sexta-feira, 23 de julho de 2010

Para sempre você - cap. 81

Mamãe nos olhou sem entender. Eu não iria contar toda a história para ela, eu não podia envolver-la nisso, eu não queria mais um ente querido sendo prejudicado. Apenas a mandei demitir Mike e nunca mais entrar em contato com ele ou com qualquer pessoa relacionada á ele, por sorte ela entendeu o recado e não questionou.
- Garotos, vocês estão ciente que hoje será o evento na RTL. – David se aproximou nos relembrando.
- Não vou sair desse hospital até Samy estar bem! – Falei firmemente e Gustav, Georg e Tom o olharam como se eu tivesse dito por todos. David apenas nos olhou inexpressivo.
- Ok. Eu irei resolver isso. – David falou por fim e saiu do hospital com o celular no ouvido.
David não era um produtor rigoroso, ele não nos dava ordens, ele deixava nós mesmos construir nosso sucesso, e ele sempre era secundário em todos nossos projetos e procurava nos apoiar em absolutamente tudo, e criticar quando era necessário. Eu nunca pude imaginar um produtor melhor do que ele no mundo todo. Era exatamente assim que todos deveriam ser. Ninguém cria arte sendo pressionado ou obrigado, simplesmente cria.
Eu me lembro de um pouco antes da gravação de Durch den Monsun, quando eu disse á ele que tatuaria o logotipo da banda no pescoço e ele veio dizendo “Isso não é uma boa idéia! O que você irá fazer se tudo fracassar ou se você se chatear com os outros membros da banda ao ponto de se separarem e você terá para sempre o logotipo no pescoço depois de fazê-lo?!” eu apenas tinha 14 anos na época e o respondi com toda firmeza que encontrei dentro de mim naquele momento “Eu tenho esperado toda a minha vida por isto. Eu quero gravar este momento no meu corpo. Não me interessa minimamente se isto será um fracasso ou não”. Depois disso ele nunca mais questionou minhas decisões.
Sentei-me junto com Tom em um banco no corredor e Gustav e Georg foram procurar algo para comer na lanchonete. Meus olhos não se desviavam da porta onde estava Samy.


Parte contada por Samy.

bi-bi-bi-bi-bi...
Meus sonhos já haviam sido invadidos por aquele bip infernal, agora estava começando á invadir meus pensamentos.
Quantos dias já haviam se passado? Cinco? Dez? um ano? Eu já havia perdido toda noção de tempo naquele quarto branco. Aquele branco continuo já estava me cegando, meus olhos gritavam para ver cores diferentes.
E Bill? Desde o dia em que mal conseguia respirar direito que os médicos proibiram sua visita. Só porque naquele dia o monitor cardíaco teve alterações com a presença dele. Que idiotice. Eu precisava ver Bill! Sua imagem já estava se perdendo em minha mente, como se ele fosse um sonho que eu havia tido á algum tempo atrás, e me fazia questionar se tudo que eu havia passado com ele realmente era real ou não passava de um doce sonho.
Mas algo me mostrava que não podia ser um sonho. O colar, sim ele estava no meu pescoço.
Mas porque eu estava naquele hospital? Eu realmente não conseguia lembrar-me de exatamente nada sobre o que havia acontecido. Apenas me lembrava de Bill e eu chegarmos a sua casa, que mais parecida com um palácio, e de ter conhecido a mãe dele, que realmente era uma pessoa maravilhosa. Minha mente ficou naquele hall de entrada da casa dele, depois disso apenas me lembrava de não conseguir respirar e me sentir fria, muito fria, tão fria que não podia sentir meu corpo, e meu coração pulsava lentamente ruidoso. E logo que eu pude sentir o ruído de meu coração desaparecer aos poucos, eu ouvi a doce voz de Bill quebrar o vazio de minha mente, e o toque quente de sua mão macia na minha fria.
Algo que realmente marcou naquele momento foi o que ele disse, “Eu estou aqui. Sempre vou estar”. Pelo menos isso ainda era claro em minha mente.
Eu estava ótima, eu queria levantar daquela cama e correr pelos corredores do hospital atrás de Bill. Queria poder sentir seu cheiro novamente, o toque de suas mãos e seus lábios macios e saborosos.
Mas, e se ele não estivesse lá?
- Samantha! Está acordada. – A voz suave do médico ecôo pelo quarto.
- Ou estou dormindo de olhos abertos. Quero ir embora! Estou ótima! – Falei irritada.
- Calma querida. Você logo terá alta. – O médico sorriu para mim e analisou a tela dos aparelhos que estavam na sala.
- Eu quero ver o Bill! – Falei me sentando na cama. A calma daquele médico estava me irritando, como se ele tivesse debochando de mim.
- Por favor, deite senhorita Meyer. – O médico falou calmamente de novo enquanto anotava algo em uma prancheta.
- Você é surdo ou o quê? Eu disse que quero ver o Bill! – Falei novamente, enquanto escorregava para a beira da cama para me levantar.
- E você irá ver-lo quando ele chegar. Agora, não seja teimosa e deite! – O médico ordenou calmamente de novo.
Bom pelo menos ele disse que eu iria ver-lo.
- Agora quem você irá ver é o seu pai que está ai fora faz uma hora esperando você acordar. – O médico disse por fim e saiu do quarto.
Meu pai? Como assim, meu pai? Ele nem sabia que eu havia vindo para Alemanha e muito menos que eu estava com Bill Kaulitz. Como poderia ser ele?
Que droga! Eu não queria ver meu pai. Traidor!
Com certeza ele viria com algum sermão idiota e iria querer levar-me de volta para o Brasil. Eu não estava com cabeça para aturar isso.
Deitei-me na cama e fechei os olhos fingindo ter dormindo novamente.
Escutei a porta do quarto abri-se e passos largos se aproximarem de minha cama.
- Eu sei que você não está dormindo, querida filhinha. – Uma voz rude falou com sarcasmo. Aquela não era a voz de meu pai.
Abri os olhos e lá estava... Mike. Senti um medo enorme tomar conta de mim e eu fiquei sem ação.
- O que... o que você estava fazendo aqui? – Falei gaguejando e ele sorriu.
- Vim desejar feliz aniversário adiantado para minha filhinha. – Mike riu-se. – Amanhã é seu aniversário não é?! Não me diga que se esqueceu. – Mike continuou.
Meu aniversário? Amanhã era dia 13 de agosto? Meu deus! Eu estava já se fazia um mês naquele hospital!?
Olhei para mim mesma. Minha barriga ainda era pequena, mas eu podia notar-la certo volume, um volume que ninguém notaria sem ser eu mesma. Um mês, meu bebê já tinha um mês. Alisei minha barriga por um momento. E amanhã eu finalmente seria adulta, finalmente teria meus dezoito anos e não teria que me preocupar com absolutamente nada.
Por um momento eu pude me esquecer que o perigo estava ali na minha frente.
Mike não podia saber de minha gravidez, nunca!
- Claro, agora esta toda emocionada com a criaturinha que esta dentro de você! – Mike zombou.
Como ele sabia?
- O que você quer? Vou chamar o médico! – Falei com a voz tremula.
- Se eu fosse você, eu não faria isso. Está vendo esse celular no meu bolso? Uma chamada que eu der, meus amigos lá fora, acompanhados de belas armas cintilantes, iram atrás de seu queridinho Bill. – Mike sorriu enquanto apontava para o celular preto em seu bolso.
- O que você quer? – Perguntei novamente enquanto sentia meu corpo todo tremer enquanto eu olhava para o celular em seu bolso.
- Você, querida Samantha, você. E eu não vou desistir tão fácil. – Mike se aproximou sussurrando.
Eu não podia fazer nada. Por mais que minha vontade fosse de gritar e esmurrar ele, Bill estava em perigo, e isso me deixava fraca e sem saídas.
- Senhor Meyer, seu tempo acabou! - O médico chamou na porta.

Um comentário:

  1. Totalmente Pasma!
    Cara, isto está ficando totalmente assustador;

    O.M.G! A historia está simplesmente maravilhosa, envolvente e fascinante.
    TOTALMENTE SURPREENDENTE

    Rumo ao 82º *o*

    ResponderExcluir