Capítulo contado por Bill Kaulitz.
- E o que está esperando? Fale! – Falei irritado enquanto fechada minhas mãos em punho. Eu já não agüentava mais ficar na dedução, eu queria ter certeza de algo.
- Calma! – Tom segurou meu braço enquanto olhava para o médico seriamente.
- Bom, eu peço que se acalme também senhor Kaulitz. Samantha está bem, e irá precisar de muito repouso e transfusão de sangue, ela quase perdeu o bebê. – O médico falava enquanto olhava uma prancheta em suas mãos.
Senti um alivio tão grande, que podia sentir-me pairar pelo ar. Samy estava bem, e nosso filho também, era o que importava agora, nada mais.
O buraco dentro de mim imediatamente foi preenchido, mas o vazio ainda estava dentro de mim, eu precisava ver-la com meus próprios olhos para ter minha certeza.
- Eu posso ver-la? – Minha voz estava mais leve e calma e Tom soltou meu braço enquanto abria um sorriso de alivio e encontrava os olhos de mamãe que agora não eram mais de sofrimento, mas sim de alivio também, como os de todos ali presente.
- Apenas cinco minutos. Ela realmente precisa de repouso antes de levarmos ela para um quarto. Ela foi muito forte, estava quase morta quando chegou aqui. – O médico continuava olhando a prancheta.
Eu assenti e o segui pelo corredor.
- Você é medico não é? Então me diga o porquê de acontecido isso. – Falei enquanto o seguia.
- Digamos que foi uma tentativa de aborto sem sucesso. Isso é muito perigoso, às vezes perde-se muito sangue, levando até mesmo á morte. No caso de Samantha, ela teve uma hemorragia classe três, se tivesse chegado á classe quatro, talvez não teríamos conseguido salvar-la. Fizemos alguns exames, e o feto não foi afetado, considero isso muita sorte, ou um milagre talvez, o que seja que aconteceu, apenas afetou ela. – O médio falou com simpatia.
- O QUÊ? – Falei alto e irritado. – Um aborto? Ela não pode ter tentado isso! – Continuei no mesmo tom de voz irritado.
- Por favor senhor, fale baixo, estamos em um hospital! – O médico me advertiu antes de abrir a porta da sala onde estava Samy.
Eu entrei e analisei a sala que estava cheia de equipamentos de cirurgias, aparelho de reanimação cardíaca e cardiopulmonar, e entre outras coisas que eu nem imaginava para que serviam. E lá estava ela, deitada sobre uma cama e ligada em diversos aparelhos. Samy ainda parecia um anjo, mesmo naquele estado. Sua pele que sempre tinha um tom de pêssego, agora estava muito branca, parecendo de porcelana, e seus lábios estavam arroxeados e entre abertos, por onde respirava dificultosamente. Seus olhos permaneciam fechados, mas serenos, ela parecia estar dormindo tranquilamente, se é que alguém consegue dormir ligada á diversos aparelhos cheios de ruídos irritantes.
Aproximei-me da cama e segurei sua mão, percebi que estava fria, diferente de como costumava á ser quente e deliciosa quando tocava minha pele.
Ela parecia tão frágil naquela cama, era impossível de continuar irritado com ela pela tamanha bobagem feita. Mas mesmo assim, eu não acreditava que ela realmente teria prejudicado isso, ela amava nosso filho mesmo antes de vir ao mundo, disso eu tinha certeza.
Sentei em uma cadeira que estava do lado de sua cama e segurei sua mão contra meu peito, procurando esquentar-la.
- Samy, eu te amo, ok?! Não se esqueça disso. – Falei baixinho para ela, mesmo que ela não escutasse.
Senti a mão dela apertar a minha e o monitor cardíaco começou a apitar um pouco mais acelerado.
- Bill? Bill? Bill? – Samy me chamou aos sussurros. Ela estava acordada! Que saudades que eu sentia de escutar-la dizer meu nome.
- Eu estou aqui. Sempre vou estar. – Entrelacei meus dedos nos dela e ela sorriu por um momento.
- Eu te amo também... – Ela sussurrou de novo e lutou para abrir os olhos e me ver.
Eu não pude dizer nada, estava tomado pelas minhas emoções.
Samy me olhou com seus lindos olhos e senti agora meu vazio ser preenchido, exatamente como o buraco de antes.
- Senhor Kaulitz, seu tempo acabou. – O médico falou enquanto segurava a porta.
Levantei-me para ir, mas Samy não soltava minha mão.
- Fique! – Ela sussurrou mais uma vez.
- Não posso Samy. Você tem que repousar. Mas estarei aqui, sempre. – Peguei o colar que havia caído de seu pescoço e o coloquei novamente nela. Ela imediatamente soltou minha mão e a levou ao pingente do colar.
Saí da sala junto com o médico que já estava impaciente na porta.
Tom me esperava do lado de fora com os braços cruzados e a expressão séria.
- Ela está bem? – Tom perguntou com a voz firme.
- Comparado á como estava quando chegou aqui, sim. – Olhei para Tom incrédulo.
Andamos em direção de mamãe, que nos esperava juntamente com os outros.
Eu precisava saber o que havia acontecido exatamente, mas eu não iria perturbar Samy com isso por enquanto.
- Mãe, o que aconteceu ontem quando saí com Ina? – Perguntei e ela me olhou sem entender, ao mesmo tempo em que Tom me olhou furioso quando me escutou pronunciar o nome de Ina.
- Ina? Bill, qual é o seu problema? Droga, porque saiu com ela? – Tom se intrometeu irritado.
- Eu fui encontrar com o pessoal da escola! Não venha com restrições! – Respondi irritado, e mamãe se colocou entre nós dois.
- Eu tive que sair á trabalho, e deixei a criada Anna fazendo companhia para Samantha. Ela é Irmã do meu criado Mike, mas no dia que eu avisei para ele que você viria apresentar sua namorada, ele disse que teria de cuidar da esposa que estava doente e mandou Anna em seu lugar. Ela não era tão eficaz como Mike, mas pelo menos parecia ser uma boa companhia, ela tratava Samy com muito cuidado e simpatia. Eu realmente não sei o que ouve, eu cheguei tarde, por volta das onze da noite e tudo já estava escuro, deduzi que vocês já estavam dormindo, e Anna não pode dormir em casa porque ela não queria deixar a mãe sozinha, então a dispensei assim que cheguei. – Mamãe explicou cada detalhe enquanto me olhava com o olhar distante.
- Mike? Sabe o nome da esposa dele? – Perguntei enquanto captava a mesma dedução que estava nos olhos de Tom.
- Não tenho certeza. Ele nunca disse, mas uma vez eu o vi ao telefone falando com uma tal de Natalie, o mesmo nome da sua maquiadora. – Mamãe concluiu.
- Droga! - Eu e Tom fizemos coro.
quarta-feira, 14 de julho de 2010
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