terça-feira, 9 de março de 2010

Para sempre você - cap. 61

Uma mão macia alisava meu rosto, e apesar da temperatura elevada e o mormaço sufocante, estava fria, o que dava uma sensação boa.
Um perfume doce enchia meus pulmões. Era um perfume único, apenas Bill cheirava dessa forma, não havia nada comparado á aquele cheiro, e um som de batidas fortes e suaves de coração soavam em meu ouvido. As batidas que eram a melodia mais linda do mundo e que me faziam tão bem.
Percebi que a tontura havia passado e a dor de cabeça também e abri meus olhos lentamente.
Eu estava aninhada no peito de Bill que estava deitado em uma cama grande e branca em um quarto perfeitamente iluminado pelo sol, e ele passava sua mão em meu rosto com delicadeza, e eu podia sentir que sua mão tremia um pouco.
- Bill eu... – Comecei a falar, mas ele levou um susto, ainda não havia percebido que eu havia acordado.
- Samy, você está bem? Você está sentindo alguma coisa? – A voz de Bill estava urgente e preocupada. As batidas de seu coração não estavam mais suaves, agora estavam exageradamente aceleradas, e isso me preocupou um pouco. Ele pousou minha cabeça no travesseiro e se levantou rapidamente, sentando-se na cama com os olhos preocupados em mim.
- Eu estou bem. Muito bem para falar a verdade. – Fiz a voz mais calma e relaxada que pude e tentei me levantar também, mas eu ainda estava um pouco zonza e preferi permanecer deitada por alguns minutos mais.
- Me perdoe Samy! Perdoe-me! Eu estava errado, eu devia ter te escutado em vez de tirar minhas próprias conclusões. Eu fui um idiota, depois de tudo que você fez por mim, eu ainda fui capaz de duvidar de você. E eu não suporto te ver mal. Eu vou chamar um médico, eu não quero que nada de ruim aconteça á você. – Seus olhos brilhavam em lagrimas e sua mão tremia mais ainda, agora segurando a minha com firmeza.
- Eu entendo o seu lado Bill, não deve pedir perdão, eu sei que é difícil para você. Mas por favor, sem médicos, eu estou bem! – Eu estremeci só de pensar em agulhas e aqueles instrumentos medonhos de médicos que mais parecem aparelhos de tortura.
Ele respirou fundo e colou seus lábios nos meus por um longo tempo. Eu sentia falta disso. Sentei-me na cama e entrelacei meus dedos em seu cabelo enquanto o beijava ternamente e sentia suas mãos que agora estavam quentes, me apertarem contra seu corpo.
Nada poderia nos atrapalhar agora. Estávamos sozinhos em uma ilha, não teria a intervenção de ninguém. Que sonho.
Bill estava tão informal, tão caseiro, com uma regata branca justa no corpo e uma bermuda preta. Seu cabelo estava perfeitamente jogado para trás e percebi uma coisa, ele não estava maquiado, o que mostrava que Natalie estava mentindo quando disse que estava ali á trabalho. Arrependi-me de não ter a afogado no mar quando tive a chance.
Minhas mãos escorregaram de seu cabelo e o olhei fixamente.
- O que Natalie fazia aqui?
- Ela veio encher minha cabeça de idiotices sobre você. Óbvio que não acreditei nela, mas confesso que ela alimentou um pouco a minha desconfiança, mas já não a tenho mais. – Bill sorriu para mim e me perdi em seu sorriso tão radiante.
Não me contive e o agarrei novamente beijando seus lábios mais urgentemente.
Senti as mãos de Bill, apertarem-me novamente. Seus lábios passaram para meu pescoço e logo depois á meu ouvido.
- Samy, você acabou de voltar de um desmaio. – Seus lábios se repuxaram em um sorriso.
Senti no mesmo instante meu estomago roncar de fome. Eu corei com isso. Ter fome em uma hora dessas? Que idiotice Samantha!
- Acho que isso explica meu desmaio. – Brinquei.
Bill repuxou os lábios de lado enquanto fazia uma expressão pensativa.
- Não quero que você desmaie de novo. Vamos comer alguma coisa. – Bill levantou-se da cama e me ajudou a se levantar também.
Bill me levou á um quiosque luxuoso não muito longe do bangalô. Parecia um quiosque particular, não havia ninguém nele, apenas nós dois.
Sentamos em uma mesa e Bill pediu um almoço digno para mais de seis pessoas. Nós dois não iríamos comer tudo aquilo sozinhos, mas Bill adorava exagerar nessas situações.
Comi o suficiente para me sentir cheia, enquanto Bill contava como havia sido a entrevista á RTL. Ele parecia tranqüilo quanto ao impacto que isso iria causar nas fãs.
Quando terminamos, voltamos pela praia. Tirei meus sapatos e a sensação da areia fina e quente em meus pés era muito agradável, juntamente com a brisa fresca que vinha do mar.
Bill segurava minha mão com os dedos entrelaçados nos meus e cantarolava a minha música.
- Fico maravilhado com isso. – Bill olhou para trás insinuando nossas pegadas juntas na areia.
Aquilo também me maravilhava, parecia algo tão bobo, mas era tão maravilhoso pensar que aquelas pegadas ao lado das minhas eram as de Bill. Parecia que eu jamais iria cair na real e se dar conta que finalmente eu estava junto dele, para sempre. Bom, assim eu esperava, para sempre.
O sol ardia em minha pele me fazendo lembrar-me de meu antigo país. Abanei-me para espantar um pouco o calor e Bill olhou para mim com um olhar infantil, ele estava tramando alguma coisa.
- O que foi? – Perguntei, mas ele não respondeu. Ele me pegou em seu colo e correu comigo até o mar.
- Bill! O que você vai fazer? – Gritei e ele sorriu maliciosamente me fazendo rir. Segurei-me em seu pescoço e eu podia escutar sua gargalhada calmante.
Ele caminhou dentro na água até ela finalmente atingir á mim.
A água estava fria, o que era muito bom em meio daquele calor exagerado. Uma onda nos atingiu agora nos molhando por completos, mas eu não hesitei em soltar seu pescoço, e ele ria com isso e logo voltou á praia ainda me segurando.
- Pode me soltar agora? – Bill ainda ria.
Soltei seu pescoço e ele me colocou no chão. Se não fosse o calor que estava naquela ilha, as minhas roupas encharcadas e coladas no corpo iriam me incomodar muito. Mas mesmo se fizesse frio abaixo de zero, eu não iria reclamar, nada era comparado á Bill completamente molhado com suas roupas coladas ao corpo marcando cada curva de seu tronco, e a regata branca praticamente transparente deixando suas tatuagens completamente visíveis e desejáveis.
Bill entrelaçou seus dedos nos meus novamente e voltamos ao bangalô.
Havíamos acabado de entrar nele e escutei meu celular tocar ao longe. Devia estar dentro de minha mala.
Corri em direção dela e a abri procurando por ele até o achar. O número no visor era desconhecido.

Um comentário: