Dei um passo á frente e parei imaginando o que Bill iria dizer ao ver me. Será que ele iria gostar ou iria me expulsar? Gostar ele não ia, com certeza. Estava mais provável que me expulsaria. Era injusto, Mike tramou toda aquela cena para separar Bill de mim. Mas, com qual propósito? Será que Natalie ainda ansiava pelos bens de Bill e queria mais uma chance de se aproximar sem minha interferência? Eu queria ser advinha e fugir dessa dupla que era o motivo de todas nossas brigas até agora. Eles não se cansam de infernizar a vida dos outros? Nunca se darão por vencidos? Parecia que não. Mas era natural, tudo que é bom tem suas barreiras, e Bill por ser a melhor coisa que já me aconteceu, teria barreiras grandes ligadas á ele, pelo qual eu teria que passar e destruir-las, custando o que custasse. Eu lutaria até o fim para permanecer ao seu lado.
Respirei fundo e dei a volta no bangalô indo até a porta da frente. A sacada era linda, aconchegante, arejada e tinha uma escada de madeira com detalhes em bambu. Uma janela aberta branca dava a visão para dentro da casa, mas uma cortina branca quase transparente a tampava. Havia uma cadeira de madeira na sacada e uma revista sobre ela. A mesma revista que Georg havia mostrado para nós, com as noticias da noite que estávamos no parque.
Segurei minha mala com mais firmeza e subi as escadas. Os degraus rangiam por mais cuidado que eu tivesse para não fazer barulho.
Fiquei frente á porta e respirei fundo controlando a ansiedade antes de bater nela.
Aproximei minha mão da porta, pronta para bater-la, mas ela se abriu antes mesmo disso.
- Eu não acredito. – As palavras saíram de minha boca antes mesmo de eu pensar-las.
Natalie estava á minha frente, olhando para mim com os olhos assustados enquanto segurava a porta aberta.
- O que você está fazendo aqui? – Gritei e ela pareceu encolher com isso. Ultimamente Natalie parecia ter medo de mim.
- Trabalhando! Agora saia da minha frente! – Natalie fechou a porta e me empurrou com o ombro para descer as escadas, mas eu a impedi.
- Trabalhando? Não seja sonsa! Quem é Mike? Fale-me agora! – Segurei-a pelo braço e ela me fuzilou com os olhos.
- Ele que é seu namoradinho e eu que tenho que saber dele?! – Natalie disse sarcasticamente enquanto destacava a palavra “namoradinho”, o que me deu vontade de esmurrar-la até a morte.
- Olha aqui sua maluca... – Enrosquei meus dedos em seu capelo e puxei com toda a força que tinha até ela gritar e eu sentir que estava á ponto de arrancar seus cabelos pela raiz. - Você pensa que tudo irá ficar assim? Está enganada. Quem planta o mal, o mal colhe. – Senti meus dedos falharem e a soltei. Ela me olhou por alguns segundos e desceu pelas escadas, batendo os pés com fúria nos degraus e fazendo ruídos altos.
O que ela realmente estava fazendo lá, eu não sabia. Mas eu precisava me reconciliar com Bill, não adiantaria afogar Natalie no mar agora sendo que Bill ainda estava de certa forma, chateado comigo por algo que eu não fiz e jamais faria.
Respirei fundo novamente, agora não para controlar a ansiedade, e sim controlar a raiva por ter encontrado Natalie por lá, e bati na porta.
O silencio foi profundo de dentro da casa, mas ao poucos pude ouvir algo logo atrás da porta e ela se abriu.
- Natalie, eu... – Bill parou logo de falar assim que notou que não era quem ele estava pensando, e me olhou com a mesma expressão indecifrável da ultima vez.
- Bill, por favor, me escute... apenas me escute, e se quiser depois, pode bater a porta na minha cara e dizer que nunca mais quer me ver na vida. – Eu estava implorando á ele.
Bill refletiu por alguns segundos, voltando seu olhar para o chão, para a praia na lateral do bangalô e depois para mim. Eu ainda não conseguia ler sua expressão. Talvez eu até conseguisse, mas não queria acreditar no que dizia.
Bill me deu passagem para entrar, mas não disse absolutamente nada. Talvez estivesse honrando meu pedido, de apenas me escutar, ou talvez... não, eu não iria pensar em outro por que.
Ele fechou a porta e fez um gesto educado para mim se sentar no sofá da sala.
Tudo era muito luxuoso. Sofás de couro branco, paredes de madeira clara, chão de madeira escura, móveis em estilos antiquados, porém, em um tom claro amarelado moderno. Tudo parecia ser muito caro.
Sentei-me no sofá, mas ele permaneceu em pé esperando que eu começasse á falar, enquanto cruzava os braços e olhava fixamente o chão.
Comecei á contar tudo nos mínimos detalhes sobre o que havia ocorrido e ele me escutou até o final sem dizer nada, apenas ouve alguns momentos que ele abrira a boca hesitando em falar, mas não disse nada. Aquilo estava começando á me desesperar e uma tontura sem origem tomar conta de mim, mas eu a contive.
- Acredite em mim Bill. Eu jamais iria te trocar por outro, jamais. Eu te amo. – Complementei esperando ouvir algo dele.
- Eu não sei Samantha. Tudo é confuso. Eu não sei em o que acreditar. Quando você tem dinheiro e é famoso, duvidar de todos que se aproximam de você é pouco. – Bill finalmente falou com a voz rouca.
- Quer dizer que você acha que estou interessada em seu dinheiro?
Bill não respondeu e franziu os lábios repreendendo algo que ia dizer.
- Como pode pensar isso? Bill, eu desisti de minha vida para ter uma nova com você, eu atravessei o mundo para vir atrás de você, eu passei por situações difíceis só para te encontrar, e aqui estou eu novamente vindo ao seu encontro em uma ilha que eu nem fazia idéia que existia até você pronunciar-la. Se isso é pouco, me desculpe, mas sinto que estou dando o máximo de mim, e só eu sei o quanto te amo Bill, o quanto te quero bem. Droga, eu te amaria até mesmo se não fosse famoso, até mesmo se fosse pobre, eu te amaria de qualquer forma, entenda isso. Eu não amo seus bens, e sim quem você é. – Levantei-me para poder olhar em seus olhos, e ele me fitava agora com um olhar de crença.
Senti a tontura voltar á me dominar, mas dessa vez eu não consegui a conter e senti tudo girar em volta, fazendo meu corpo falhar no equilíbrio e eu cair sobre o sofá se rendendo á dor de cabeça que voltava á latejar.
- Samy! – A voz de Bill era de desespero. Senti suas mãos frias me tocarem, mas tudo escureceu novamente. Qual era o meu problema?
segunda-feira, 1 de março de 2010
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Sem palavras para o que a Samy falou...
ResponderExcluirSuper Profundo.*.*
Excelente Cap.
A Fic está fascinante.
Rumo ao 61º ~
~Ceh!~