Porque eu saí daquele hotel? Porque eu não fiquei quietinha no quarto esperando por Bill?
Eu estava me odiando ao extremo naquele instante. Se eu não tivesse saído de lá, nada disso teria acontecido.
A raiva de Mike que eu sentia naquele instante se contorcia dentro de mim juntamente com a imagem de Bill saindo daquele quarto com uma expressão indecifrável, juntamente com a raiva que eu sentia de mim, e da dor idiota de meu tornozelo. A raiva era tanta que eu sentia uma vontade enorme de chorar que chegava a me sufocar, mas as lagrimas apenas molhavam meus olhos, não chegavam á jorrar pelo meu rosto.
Levantei-me do sofá ignorando meu tornozelo e corri até a porta, mesmo que meu pé falhasse, eu contive a dor até um ponto que já não a sentia tão forte como estava antes. Talvez estivesse até pior a dor, mas meu desespero de encontrar Bill e tentar explicar tudo me fazia esquecer até mesmo de quem eu era.
Corri pelo corredor gritando seu nome, mas ninguém respondia. Entrei no elevador e fui até o Hall de entrada. Minha tentativa de encontrar-lo foi em vão, mas mesmo assim eu não hesitava em gritar pelo seu nome, eu não ligava para as pessoas me olhando como se eu fosse louca, eu não ligava para as lagrimas que agora escorriam pelo meu rosto incesavelmente.
Sai do hotel em meio de meu desespero e procurava sem sucesso Bill por cada rosto embaçado pelas minhas lagrimas que se aproximavam de mim.
Mal pude perceber e estava cercada de pessoas. Haviam repórteres com microfones erguidos na frente de meu rosto e fotógrafos enlouquecidos que me cegavam com os flashes. Eu não conseguia entender o que eles me perguntavam. Eu estava insana.
Coloquei a mão sobre meu rosto e corri até o hotel novamente, senti meu pé falhar novamente, mas não liguei.
Eu não sabia para onde Bill havia ido, eu o queria mais do que nunca, eu queria poder explicar para ele, eu queria que ele acreditasse em mim, mas senti o mundo que eu havia criado ao lado dele cair dentro de um buraco escuro e fundo, tão fundo que o final dele era difícil de prever.
Entrei no elevador me sentindo morta.
Cheguei ao nosso andar e me arrastei até a porta do quarto. Não senti vontade de entrar nele.
Encostei-me na parede ao lado da porta e escorreguei até sentar-me no chão. Abracei meus joelhos e deitei minha cabeça sobre meu braço. Eu não sabia o que fazer.
- Samy? Samy! O que aconteceu? – Escutei a voz urgente de Gustav fazendo ecôo pelo corredor.
Ergui minha cabeça para olhar-lo e ele já estava ao meu lado com a mão estendida para mim.
Segurei sua mão para me levantar e Gustav automaticamente me puxou para um abraço reconfortante.
- O que aconteceu? – Gustav repetiu a pergunta enquanto me apertava em seu abraço. Minhas lagrimas ainda escorriam pelo rosto e molhavam a sua camiseta preta.
Tentei contar-lo tudo nos mínimos detalhes, mas minha voz falhava com soluços altos, mas ele conseguiu entender tudo assentindo com os olhos preocupados e me abraçando de novo.
- Fale com Tom, ele pode te ajudar. – Gustav falou com firmeza com uma certeza que me encheu de esperança.
Ouvi barulho de um celular tocando logo atrás de nós, quando nos viramos, lá estava Tom parado em frente da porta de seu quarto olhando em seu celular enquanto carregava uma bolsa preta enorme, que deduzi que seria sua guitarra nova.
Gustav me arrastou junto com ele até Tom e contou tudo o que havia acontecido á ele.
Tom olhou para mim enquanto franzia os lábios.
- Mike? – Ele perguntou enquanto unia as sobrancelhas em uma expressão irritada e eu assenti.
Ao ouvi Tom tocar no nome do rapaz que eu mais odiava no mundo, um flash automático passou pela minha cabeça da noite que eu conversara com Tom e ele me contara o porquê de sua raiva por Natalie.
“- Estou no ponto exato Mike! Eu já consegui afastar o idiota do Tom de meu caminho, agora preciso conquistar Bill! Tudo dará certo como eu havia planejado! – Tom dizia exatamente o que Natalie falava no celular naquele dia da sessão de fotos para o CD, enquanto permanecia sentado no sofá batendo os pés no chão impacientemente para tentar acalmar a sua raiva por lembrar daquilo tudo.”
Mike e Natalie? Era uma armadilha! Ele fez aquilo tudo para no final separar Bill de mim. Natalie não conseguiu o que ela queria, então ele entrou no jogo e iria continuar fazendo o que Natalie não conseguiu.
Tom olhou para mim e percebeu pela minha expressão que eu já havia entendido o que estava acontecendo.
- Vou tentar ligar para Bill. – Tom abriu a porta do quarto e me puxou para dentro.
Ele colocou a guitarra sobre o sofá e foi até o telefone discando rapidamente o numero de Bill e colocando o telefone no viva voz.
- Tom, eu não quero conversar agora! – Bill atendeu celular repreendendo o irmão antes mesmo de começar á falar.
- Onde você está? Todos estão preocupados! – Tom estava com uma voz de reprovação.
- Todos, quem? – De repente a voz de Bill estava fria.
- Droga Bill! Eu estou preocupado! Você sai e não avisa ninguém! Apenas diga onde está e paro de te irritar. – Tom respondeu irritado.
- Estou á caminho das Maldivas. Quero ficar sozinho, como sempre fui. – A voz de Bill falhou ao dizer as ultimas palavras e de repente a ligação caiu e Tom desligou o telefone com raiva.
Minhas mãos tremiam e eu sentia minhas pernas bambas. Como eu viveria sem Bill?
- Ok, Samy. Pegue suas coisas, você irá para as Maldivas agora! – Tom ordenou.
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
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C - A - R - A - M - B - A !!!
ResponderExcluirÉ assustador o que esses dois foram capazes!
Eles são do MAL!
-
Deu um aperto no coração ao ler esse cap. t.t
Rumo as Maldivas
- Rumo ao 59º o/-
Está incontestávelmente perfeita.
~Ceh!~