sábado, 20 de fevereiro de 2010

Para sempre você - cap. 57

Tudo estava escuro. Pensei ter morrido por um instante, mas com certeza seria um exagero morrer depois de uma torção no tornozelo.
Tentei abrir os olhos, mas uma dor de cabeça forte latejava em mim e fazia meus olhos doerem.
Eu queria Bill nesse exato momento. Não conseguia pensar em mais nada, eu queria ele comigo, somente isso.
Lutei contra minha dor de cabeça e abri os olhos lentamente e tudo estava embaçado, mas pude ver alguém me fitando de cima. Eu estava deitada em algo macio.
- Bill? – Chamei por ele.
- Bill não está aqui agora. – O rapaz que me fitava respondeu.
Minha visão foi voltando ao normal lentamente e pude o reconhecer. Era o rapaz do elevador.
- Quem é você? – Perguntei enquanto tentava me levantar para ver onde eu estava, mas voltei á deitar assim que senti uma pontada forte de dor em meu tornozelo que percorreu pela minha perna inteira como uma descarga elétrica.
- Meu nome é Mike. Você torceu feio o seu tornozelo, vai precisar de um médico. Eu só estava esperando você acordar. – Mike tinha uma expressão preocupada, o que me fez questionar o porquê dele estar ajudando uma estranha.
- Meu some é Samantha... bom, me chame de Samy, e não quero um médico. Vou esperar meu namorado chegar. – Falar ‘meu namorado’ me causou um certo prazer indecifrável.
- Tem certeza que quer esperar? – Mike permanecia preocupado.
- Tenho certeza... Ai. – Gemi de dor. Olhei em volta, e estávamos no hall de entrada do hotel ainda, eu estava deitada no sofá da recepção. Que constrangedor.
A dor de cabeça não passava e latejava cada vez mais. Seria possível que toda vez que Bill me deixasse sozinha alguma coisa ruim iria acontecer á mim? Qualquer dia eu me mataria. Já estava ficando com medo de mim mesma.
- Minha cabeça dói. – Resmunguei enquanto pressionava as mãos com força em meus olhos.
- Vou te levar para seu quarto e você toma algum remédio e espera seu namorado chegar, se é assim que você deseja. – Mike permanecia preocupado comigo. Era estranho. Deixou-me curiosa também ele saber falar uma língua que eu conhecia.
Mike me ajudou á levantar e me segurou pela cintura enquanto eu usava seu ombro como apoio, eu apenas conseguia usar um pé para caminhar.
Fomos até o elevador e logo depois de chegarmos ao meu andar, Mike me ajudou á ir até meu quarto, e me sentou no sofá da grande sala.
- Porque me ajudou? – Comecei a jogar as perguntas que perambulavam pela minha cabeça.
- Pensei que fosse certo ajudar as pessoas. – Ele deu de ombros.
- Você é alemão?
- Nasci na Alemanha. Creio que sim. – Seus lábios se abriram mostrando um sorriso cintilante.
Passei a mão em meu tornozelo enquanto uma enorme raiva crescia dentro de mim. Eu estava ansiosa para viajar com Bill, e aquilo com certeza iria atrapalhar.
Mike colocou sua mão sobre a minha e me fitou com os olhos estranhamente verdes ardentes e se aproximou de mim até seu rosto ficar á milímetros do meu.
O que ele estava fazendo? Eu acabara de conhecer ele, deveria estar louco!
O emburrei com a mão livre, mas ele segurou minhas mãos com tanta força que lutar contra ele parecia impossível. Era injusto se aproveitar da minha situação.
Virei meu rosto contra o encosto do sofá enquanto apertava as unhas em sua mão, mas ele parecia não sentir dor quanto á isso.
- Mike, pare! Eu tenho namorado. – Falei contra o encosto do sofá.
- Não tem problema. Eu não tenho ciúmes. – Ele continuava segurando minhas mãos.
- Você está louco! Solte-me! – Gritei e ele soltou minhas mãos no mesmo instante.
Virei meu rosto para fitar sua expressão e ele permanecia com seu rosto perto demais do meu.
- Saia daqui! – Ordenei, mas ele não mexeu nenhum músculo, apenas estendeu uma mão e colocou sobre a minha novamente. Eu afastei minha mão da dele rapidamente.
Ele estava começando á me causar nojo, raiva, repulsa... e enjôo.
Eu estava prestes á acertar minha mão com tanta força em seu rosto que seria capaz de quebrar todos os ossos de seu nariz, mas um barulho na porta me acalmou e fez minha mão recuar de imediato.
- Samy? – A voz de Bill ecoou por todos os cômodos.
- Bill! – Respondi de imediato, levantando-me e ignorando a dor de meu tornozelo.
Mike não pareceu se intimidar com a chegada de Bill e me puxou pelo braço para mais perto dele.
Dessa vez eu não recuei, acertei a mão em seu rosto, mas ele não reagiu.
Olhei para o lado e Bill estava á poucos metros de nós, me olhando com os olhos surpresos e com uma expressão diferente que eu não pude decifrar.
Puxei meu braço com a maior força que pude e Mike me soltou, mas perdi o equilíbrio e caí no sofá novamente.
Mike se levantou, e foi na direção de Bill.
- Ela precisa de um médio. – Mike disse com grosseria e saiu do quarto enquanto fuzilava Bill, que permanecia com os olhos presos em mim.
- Não tenho nada á dizer. – Bill virou-se e saiu do quarto também, enquanto procurava não me olhar novamente.
Senti meu coração desintegrar no mesmo instante.

Um comentário:

  1. Alguém me segure :O
    Não acredito no que acabei de ler!!!
    -Finalmente pude ler o Cap. estou perplexa e ansiosa-
    Rumo ao 58º \o

    ~Ceh!~

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