Mike me olhou com um sorriso malicioso como se tivesse relembrando que não desistiria facilmente e saiu do quarto com uma postura de um adulto responsável. O médico sorriu simpaticamente para ele e entrou no quarto fechando a porta.
- Samantha, está com sorte. Terá alta ainda hoje. Iríamos liberar-la agora para que fosse embora junto com o seu pai, mas como Bill está como o seu responsável aqui na Alemanha, decidimos esperar por ele. Ele já deve estar chegando. – O médico sorriu para mim enquanto desligava os aparelhos que estavam ligados em mim.
Imagine se ele me liberasse agora. Meu deus, não quero nem pensar no que Mike iria fazer comigo.
Sentia-me aliviada, os ruídos irritantes não existiam mais agora, e eu podia me movimentar melhor. Sentia-me como uma marionete libertada das cordas.
- Vou dar-lhe privacidade para que se vista. Assim que Bill chegar eu venho lhe buscar. Não saia do quarto! – O médico ordenou e saiu do quarto.
Olhei para uma pequena mesa no canto do quarto. Meu vestido branco de rendas que eu tanto gostava, estava sobre ela.
Tirei aquelas roupas horríveis de hospital e o coloquei. Eu não podia deixar de admirar minha barriga. Era tão inacreditável ter uma vida dentro de mim.
Eu sentia-me ansiosa para ver Bill, tão ansiosa que eu sentia vontade de gritar, pular e bater palmas, tudo ao mesmo tempo, como uma louca.
Eu precisava de um espelho, com certeza eu estava horrível. Mas isso não me importava tanto agora, eu estava ansiosa demais, feliz demais por estar saindo daquele hospital, e assustada, pela aparição de Mike, depois de tanto tempo.
Sentei-me na cama tentando me acalmar quando ouvi a porta abrir-se.
Levantei-me ansiosa para ver quem estava entrando, e lá estava ele. Bill entrava no quarto na maior elegância, com um capuz cinza colocado elegantemente sobre a cabeça, óculos escuros, jeans claro e uma camiseta grafite.
Assim que ele me viu, abriu um sorriso tão lindo, que quase me fez tombar para trás. Senti-me exatamente como da primeira vez que o vi no aeroporto do Brasil. Era como se eu tivesse o encontrando pela primeira vez. Senti meu coração bater fortemente, me sufocando.
Corri ao seu encontro e o abracei com todas as minhas forças. Bill me envolveu em seus braços e beijou meus lábios em meio de seu sorriso emocionado.
- Como é bom ver-la bem! Você não tem nem noção do quanto eu sofri com tudo isso. – Bill alisou meu rosto.
Eu estava atordoada, sentia saudades do sabor de seus lábios, do calor de seus braços e de tudo relacionado á ele.
Bill agachou-se e beijou minha barriga e me abraçou novamente por um longo tempo, como se quisesse me prender em seus braços para sempre.
- Bom... desculpa me intrometer, mas Senhorita Meyer, procure repousar agora, não tenha emoções muito fortes e procure não fazer muito esforço. Você passou por uma situação de alto risco, e não deve abusar. – O médico falava para mim, mas olhava fixamente para Bill, como se fosse uma advertência para ele.
Bill deu um sorriso sem graça para o médico.
Como assim, sem emoções muito fortes? Era impossível não ter emoções fortes ao lado de Bill.
Saímos do quarto juntos indo diretamente para fora do hospital. Assim que saímos, havia vários repórteres e fotógrafos, pareciam canibais ansiando por um pedaço de nossa carne.
Bill passou o braço pela minha cintura e me puxou rapidamente para dentro do carro dele parado logo á frente do hospital, sem responder nenhuma pergunta aos repórteres.
- Todo mundo já sabe? – Olhei para ele assustada.
- Sobre nosso filho? Não. Mas que você estava internada, sim. Não teve como esconder isso, muitos me viram vindo para cá e indo embora todos os dias, sem tirar os pacientes que com certeza uma hora ou outra iriam contar para a mídia. Mas, ninguém sabe o porquê que você estava aqui. – Bill explicou calmamente.
Senti-me aliviada. Eu sabia que uma hora ou outra todos iriam ficar sabendo, mas teríamos que nos preparar para isso, principalmente o Bill, que iria ser manchete de jornais no mundo todo. Já podia imaginar o que iriam escrever “Bill Kaulitz engravida uma garota de dezessete anos”. Bom, pelo menos não seria dezessete, porque amanhã eu já estaria com dezoito. Mas de qualquer forma, não iria transmitir uma boa imagem á seu respeito... mas se fosse casado... não, Bill nunca iria querer se casar, ele não acreditava em religião alguma e também era muito novo.
Bill ligou o carro e seguiu pela estrada deixando aquela multidão de repórteres e fotógrafos para trás.
- Bill, o que aconteceu naquele dia para eu ter vindo parar no hospital? – Perguntei. Eu precisava saber, eu não lembrava de absolutamente nada.
- Você não se lembra? – Bill respondeu com uma pergunta.
- Eu não me lembro de nada. Nem do que fizemos naquele dia. Apenas me lembro de ter chegado a sua casa, e que ela é linda... e de sua mãe, apenas isso. – Olhei para Bill e ele permaneceu calado. Ameaçou a falar duas vezes, mas disfarçou molhando os lábios com a língua.
- Não precisa lembrar. Não é algo muito agradável para se guardar na memória, não acha?! – Ele finalizou o assunto.
- Bill... o Mike me visitou um pouco antes de você chegar. – Eu precisava contar para ele.
Bill pareceu se assustar e desviou de um carro que vinha na nossa direção ás pressas. Aquilo me assustou, poderia ter provocado um acidente. Eu realmente devia ter esperado chegar a casa dele para contar isso.
- O Mike? Ele te fez alguma coisa? – Bill apertou o volante como se fosse quebrar-lo. Eu não podia ver sua expressão, ele estava com os seus óculos escuros.
- Não. Ele apenas disse que queria a mim e que não iria desistir. Ele é perigoso Bill, estou começando á ter medo... não por mim, por você. – Conclui.
Bill não disse nada. Ele parecia preocupado.
Chegamos a sua casa enorme. Não pude deixar de me maravilhar novamente com aquele jardim que mais parecia tirado de um conto de fadas.
Entramos em sua casa e Simone me recebeu com beijos e abraços. Ela realmente era uma pessoa maravilhosa.
Eu queria ver Tom, Georg e Gustav, mas Bill disse que eles estavam em Hamburgo participando de um programa. Ele me disse que durante todos os dias que eu fiquei naquele hospital, nenhum deles saiu de lá, e assim que ele soube que logo eu teria alta, achou melhor que fossem á esse programa para que as fãs não ficassem preocupadas.
Subimos á seu quarto e Bill fechou a porta enquanto tirava seus óculos. Ele realmente estava com uma expressão preocupada.
- Eu te amo como nunca amei ninguém. Mas Samy, eu vejo que enquanto você estiver comigo, permanecerá em perigo, e o que eu menos quero é que algo aconteça com você e nosso filho. Eu pensei que tinha te perdido, e realmente, não quero passar por aquilo de novo. Eu não viveria sem sua existência. – Bill segurou meu rosto entre suas mãos enquanto me olhava com seus olhos caramelizados e profundos.
- O que você quer dizer com isso? – Perguntei um pouco assustada.
- Eu sei que isso irá me matar... mas acho que você deve voltar ao Brasil... sozinha.
quarta-feira, 28 de julho de 2010
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