terça-feira, 7 de setembro de 2010

Para sempre você - cap. 87

Virei-me com hesito e lá estava Natalie com os olhos marejados e me fitando enquanto segurava um pacote rosa entre as mãos.
- Natalie... nem eu sabia dessa festa, desculpe. – Falei um pouco surpresa.
- Eu não me esqueci de seu aniversário. Eu não me esqueci de nada em nenhum segundo. – Natalie abaixou a cabeça enquanto olhava o pacote.
Qual era o problema dela? Da ultima vez que a vi, ela queria que eu matasse meu filho, e soltou toda sua ignorância sobre mim e Bill...agora estava á minha frente, inconsolável.
- Ok Natalie, não estou te cobrando nada. – Falei sem expressão. Eu sempre duvidava de Natalie, ela nunca foi uma pessoa confiável e nunca será.
- Porque não?! Se eu fosse qualquer um de seus amigos, você cobraria, não é?! – Natalie permanecia olhando o pacote.
- Cobrar eu não cobraria, mas me sentiria mal por todos terem esquecido. – Lembrei-me da manhã daquele dia quando acordei e não havia ninguém na casa.
- Ótimo. Eu não voltarei a te fazer mal. Tudo que eu fiz até hoje foi por inveja, não vê?! Além de amor ao Mike, tudo foi por inveja. Mas, aqui está seu presente. Vou embora, não quero que Bill me veja aqui. – Natalie esticou as mãos em minha direção com o pacote.
Eu o peguei e não pude dizer absolutamente nada, ela já estava saindo pela porta da frente e indo embora.
Que estranho. Agora sim eu estava com medo, aquilo era muito estranho.
Coloquei o pacote em cima de uma mesa e não tive coragem de abrir-lo. Talvez mais tarde na presença de Bill, eu o abriria, mas agora eu não estava com coragem, e eu não sabia o que esperar, eu não conseguia imaginar o que era.
Mas de qualquer forma, eu não era uma pessoa sem coração, corria sangue quente em minhas veias, e eu me sentia mal pela Natalie, apesar de tudo.
Sai da casa em busca de Natalie e a vi á distancia na estrada com uma criança nos braços indo em direção de um carro preto.
Corri ao seu encontro e ela se virou com uma expressão surpresa.
- Natalie... fique! Por favor. – Falei sem fôlego e ela hesitou em sorrir.
A criança que estava em seus braços era um menino, com feições delicadas e o cabelo loiro muito claro e liso, ele aparentava ter cinco ou seis anos de idade, seu olhar era exatamente igual ao dela.
- Eu não posso. – Natalie franziu o cenho.
- Quem é ela, mamãe? – O menino falou com a voz fina e doce.
Mamãe? Natalie era mãe? Meu deus, isso era muito... inesperado.
- Quieto Hanz. – Natalie voltou-se ao menino.
- Ele é seu filho? – Minha pergunta era desnecessária, mas eu não sabia o que falar.
- Bom... sim. Samy, eu preciso ir, me desculpe. – Natalie falou sem graça e continuou caminhando até o carro preto.
Eu não insisti, deixei que ela fosse. Voltei para a casa, e Bill estava na porta com uma expressão furiosa.
- Samantha, onde você estava? Não quero que você se exponha assim na rua, você sabe muito bem que o Mike pode aparecer á qualquer momento! – Bill falava irritando enquanto me carregava para dentro da casa.
- Virou meu pai agora? Eu sei me cuidar sozinha. – Falei com sarcasmo.
- OK, sabe se cuidar tanto que foi parar no hospital e quase perdeu a vida e nosso filho. – Bill me olhava sério.
- Agora eu que sou a irresponsável. – Falei começando a me irritar enquanto andava para longe dele.
- Não estou dizendo que você é irresponsável! – Bill me segurou pelo braço.
Olhei para ele furiosa e eu o senti acalmar-se. - Desculpe Samy. Eu quase te perdi uma vez, e eu não quero passar por essa experiência de novo. Eu apenas fiquei preocupado, desculpe. – Bill continuou agora com uma expressão de piedade que fez me render-se
- Ok, está desculpado. – Beijei seus lábios demoradamente.
Voltamos para a festa, tudo estava animado ainda.
Tom e Nanda não estavam mais entre os convidados. Perguntei para Bill sobre a ausência deles e Bill apenas respondeu com uma gargalhada que não precisou de nenhuma justificativa á mais.
Eu me sentia feliz por ter ajudado Nanda a realizar o sonho dela. Era algo que eu gostaria que fizessem por mim se por acaso o destino não tivesse sorrido para o meu lado.
Minha Mãe iria passar uma temporada na Alemanha, afinal, agora ela era uma alma livre, apenas queria realizar seu sonho de conhecer o mundo. Realmente a separação dela e do meu pai fez muito bem para ela, e apesar de eu desejar que meus pais fossem unidos, a felicidade dela era o que importava. Mas a separação de meus pais não me incomodava mais. Agora eu estava muito ansiosa, muito feliz, e cheia de planos para meu futuro com o Bill, e nosso filho ou filha. Isso me dava tanta alegria que me fazia até mesmo esquecer-se de Mike. O que eu mais queria era que ele fosse preso para que possamos viver sem medo, sem limitações e em paz, de certo modo.
Aquele anel em meu dedo era tão grandioso, não por ser feito por materiais finos, ele poderia ser feito de alumínio, de ferro, ou até mesmo com o material mais pobre ou rico que existesse, isso não me interessava, apenas o que me importava era o significado dele, o porquê dele estar em meu dedo.
O dia foi maravilhoso, pude matar as saudades de todos, e me divertir.
A noite já caia e começaram com rodadas de bebidas. Tom e Nanda não apareceram mais, e eu sentia vontade de rir toda vez que eu pensava no porque disso.
Bill e eu nos afastamos de todos e fomos para a sacada da sala.
Eu procurava não beber muito para não ficar “alegre” demais, e também para não fazer mal ao bebê. Bill bebia sem se importar com nada, mas era consciente quando era hora de parar.
- Este foi o melhor aniversário da minha vida. – Sussurrei para Bill e ele me encostou à parede me envolvendo em seu corpo.
- Quero tornar-lo ainda melhor. – Bill tinha um toque sensual no tom de sua voz que era irresistível e podia fazer qualquer uma se arrepiar dos pés á cabeça de uma forma incomparável.
- Como? – Perguntei enquanto sentia sua respiração entre lábios acariciar minha boca.
- Porque não vamos finalizar-lo na minha casa... Sozinhos?!

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Para sempre você - cap. 86

- SURPRESA! – Fez se um coro de milhares de pessoas.
Ali estavam Tom, Gustav, Simone, David, Gordon, Fernanda, um rapaz loiro que eu certamente não conhecia e... mamãe. Como era possível? Era minha Mãe!
As lagrimas molhavam meus olhos de alegria, eu queria agradecer a todos por lembrar-se de meu aniversário, mas minha mãe estava ali, era inacreditável. Fui ao seu encontro e a abracei com todas as minhas forças. Parecia um sonho, depois de tanto tempo poder abraçar-la novamente, sentir seu cheiro, sua mão macia alisar meu cabelo enquanto me confortava em seus braços, era como se eu voltasse no tempo, como se eu estivesse completando oito anos ao invés de dezoito. Eu acreditava que nunca mais a veria, mas estava enganada. Agora sim eu estava realmente completa em todos os sentidos.
- Parabéns minha filhinha! Eu te amo muito. – Mamãe falou enquanto secava as lagrimas de seu rosto.
- Eu também Mãe, muito mesmo. – Respondi enquanto sorria para ela.
- Ei Dona Anna, eu também quero ter a minha vez! – Tom cruzou os braços imitando uma expressão de raiva brincando com minha mãe.
Ela riu e alisou meu cabelo enquanto me soltava de seu abraço.
Tom veio ao meu encontro dando um abraço de urso que quase me sufocou.
- Parabéns Samy! – Tom continuava me apertando e eu apenas conseguia rir.
- Tom, tenha mais cuidado, ela está grávida! – Simone advertiu Tom e ele me soltou rindo.
Olhei imediatamente para minha mãe esperando que ela tivesse alguma reação em relação á minha gravidez, mas ela continuou sorrindo. Provavelmente já sabia da noticia.
Todos me abraçaram calorosamente. Fiquei lisonjeada em conhecer Gordon, ele realmente era uma pessoal incrível, e o rapaz loiro era Andreas, o melhor amigo de Tom e Bill. Fernanda estava eufórica em me ver novamente e estar junto de Tokio Hotel outra vez, graças á mim, e obviamente por eu estar grávida.
Mas estava faltando a pessoa mais importante do que qualquer um. Bill não estava naquele local. - Tom, onde está o Bill? – Perguntei para Tom que se divertia conversando com Nanda.
- Bom... é que... ele... sabe... eu não sei. – Tom gaguejou enquanto olhava para Nanda pelo canto dos olhos.
- Como assim não sabe? – perguntei irritada.
Tom olhou por cima de minha cabeça e sorriu sem responder.
Olhei para trás e Bill vinha sorrindo em minha direção, elegantemente em trajes com um toque formal, o cabelo perfeitamente alinhado e uma calça de couro sintético preto que realçava seu corpo.
Corri em sua direção e o abracei colando meus lábios nos dele.
- Parabéns meu amor. – Bill sussurrou em meu ouvido me causando arrepios.
Agora sim tudo estava perfeito.
Bill me soltou do abraço e me olhou nos olhos. Seus olhos estavam com um brilho diferente, alegre, ansioso, de qualquer forma, me faziam mergulhar neles profundamente.
- Samy eu não pude fazer isso direito, mas agora farei. – Bill falou, mas eu não consegui compreender ao que ele se referia.
- O quê? – Perguntei enquanto olhava as pessoas em nossa volta que nos olhava também.
Bill sorriu e pegou uma caixinha preta no bolso de sua calça e a segurou na palma de sua mão.
- Me dê a certeza que você será infinitamente minha? Que não importando o que aconteça você sempre esteja ao meu lado me fazendo viver e seguir com meus dias? Que até meu ultimo dia de vida eu acorde e te tenha ao meu lado exalando a razão da minha existência? Samy, me dê a certeza de tudo apenas respondendo á uma única pergunta… Você quer se casar comigo? – Bill abriu a caixinha expondo um anel de ouro branco detalhado em prata legitima.
Todos naquela sala se silenciaram e voltaram os olhos para mim esperando minha resposta.
Bill queria se casar comigo? Impossível! Isso era surreal de todas as formas! Eu sentia até mesmo o ar faltar em meus pulmões.
- Sim. – Respondi com dificuldade recuperando o fôlego e as lagrimas logo voltaram a escorrer pelo meu rosto.
Todos naquela sala começaram a bater palmas e assoviar. Bill abriu um sorriso maravilhoso e emocionado enquanto colocava o anel em meu dedo, e me beijou ternamente me prendendo em seus braços calorosamente.
Definitivamente, aquele era o melhor aniversário da minha vida.
Fomos para o jardim, e havia uma festa armada. Havia muita comida e bebida, enfeites, bolo e até mesmo um DJ agitando a festa.
Minha Mãe e Simone passaram a festa inteira juntas, elas realmente estavam se dando muito bem, o que era bom.
Gordon era um homem muito divertido, fazia piadas o tempo todo e era impossível não rir enquanto ele estava por perto. Eu via como Tom e Bill tinham certo carinho totalmente fraterno por ele, um carinho que apenas pais e filhos tem, e isso era lindo, mesmo que ele não fosse o pai biológico deles, o afeto deles era invejável.
Andreas era o típico tímido extrovertido. Era muito educado e sorria envergonhado, porém, quando se juntava ao Tom, pareciam voltar ao colegial, só faltavam fazer bolinhas de papéis de começar uma guerra no meio da festa.
Nanda estava a mesma, com seus cabelos encaracolados e seu sorriso de menina, sempre muito curiosa, me fazendo contar tudo que passei com Bill nos mínimos detalhes.
David, Gustav e Georg jogavam conversa fora em um canto. O assunto parecia ser interessante, Gustav realmente estava muito entretido, provavelmente faziam planos para a banda.
- Acho que te surpreendi. – Bill puxou-me para seu peito.
- Realmente, você conseguiu se superar. – Sorri para ele.
- Eu queria te dar o mundo nesse aniversário. Eu poderia ter te dado o presente mais caro... – Bill hesitou.
- Não preciso de presentes caros, nem do mundo, nem da lua, nem das estrelas, muito menos do sol. Você é meu maior presente, e absolutamente nada nesse universo conseguirá substituir isso. – Falei sobre seu peito e ele sorriu com os olhos marejados.
- Bill, pode vir aqui um minuto? – Andreas chamou Bill á distancia enquanto ria de algo juntamente com Tom.
Bill assentiu e foi em direção dos dois.
Aproveitei para ir ao banheiro e retocar a maquiagem, que com certeza estava completamente destruída pelas lagrimas agora.
Entrei dentro da casa e fiquei um pouco perdida, eu nunca havia estado naquele local antes.
Andei por um corredor longo lotado de portas e fiquei em duvida em qual abrir primeiro.
- Samy? Porque não me convidou para a festa? – Uma voz chorosa feminina ecôo pelo corredor.