- O quê? Tom, o Bill não irá gostar disso! Além do mais eu torci meu tornozelo e...
- Não Samy! Você vai atrás dele, vai explicar o que aconteceu, ele gostando ou não! E você só torceu o tornozelo, logo estará melhor, não se preocupe. Eu sei que você quer ir. – Tom me interrompeu reprovando o que eu havia dito.
Tom estava certo, e eu estava sendo modesta, eu realmente queria ir atrás dele, ele gostando ou não, com tornozelo torcido ou não. Nada me impediria disso á não ser que fosse a morte.
Balancei a cabeça tentando afastar essa idéia de morte da minha mente. Passar a eternidade sem Bill? Nunca.
Sorri para Tom aprovando o que ele havia dito e logo fui até a porta indo em direção do meu quarto.
Abri a porta e junto dela veio uma brisa fria que fez meus cabelos voarem para trás.
Droga, mais uma vez sozinha em um quarto que parecia ser mais vazio do que o meu estomago que roncava alto naquele instante.
Eu comeria no avião, não havia tempo para isso, quanto mais rápido eu chegasse lá, menos eu iria sofrer, menos eu me sentiria morta por completa, menos sentiria aquele vazio insuportável, menos eu ficaria sem ar e sem os batimentos cardíacos, dessa vez eu ficaria em coma profundo sem ele por menos tempo.
Lembrei-me do meu colar precioso que eu jamais tirara do pescoço, o colar que me fazia sentir uma parte dele comigo, o colar que me fazia sentir um pouco melhor ao apertar-lo entre meus dedos e ler atentamente “Für immer Du”. Me encorajava sempre ler isso. O nome da minha música.
Suspirei enquanto soltava meu colar e juntava minhas coisas dentro da mala.
Ver a cama desarrumada, fez lembrar-me de seu rosto divino me fitando na minha primeira visão do dia. Não parecia real, parecia mais que havia sido um sonho que estava se perdendo em minha memória.
Senti o medo me encarar e meus olhos mergulharem em lagrimas como resultado.
Sequei-as e carreguei minha mala até a porta.
Tom estava á minha espera. Ele me ajudou a carregar a mala até o hall de entrada e me guiou até a porta dos fundos.
- Aqui está a passagem. Um de nossos staffs estará á sua espera no aeroporto de Maldivas, ele irá te guiar para o local que Bill está. Procure não dar entrevistas por enquanto, você sabe muito bem que repórteres ganham dinheiro para aborrecer as pessoas até a morte. – Tom me deu as instruções enquanto erguia para mim a passagem.
Eu assenti e a peguei enquanto o abraçava agradecendo por tudo.
Sai pela porta e um carro preto estava á minha espera com um motorista que parecia um robô na frente do volante e um segurança que reconheci logo de cara. Gerard sorria para mim em meio de sua expressão brutal de segurança rígido enquanto segurava a porta aberta do carro para mim.
Sorri de volta para ele e entrei no carro.
O tempo parecia demorar em meio daquele silencio mórbido dentro do carro. Gerard parecia um radar, não tirava os olhos alertas da janela, e o motorista estranho não hesitava em olhar para o lado. Senti-me surda.
Uma animação sem tamanho tomou conta de mim quando avistei o aeroporto. Era o mesmo da minha chegada á Alemanha.
Gerard me ajudou com a mala e permaneceu rígido ao meu lado até a entrada do avião.
- Tenha uma boa viajem. Você terá outro segurança por lá. – Gerard trovejou com sua voz.
Eu assenti e entrei no avião. Todos me olharam, me senti desconfortável com isso.
Sentei na poltrona da janela nos fundos do avião e ainda podia sentir olhos me fitando, mais tentei ao máximo ignorar-los e fazer de conta que não havia notado.
A viagem foi tranqüila, só tive a sensação que havia comido demais naquele avião. Á qualquer momento as aeromoças me enxotariam do avião por acabar com seu estoque de alimentos.
Apenas não consegui dormir. Meus olhos estavam cansados, mais dormir me parecia mais escuro do que a noite azul escura pela janela do avião. Não tinha sentido algum dormir sendo que meu grande sonho não estava comigo. Passei a noite admirando as estrelas no céu límpido e a lua branca que aos poucos foi sumindo. Finalmente eu não me contive e adormeci.
Acordei poucas horas depois com a sensação que havia passado a noite inteira em uma balada. Meu tornozelo ainda doía, mas não como no dia anterior. Tom tinha razão, logo passaria.
Cinco minutos foram o máximo depois de eu acordar para estarmos pousando nas Maldivas.
Desci do avião e avistei um homem moreno com traços indianos e pele morena e uma mulher loira de cabelos encaracolados e olhos em um castanho chocolate que destacava em sua pele pálida, ambos estavam parados logo á minha frente. Eles sorriram ao me ver, ao que parecia era meu novo segurança e a tal da staff que o Tom havia citado.
Caminhei até eles e o homem logo pegou minha mala.
- Eu sou Kelly, a staff dos garotos do Tokio Hotel. Esse é Tobias, seu segurança temporário. – Kelly apertou minha mão, mas Tobias apenas cumprimentou em um gesto com a cabeça.
Kelly e Tobias me levaram á um carro cinza á poucos metros de nós.
Me sentia aliviada, Kelly falava muito, e não deixava o clima dentro do carro pesado. Sua risada era muito calmante e alta, me fazendo entrar em seu clima de alto astral. Tobias era como todos os seguranças. Ele não abria a boca nem para bocejar.
Chegamos á um local lindo. Era um bangalô enorme á beira mar, com areia branca que nem a lua e um mar puro de água cristalina em um azul celestial e brilhante pelos raios do sol. Era um paraíso em pleno mundo.
Paramos aos fundos do bangalô e Kelly saiu do carro junto comigo.
- Chegamos. Bill está aqui. Boa Sorte! – Kelly me abraçou. Ela era muito simpática e animada, eu gostei realmente dela.
Kelly me soltou e entrou no carro novamente acenando para mim com animação. Seus cachos pulavam com o movimento de sua mão.
O carro recuou e sumiu ao final da estrada e logo tudo ficou silencioso, só se escutava o barulho das ondas quebrando na areia branca da praia e a brisa quente que agitava a folhagem de algumas arvores que rodeavam o local.
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
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Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirParece realmente o paraíso *---*
ResponderExcluirEspero que ele possa ao menos ouvi-la \o/
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Rumo ao 60º
---Sublime ~
~Ceh!~