Não poderia ser ele, esse celular era novo, ele não tinha meu numero, apenas do antigo... aquele no qual eu joguei na janela do avião para que ele me olhasse.
- Bill? – Esperei a resposta sentindo meu coração acelerar mais á cada segundo.
- Repita meu nome mais uma vez, por favor. – A voz dele ficou rouca e baixa.
- Bill! – Meus olhos voltaram a mergulhar em lagrimas trazendo consigo os soluços novamente.
- Você não tem idéia do quanto senti falta disso. – A voz dele continuava rouca e baixa, aquilo fazia meu coração doer, eu sabia que ele também estava chorando.
- Perdoe-me, Bill! Por favor, me perdoe?! – Eu implorava ao celular. O cobrador ameaçou levantar-se para ver se eu estava bem, mas se intimidou com o idioma que eu estava falando ao celular e desistiu.
- Eu nunca tive magoas de você, não precisa pedir perdão. Eu sei o porquê que você disse tudo aquilo... pelo menos eu deduzi, e espero não estar errado. Apenas me diga se estava falando sério ou não, é o que eu preciso saber para concluir tudo. – Bill continuava com a voz rouca, mas um pouco mais alta.
- Era tudo mentira. Eu apenas não queria que você me colocasse em primeiro de tudo. Sua carreira é o seu sonho, eu nunca iria sentir-me bem sabendo que você estaria abrindo mão de tudo apenas para me proteger, isso é injusto. Eu disse aquilo apenas para você ir nessa turnê e me deixar voltar ao Brasil apenas por esse tempo. – Minha voz falhava mas consegui explicar para ele tudo aquilo que me sufocava desde aquele dia.
Bill ficou em silencio por alguns minutos e comecei a me desesperar.
- Você se preocupa demais comigo. – Bill finalmente falou, mas agora sua voz não estava mais rouca, o que me aliviou um pouco.
- E você também se preocupa demais comigo, só que acaba se esquecendo de si mesmo. – Falei enquanto desviava os olhos do cobrador que não tirava os olhos de mim por nenhum segundo.
Bill riu de alivio. Sua risada me fazia tanta falta que pude me sentir quase completa naquele instante. Era um som tão doce quanto sua voz.
- Eu irei te buscar amanhã. – Bill falou com a voz firme.
- Amanhã? Como? – Perguntei sem saber o que fazer.
- Eu te amo. – Bill não respondeu minha pergunta e desligou o telefone.
Amanhã ele viria me buscar, mas como eu o encontraria se eu não tinha o seu numero de celular sendo que ele trocava sempre quando ia para um país diferente?
Era um tiro no escuro, eu realmente não tinha nenhuma informação, apenas a que ele viria amanhã.
O cobrador tomou coragem e se aproximou de mim.
- Desculpa me intrometer, mas, você é Brasileira? – O cobrador me olhava com curiosidade.
- Sou sim. – Respondi enquanto tentava ver o numero de Bill nas chamadas de meu celular.
- Então você tem algum amigo americano? – Ele perguntou novamente.
- Era meu noivo. Ele é alemão, mas nos comunicamos em inglês. – Mostrei meu anel para ele e ele sorriu.
- Bill Kaulitz? – Ele continuou sorrindo para mim.
- Sim, você o conhece? – O olhei surpresa.
- Minha filha é fã da banda dele. Eu vi algumas fotos de vocês juntos na TV. Eu sabia que te conhecia de algum lugar, mas depois que ouvi você dizendo o nome dele, eu logo me lembrei quem é você. – Ele cruzou os braços.
- Que legal. – Olhei novamente para o celular. O cobrador me interrompeu novamente e pediu uma foto comigo e eu não pude negar. Era estranho, eu não era famosa nem nada, para mim era novo as pessoas me pararem para tirar fotos apenas por eu ser noiva do vocalista de uma banda, eu não merecia toda essa atenção.
Logo depois, consegui achar o numero de Bill e retornei a ligação, mas ninguém atendeu. Era provável que ele havia ligado de seu quarto ou de algum local onde nesse momento com certeza ninguém mais saberia dele.
Retornei com ônibus até minha casa para arrumar minha mala. Eu não tinha muitas coisas para levar, tudo havia ficado na Alemanha, absolutamente tudo.
A única forma de encontrar com Bill era ficar no aeroporto até sua chegada, e era o que eu iria fazer.
Escrevi uma carta para Fernanda, explicando tudo que havia acontecido e a deixei sobre a mesa. Peguei minha pequena mala e entrei no taxi mais próximo de onde eu estava.
Aquele aeroporto me causava certa ansiedade e lembranças eternizadas em minha alma. Era onde eu havia conhecido Bill, onde a primeira linha da minha história havia sido escrita, onde eu havia encontrado meu destino definitivamente. Eu podia ver as imagens em minha mente exatamente como havia acontecido.
Eu lembro que corria sem prestar atenção para onde ia, para pegar o primeiro taxi que apareceria na minha frente, e então já me via nos braços de Bill para que eu não caísse ao chão depois de ter trombado com ele.
Eu me lembro de ficar em choque ao analisar seu rosto perfeito. - Está tudo bem com você? – Foi a primeira coisa que Bill me disse quando nos conhecemos. Incrível como ele conseguiu se preocupar comigo desde o primeiro segundo. Ele sempre foi meu anjo. Meu anjo, sim, era isso que ele era.
Tudo ainda estava tão claro e nítido em minha memória, e eu apenas desejava que continuasse para sempre esse momento gravado em mim.
Chegando ao desembarque de vôos internacionais, sentei-me ao chão perto da porta e peguei um papel em minha bolsa, onde eu escrevi “Bill Kaulitz, my angel” e fiquei o segurando voltado para a porta de desembarque por longas horas.
As horas iam se passando, e ainda eram seis da tarde. Eu sabia que ele chegaria no dia seguinte, mas eu teimava em segurar o papel como se minha vida dependesse disso.
Estava ficando tarde, eu estava ciente que viraria a noite lá aguardando, mas eu não me importava, eu havia ficado um mês e meio sem ele, passar a noite em claro para rever-lo não seria problema algum para mim.
O aeroporto começou a ficar vazio, havia apenas eu e algumas pessoas sentadas nas cadeiras um pouco ao longe, mas eu não iria sair da onde estava.
O sono estava começando a querer me dominar, estava difícil de agüentar. Ele apenas chegaria no dia seguinte mesmo, não iria fazer mal eu dormir apenas por algumas horas. E foi o que eu fiz. Encostei-me na parede sem largar o papel, e deixei o sono tomar conta de mim aos poucos.
sábado, 4 de dezembro de 2010
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Ahhh! Era o Bill! Momento Total Ahhh!
ResponderExcluirQue meiga a conversa entre eles, #JuroQueQuaseChorei, realmente comovente *---*
As pensonagens tem uma história tão fascinante e bem desenvolvida que se espera até mesmo o imprevisível acontecer.
E o Bill, como encontrará Brook?
Momentos de tensão e ansiedade reservados em altas doses para o próximo cap. de "Para Sempre Você" -Yep'
Espero roendo o cotoco dos dedos pelo 94º Cap.
Está realmente I-M-P-E-C-A-V-EL! -comosempre-
~Ceh!~