair sem me avisar.
Voltei correndo para o quarto para pegar meu celular e ligar para ele, mas alguém me segurou pelo braço.
- Bom dia Samy! – Georg sorriu para mim.
- O que está acontecendo? Onde está o Bill? – Perguntei desesperada.
- Relaxe Samy! Bill, Tom e Gustav foram para Hamburgo participar de uma fan party de ultima hora, e Simone os acompanhou. Pediram para que eu ficasse com você, então aqui estou eu de babá. – Georg riu.
Ok, pergunta respondida. Eles realmente não se lembraram de meu aniversário.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Para sempre você - cap. 83

Eu não consegui ter uma reação e Bill continuou me olhando, com um ar de arrependimento ou algo parecido.
- Ok Bill, você não me disse isso. – Falei por fim abaixando os olhos.
- Eu falo sério, Samantha. Você tem que voltar ao Brasil! – Bill falou com a voz firme.
- Você é um egoísta. Egoísta! Isso que você é! Você está pensando apenas em você! Será que você não percebe que eu não vivo sem você? Será que você não percebe que me preocupo mais com você do que comigo mesma? Bill, eu larguei minha vida para criar outra com você, e você vem com essa agora de que estarei sempre em perigo?! Dane-se, eu posso até morrer por isso, mas eu não ligo, desde que eu esteja ao seu lado até o ultimo segundo! - Explodi de raiva e comecei a falar alto com ele. Ele não podia estar me dizendo isso! Eu não ia voltar para o Brasil e ele não iria me obrigar á isso!
Bill fechou os olhos por um momento e respirou fundo.
- Eu sou egoísta? Ok. Eu sou egoísta por querer te proteger? Sabe, às vezes eu acho que eu devia ter ficado na minha quando nos conhecemos. Eu não devia ter me entregado aos meus sentimentos. Eu sei que dessa forma eu teria perdido tudo de bom que passamos juntos, mas pelo menos assim, você estaria lá no Brasil, com sua vida normal e com seus amigos, e o mais importante, não estaria correndo perigo. Eu sei que dessa forma eu teria perdido talvez para sempre o amor da minha vida, mas me sentiria melhor não colocando a vida de ninguém em risco. – Bill falou irritado, enquanto tirava o capuz da cabeça e o jogava com força em cima da cama.
- É, talvez fosse melhor, não acha?! Daí você teria uma vida perfeita com a queridinha Natalie, sem ao menos saber que ela é casada e só tem olhos para o seu dinheiro! – Falei com sarcasmo.
Qual era a dele? Agora estava arrependido de tudo? Eu realmente estava ficando com muita raiva.
- Você sabe que eu nunca considerei Natalie mais do que uma amiga! – Bill encostou-se na parede irritado.
- Não sei, eu realmente não sei. – Tirei o colar do meu pescoço e ergui a mão em sua direção para que ele pegasse o colar.
Ele me olhou com o olhar triste agora, eu podia perceber que toda sua raiva havia sido tomada por outro sentimento repentino.
- Confesso que eu não sei o que significa o “sempre” para você. Você esta me mostrando que não existe um sempre. – Falei enquanto sentia as lagrimas banharem meus olhos.
Bill não se mexeu um milímetro e continuou me olhando com o mesmo olhar.
Soltei o colar e o deixei cair ao chão e sai do quarto, descendo as escadas. Encontro-me com Simone, que estava á caminho do quarto de Bill para ver o que estava acontecendo.
- Samy? O que aconteceu? – Simone me olhou assustada.
Eu não me importei em responder sua pergunta. Continuei andando para fora da casa.
Eu não sabia para onde ia, eu só queria andar por aí, sem rumo.
Entrei na floresta que havia ao lado da casa e me sentei á beira da primeira arvore que me apareceu na frente.
Eu apenas conseguia chorar. Como ele podia fazer isso depois de tudo?! Eu não conseguia ver um lado bom no que ele queria. Era ilógico.
Eu sentia falta do que sempre esteve em meu pescoço. Aquele colar era minha certeza da realidade. E agora? O que eu tinha?
Passei a mão pela minha barriga. Não era tão emocionante tudo aquilo sabendo que ele me queria longe.
Ouvi um barulho de carro na estrada, olhei para ver quem era, mas os vidros eram filmados e completamente escuros. Eu já tinha visto aquele carro em algum lugar, mas não me lembrava onde.
O carro parou logo á minha frente, e a porta abriu-se.
- Samy? O que esta fazendo aqui? – Uma voz grossa falou logo em seguida. Eu reconhecia aquela voz, era Tom.
Levantei-me e o abracei. Eu não conseguia parar de chorar.
- O que foi? Não acredito que você e o Bill já brigaram! Você acabou de sair do hospital! – Tom falou irritado.
- Ele quer que eu volte para o Brasil, Tom! Tudo por medo do Mike! Eu não quero ir, eu não posso ficar longe dele! – Falei enquanto soluçava. Tom não disse nada, apenas me puxou pela mão e me carregou para dentro da casa.
Simone estava descendo as escadas e não disse nada quando viu Tom me carregando irritado.
Subimos as escadas e Tom me soltou perto da porta do quarto de Bill.
- Não saia daqui! Eu vou conversar com ele. – Tom ordenou e entrou no quarto fechando a porta. Encostei meu ouvido na porta para ouvir a conversa.
- Bill, que história é essa? Você não pode pedir para que a Samy volte ao Brasil! Você está louco? – Tom falava irritado.
- É para o bem dela! Eu não quero que ela continue em risco! – Bill respondeu com a voz um pouco emocionada. Eu não gostava disso.
- Para o bem dela? Só se for na sua cabeça! Se ela for para o Brasil, será pior para ela e para você também! Só eu sei como você ficou quando tivermos que vir para a Alemanha e deixar-la no Brasil. Eu realmente não quero que você fique naquele estado de novo. – Tom falou com um ar paterno.
- O Mike a visitou no hospital! Tom, se algo acontecer com ela de novo, eu não sei o que será de mim. – Bill falou com pesar.
- Que se dane o Mike! Ele esta querendo destruir o relacionamento de vocês, e se você mandar-la ao Brasil, ele irá conseguir o que queria. Não seja burro! – Tom falava alto e claro.
Tudo ficou em silêncio. Eu queria saber o que estava acontecendo lá dentro. Levei a mão na maçaneta, mas Tom começou a falar novamente.
- Ela te ama muito, e você também a ama. Seja o que for, permaneça ao lado dela, mesmo que ela corra risco ou você, o melhor que vocês têm de fazer é passar por isso juntos. – Tom falou com a voz abafada.
Eu não me contive e abri a porta. Bill estava sentado na cama com os cotovelos apoiados nas pernas e o rosto pousado sobre as mãos. Tom estava de pé á sua frente de braços cruzados.
Tom me olhou e imediatamente saiu do quarto fechando a porta sem dizer mais nada.
Aproximei-me de Bill. Eu não sabia o que falar, nem o que fazer. Tudo que tinha de ser dito, Tom já havia o feito. Apenas permaneci em pé ao seu lado.
Bill tirou as mãos do rosto e me olhou com os olhos molhados. Ele segurou minhas mãos, entrelaçando os dedos nos meus e me puxou, me abraçando e enterrando seu rosto em minha barriga.
- Por favor Samy, me perdoe? – Bill choramingou.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Para sempre você - cap. 82

Mike me olhou com um sorriso malicioso como se tivesse relembrando que não desistiria facilmente e saiu do quarto com uma postura de um adulto responsável. O médico sorriu simpaticamente para ele e entrou no quarto fechando a porta.
- Samantha, está com sorte. Terá alta ainda hoje. Iríamos liberar-la agora para que fosse embora junto com o seu pai, mas como Bill está como o seu responsável aqui na Alemanha, decidimos esperar por ele. Ele já deve estar chegando. – O médico sorriu para mim enquanto desligava os aparelhos que estavam ligados em mim.
Imagine se ele me liberasse agora. Meu deus, não quero nem pensar no que Mike iria fazer comigo.
Sentia-me aliviada, os ruídos irritantes não existiam mais agora, e eu podia me movimentar melhor. Sentia-me como uma marionete libertada das cordas.
- Vou dar-lhe privacidade para que se vista. Assim que Bill chegar eu venho lhe buscar. Não saia do quarto! – O médico ordenou e saiu do quarto.
Olhei para uma pequena mesa no canto do quarto. Meu vestido branco de rendas que eu tanto gostava, estava sobre ela.
Tirei aquelas roupas horríveis de hospital e o coloquei. Eu não podia deixar de admirar minha barriga. Era tão inacreditável ter uma vida dentro de mim.
Eu sentia-me ansiosa para ver Bill, tão ansiosa que eu sentia vontade de gritar, pular e bater palmas, tudo ao mesmo tempo, como uma louca.
Eu precisava de um espelho, com certeza eu estava horrível. Mas isso não me importava tanto agora, eu estava ansiosa demais, feliz demais por estar saindo daquele hospital, e assustada, pela aparição de Mike, depois de tanto tempo.
Sentei-me na cama tentando me acalmar quando ouvi a porta abrir-se.
Levantei-me ansiosa para ver quem estava entrando, e lá estava ele. Bill entrava no quarto na maior elegância, com um capuz cinza colocado elegantemente sobre a cabeça, óculos escuros, jeans claro e uma camiseta grafite.
Assim que ele me viu, abriu um sorriso tão lindo, que quase me fez tombar para trás. Senti-me exatamente como da primeira vez que o vi no aeroporto do Brasil. Era como se eu tivesse o encontrando pela primeira vez. Senti meu coração bater fortemente, me sufocando.
Corri ao seu encontro e o abracei com todas as minhas forças. Bill me envolveu em seus braços e beijou meus lábios em meio de seu sorriso emocionado.
- Como é bom ver-la bem! Você não tem nem noção do quanto eu sofri com tudo isso. – Bill alisou meu rosto.
Eu estava atordoada, sentia saudades do sabor de seus lábios, do calor de seus braços e de tudo relacionado á ele.
Bill agachou-se e beijou minha barriga e me abraçou novamente por um longo tempo, como se quisesse me prender em seus braços para sempre.
- Bom... desculpa me intrometer, mas Senhorita Meyer, procure repousar agora, não tenha emoções muito fortes e procure não fazer muito esforço. Você passou por uma situação de alto risco, e não deve abusar. – O médico falava para mim, mas olhava fixamente para Bill, como se fosse uma advertência para ele.
Bill deu um sorriso sem graça para o médico.
Como assim, sem emoções muito fortes? Era impossível não ter emoções fortes ao lado de Bill.
Saímos do quarto juntos indo diretamente para fora do hospital. Assim que saímos, havia vários repórteres e fotógrafos, pareciam canibais ansiando por um pedaço de nossa carne.
Bill passou o braço pela minha cintura e me puxou rapidamente para dentro do carro dele parado logo á frente do hospital, sem responder nenhuma pergunta aos repórteres.
- Todo mundo já sabe? – Olhei para ele assustada.
- Sobre nosso filho? Não. Mas que você estava internada, sim. Não teve como esconder isso, muitos me viram vindo para cá e indo embora todos os dias, sem tirar os pacientes que com certeza uma hora ou outra iriam contar para a mídia. Mas, ninguém sabe o porquê que você estava aqui. – Bill explicou calmamente.
Senti-me aliviada. Eu sabia que uma hora ou outra todos iriam ficar sabendo, mas teríamos que nos preparar para isso, principalmente o Bill, que iria ser manchete de jornais no mundo todo. Já podia imaginar o que iriam escrever “Bill Kaulitz engravida uma garota de dezessete anos”. Bom, pelo menos não seria dezessete, porque amanhã eu já estaria com dezoito. Mas de qualquer forma, não iria transmitir uma boa imagem á seu respeito... mas se fosse casado... não, Bill nunca iria querer se casar, ele não acreditava em religião alguma e também era muito novo.
Bill ligou o carro e seguiu pela estrada deixando aquela multidão de repórteres e fotógrafos para trás.
- Bill, o que aconteceu naquele dia para eu ter vindo parar no hospital? – Perguntei. Eu precisava saber, eu não lembrava de absolutamente nada.
- Você não se lembra? – Bill respondeu com uma pergunta.
- Eu não me lembro de nada. Nem do que fizemos naquele dia. Apenas me lembro de ter chegado a sua casa, e que ela é linda... e de sua mãe, apenas isso. – Olhei para Bill e ele permaneceu calado. Ameaçou a falar duas vezes, mas disfarçou molhando os lábios com a língua.
- Não precisa lembrar. Não é algo muito agradável para se guardar na memória, não acha?! – Ele finalizou o assunto.
- Bill... o Mike me visitou um pouco antes de você chegar. – Eu precisava contar para ele.
Bill pareceu se assustar e desviou de um carro que vinha na nossa direção ás pressas. Aquilo me assustou, poderia ter provocado um acidente. Eu realmente devia ter esperado chegar a casa dele para contar isso.
- O Mike? Ele te fez alguma coisa? – Bill apertou o volante como se fosse quebrar-lo. Eu não podia ver sua expressão, ele estava com os seus óculos escuros.
- Não. Ele apenas disse que queria a mim e que não iria desistir. Ele é perigoso Bill, estou começando á ter medo... não por mim, por você. – Conclui.
Bill não disse nada. Ele parecia preocupado.
Chegamos a sua casa enorme. Não pude deixar de me maravilhar novamente com aquele jardim que mais parecia tirado de um conto de fadas.
Entramos em sua casa e Simone me recebeu com beijos e abraços. Ela realmente era uma pessoa maravilhosa.
Eu queria ver Tom, Georg e Gustav, mas Bill disse que eles estavam em Hamburgo participando de um programa. Ele me disse que durante todos os dias que eu fiquei naquele hospital, nenhum deles saiu de lá, e assim que ele soube que logo eu teria alta, achou melhor que fossem á esse programa para que as fãs não ficassem preocupadas.
Subimos á seu quarto e Bill fechou a porta enquanto tirava seus óculos. Ele realmente estava com uma expressão preocupada.
- Eu te amo como nunca amei ninguém. Mas Samy, eu vejo que enquanto você estiver comigo, permanecerá em perigo, e o que eu menos quero é que algo aconteça com você e nosso filho. Eu pensei que tinha te perdido, e realmente, não quero passar por aquilo de novo. Eu não viveria sem sua existência. – Bill segurou meu rosto entre suas mãos enquanto me olhava com seus olhos caramelizados e profundos.
- O que você quer dizer com isso? – Perguntei um pouco assustada.
- Eu sei que isso irá me matar... mas acho que você deve voltar ao Brasil... sozinha.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Para sempre você - cap. 81

Mamãe nos olhou sem entender. Eu não iria contar toda a história para ela, eu não podia envolver-la nisso, eu não queria mais um ente querido sendo prejudicado. Apenas a mandei demitir Mike e nunca mais entrar em contato com ele ou com qualquer pessoa relacionada á ele, por sorte ela entendeu o recado e não questionou.
- Garotos, vocês estão ciente que hoje será o evento na RTL. – David se aproximou nos relembrando.
- Não vou sair desse hospital até Samy estar bem! – Falei firmemente e Gustav, Georg e Tom o olharam como se eu tivesse dito por todos. David apenas nos olhou inexpressivo.
- Ok. Eu irei resolver isso. – David falou por fim e saiu do hospital com o celular no ouvido.
David não era um produtor rigoroso, ele não nos dava ordens, ele deixava nós mesmos construir nosso sucesso, e ele sempre era secundário em todos nossos projetos e procurava nos apoiar em absolutamente tudo, e criticar quando era necessário. Eu nunca pude imaginar um produtor melhor do que ele no mundo todo. Era exatamente assim que todos deveriam ser. Ninguém cria arte sendo pressionado ou obrigado, simplesmente cria.
Eu me lembro de um pouco antes da gravação de Durch den Monsun, quando eu disse á ele que tatuaria o logotipo da banda no pescoço e ele veio dizendo “Isso não é uma boa idéia! O que você irá fazer se tudo fracassar ou se você se chatear com os outros membros da banda ao ponto de se separarem e você terá para sempre o logotipo no pescoço depois de fazê-lo?!” eu apenas tinha 14 anos na época e o respondi com toda firmeza que encontrei dentro de mim naquele momento “Eu tenho esperado toda a minha vida por isto. Eu quero gravar este momento no meu corpo. Não me interessa minimamente se isto será um fracasso ou não”. Depois disso ele nunca mais questionou minhas decisões.
Sentei-me junto com Tom em um banco no corredor e Gustav e Georg foram procurar algo para comer na lanchonete. Meus olhos não se desviavam da porta onde estava Samy.


Parte contada por Samy.

bi-bi-bi-bi-bi...
Meus sonhos já haviam sido invadidos por aquele bip infernal, agora estava começando á invadir meus pensamentos.
Quantos dias já haviam se passado? Cinco? Dez? um ano? Eu já havia perdido toda noção de tempo naquele quarto branco. Aquele branco continuo já estava me cegando, meus olhos gritavam para ver cores diferentes.
E Bill? Desde o dia em que mal conseguia respirar direito que os médicos proibiram sua visita. Só porque naquele dia o monitor cardíaco teve alterações com a presença dele. Que idiotice. Eu precisava ver Bill! Sua imagem já estava se perdendo em minha mente, como se ele fosse um sonho que eu havia tido á algum tempo atrás, e me fazia questionar se tudo que eu havia passado com ele realmente era real ou não passava de um doce sonho.
Mas algo me mostrava que não podia ser um sonho. O colar, sim ele estava no meu pescoço.
Mas porque eu estava naquele hospital? Eu realmente não conseguia lembrar-me de exatamente nada sobre o que havia acontecido. Apenas me lembrava de Bill e eu chegarmos a sua casa, que mais parecida com um palácio, e de ter conhecido a mãe dele, que realmente era uma pessoa maravilhosa. Minha mente ficou naquele hall de entrada da casa dele, depois disso apenas me lembrava de não conseguir respirar e me sentir fria, muito fria, tão fria que não podia sentir meu corpo, e meu coração pulsava lentamente ruidoso. E logo que eu pude sentir o ruído de meu coração desaparecer aos poucos, eu ouvi a doce voz de Bill quebrar o vazio de minha mente, e o toque quente de sua mão macia na minha fria.
Algo que realmente marcou naquele momento foi o que ele disse, “Eu estou aqui. Sempre vou estar”. Pelo menos isso ainda era claro em minha mente.
Eu estava ótima, eu queria levantar daquela cama e correr pelos corredores do hospital atrás de Bill. Queria poder sentir seu cheiro novamente, o toque de suas mãos e seus lábios macios e saborosos.
Mas, e se ele não estivesse lá?
- Samantha! Está acordada. – A voz suave do médico ecôo pelo quarto.
- Ou estou dormindo de olhos abertos. Quero ir embora! Estou ótima! – Falei irritada.
- Calma querida. Você logo terá alta. – O médico sorriu para mim e analisou a tela dos aparelhos que estavam na sala.
- Eu quero ver o Bill! – Falei me sentando na cama. A calma daquele médico estava me irritando, como se ele tivesse debochando de mim.
- Por favor, deite senhorita Meyer. – O médico falou calmamente de novo enquanto anotava algo em uma prancheta.
- Você é surdo ou o quê? Eu disse que quero ver o Bill! – Falei novamente, enquanto escorregava para a beira da cama para me levantar.
- E você irá ver-lo quando ele chegar. Agora, não seja teimosa e deite! – O médico ordenou calmamente de novo.
Bom pelo menos ele disse que eu iria ver-lo.
- Agora quem você irá ver é o seu pai que está ai fora faz uma hora esperando você acordar. – O médico disse por fim e saiu do quarto.
Meu pai? Como assim, meu pai? Ele nem sabia que eu havia vindo para Alemanha e muito menos que eu estava com Bill Kaulitz. Como poderia ser ele?
Que droga! Eu não queria ver meu pai. Traidor!
Com certeza ele viria com algum sermão idiota e iria querer levar-me de volta para o Brasil. Eu não estava com cabeça para aturar isso.
Deitei-me na cama e fechei os olhos fingindo ter dormindo novamente.
Escutei a porta do quarto abri-se e passos largos se aproximarem de minha cama.
- Eu sei que você não está dormindo, querida filhinha. – Uma voz rude falou com sarcasmo. Aquela não era a voz de meu pai.
Abri os olhos e lá estava... Mike. Senti um medo enorme tomar conta de mim e eu fiquei sem ação.
- O que... o que você estava fazendo aqui? – Falei gaguejando e ele sorriu.
- Vim desejar feliz aniversário adiantado para minha filhinha. – Mike riu-se. – Amanhã é seu aniversário não é?! Não me diga que se esqueceu. – Mike continuou.
Meu aniversário? Amanhã era dia 13 de agosto? Meu deus! Eu estava já se fazia um mês naquele hospital!?
Olhei para mim mesma. Minha barriga ainda era pequena, mas eu podia notar-la certo volume, um volume que ninguém notaria sem ser eu mesma. Um mês, meu bebê já tinha um mês. Alisei minha barriga por um momento. E amanhã eu finalmente seria adulta, finalmente teria meus dezoito anos e não teria que me preocupar com absolutamente nada.
Por um momento eu pude me esquecer que o perigo estava ali na minha frente.
Mike não podia saber de minha gravidez, nunca!
- Claro, agora esta toda emocionada com a criaturinha que esta dentro de você! – Mike zombou.
Como ele sabia?
- O que você quer? Vou chamar o médico! – Falei com a voz tremula.
- Se eu fosse você, eu não faria isso. Está vendo esse celular no meu bolso? Uma chamada que eu der, meus amigos lá fora, acompanhados de belas armas cintilantes, iram atrás de seu queridinho Bill. – Mike sorriu enquanto apontava para o celular preto em seu bolso.
- O que você quer? – Perguntei novamente enquanto sentia meu corpo todo tremer enquanto eu olhava para o celular em seu bolso.
- Você, querida Samantha, você. E eu não vou desistir tão fácil. – Mike se aproximou sussurrando.
Eu não podia fazer nada. Por mais que minha vontade fosse de gritar e esmurrar ele, Bill estava em perigo, e isso me deixava fraca e sem saídas.
- Senhor Meyer, seu tempo acabou! - O médico chamou na porta.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Para sempre você - cap. 80

Capítulo contado por Bill Kaulitz.

- E o que está esperando? Fale! – Falei irritado enquanto fechada minhas mãos em punho. Eu já não agüentava mais ficar na dedução, eu queria ter certeza de algo.
- Calma! – Tom segurou meu braço enquanto olhava para o médico seriamente.
- Bom, eu peço que se acalme também senhor Kaulitz. Samantha está bem, e irá precisar de muito repouso e transfusão de sangue, ela quase perdeu o bebê. – O médico falava enquanto olhava uma prancheta em suas mãos.
Senti um alivio tão grande, que podia sentir-me pairar pelo ar. Samy estava bem, e nosso filho também, era o que importava agora, nada mais.
O buraco dentro de mim imediatamente foi preenchido, mas o vazio ainda estava dentro de mim, eu precisava ver-la com meus próprios olhos para ter minha certeza.
- Eu posso ver-la? – Minha voz estava mais leve e calma e Tom soltou meu braço enquanto abria um sorriso de alivio e encontrava os olhos de mamãe que agora não eram mais de sofrimento, mas sim de alivio também, como os de todos ali presente.
- Apenas cinco minutos. Ela realmente precisa de repouso antes de levarmos ela para um quarto. Ela foi muito forte, estava quase morta quando chegou aqui. – O médico continuava olhando a prancheta.
Eu assenti e o segui pelo corredor.
- Você é medico não é? Então me diga o porquê de acontecido isso. – Falei enquanto o seguia.
- Digamos que foi uma tentativa de aborto sem sucesso. Isso é muito perigoso, às vezes perde-se muito sangue, levando até mesmo á morte. No caso de Samantha, ela teve uma hemorragia classe três, se tivesse chegado á classe quatro, talvez não teríamos conseguido salvar-la. Fizemos alguns exames, e o feto não foi afetado, considero isso muita sorte, ou um milagre talvez, o que seja que aconteceu, apenas afetou ela. – O médio falou com simpatia.
- O QUÊ? – Falei alto e irritado. – Um aborto? Ela não pode ter tentado isso! – Continuei no mesmo tom de voz irritado.
- Por favor senhor, fale baixo, estamos em um hospital! – O médico me advertiu antes de abrir a porta da sala onde estava Samy.
Eu entrei e analisei a sala que estava cheia de equipamentos de cirurgias, aparelho de reanimação cardíaca e cardiopulmonar, e entre outras coisas que eu nem imaginava para que serviam. E lá estava ela, deitada sobre uma cama e ligada em diversos aparelhos. Samy ainda parecia um anjo, mesmo naquele estado. Sua pele que sempre tinha um tom de pêssego, agora estava muito branca, parecendo de porcelana, e seus lábios estavam arroxeados e entre abertos, por onde respirava dificultosamente. Seus olhos permaneciam fechados, mas serenos, ela parecia estar dormindo tranquilamente, se é que alguém consegue dormir ligada á diversos aparelhos cheios de ruídos irritantes.
Aproximei-me da cama e segurei sua mão, percebi que estava fria, diferente de como costumava á ser quente e deliciosa quando tocava minha pele.
Ela parecia tão frágil naquela cama, era impossível de continuar irritado com ela pela tamanha bobagem feita. Mas mesmo assim, eu não acreditava que ela realmente teria prejudicado isso, ela amava nosso filho mesmo antes de vir ao mundo, disso eu tinha certeza.
Sentei em uma cadeira que estava do lado de sua cama e segurei sua mão contra meu peito, procurando esquentar-la.
- Samy, eu te amo, ok?! Não se esqueça disso. – Falei baixinho para ela, mesmo que ela não escutasse.
Senti a mão dela apertar a minha e o monitor cardíaco começou a apitar um pouco mais acelerado.
- Bill? Bill? Bill? – Samy me chamou aos sussurros. Ela estava acordada! Que saudades que eu sentia de escutar-la dizer meu nome.
- Eu estou aqui. Sempre vou estar. – Entrelacei meus dedos nos dela e ela sorriu por um momento.
- Eu te amo também... – Ela sussurrou de novo e lutou para abrir os olhos e me ver.
Eu não pude dizer nada, estava tomado pelas minhas emoções.
Samy me olhou com seus lindos olhos e senti agora meu vazio ser preenchido, exatamente como o buraco de antes.
- Senhor Kaulitz, seu tempo acabou. – O médico falou enquanto segurava a porta.
Levantei-me para ir, mas Samy não soltava minha mão.
- Fique! – Ela sussurrou mais uma vez.
- Não posso Samy. Você tem que repousar. Mas estarei aqui, sempre. – Peguei o colar que havia caído de seu pescoço e o coloquei novamente nela. Ela imediatamente soltou minha mão e a levou ao pingente do colar.
Saí da sala junto com o médico que já estava impaciente na porta.
Tom me esperava do lado de fora com os braços cruzados e a expressão séria.
- Ela está bem? – Tom perguntou com a voz firme.
- Comparado á como estava quando chegou aqui, sim. – Olhei para Tom incrédulo.
Andamos em direção de mamãe, que nos esperava juntamente com os outros.
Eu precisava saber o que havia acontecido exatamente, mas eu não iria perturbar Samy com isso por enquanto.
- Mãe, o que aconteceu ontem quando saí com Ina? – Perguntei e ela me olhou sem entender, ao mesmo tempo em que Tom me olhou furioso quando me escutou pronunciar o nome de Ina.
- Ina? Bill, qual é o seu problema? Droga, porque saiu com ela? – Tom se intrometeu irritado.
- Eu fui encontrar com o pessoal da escola! Não venha com restrições! – Respondi irritado, e mamãe se colocou entre nós dois.
- Eu tive que sair á trabalho, e deixei a criada Anna fazendo companhia para Samantha. Ela é Irmã do meu criado Mike, mas no dia que eu avisei para ele que você viria apresentar sua namorada, ele disse que teria de cuidar da esposa que estava doente e mandou Anna em seu lugar. Ela não era tão eficaz como Mike, mas pelo menos parecia ser uma boa companhia, ela tratava Samy com muito cuidado e simpatia. Eu realmente não sei o que ouve, eu cheguei tarde, por volta das onze da noite e tudo já estava escuro, deduzi que vocês já estavam dormindo, e Anna não pode dormir em casa porque ela não queria deixar a mãe sozinha, então a dispensei assim que cheguei. – Mamãe explicou cada detalhe enquanto me olhava com o olhar distante.
- Mike? Sabe o nome da esposa dele? – Perguntei enquanto captava a mesma dedução que estava nos olhos de Tom.
- Não tenho certeza. Ele nunca disse, mas uma vez eu o vi ao telefone falando com uma tal de Natalie, o mesmo nome da sua maquiadora. – Mamãe concluiu.
- Droga! - Eu e Tom fizemos coro.