- Não! Está maluca? – Tom falava sem tirar os olhos da estrada.
- Maluco é você! O que está acontecendo? Que história é essa? – Coloquei as mãos sobre o rosto evitando chorar e borrar toda aquela obra de arte em meu rosto.
- O Bill não vai voltar, simples. Ele vai ficar em Los Angeles. Isso é tão difícil de você entender? – Tom falava friamente ainda com os olhos fixos na estrada.
- O difícil de entender é o porquê que ele fez isso comigo. – Respondi tirando as mãos do meu rosto e encarando a estrada pela janela ao meu lado, deixando que a lagrimas fizessem o estrago.
- Ó, por favor Samantha, não comece á chorar. – Tom olhou rapidamente para mim e diminuiu a velocidade. – Droga, eu disse para ele que você iria reagir assim. Às vezes eu não concordo com as idéias dele, mas fazer o que, o casamento não é meu. – Tom resmungava em um tom de voz mais baixo como se estivesse conversando consigo mesmo.
- Que idéias? – Perguntei olhando para ele de lado.
- Nenhuma! Apenas pare de chorar, confie em mim. – Tom falou alto e firme enquanto voltava á acelerar o carro.
Obedeci á Tom e sequei minhas lagrimas, mas eu não via motivos para confiar nele sobre algo que eu não tinha conhecimento. Eu apenas decidi esperar para ver o que iria acontecer.
Tom parou o carro na frente de um portão grande de madeira aberto que dava acesso á uma trilha fechada com um túnel de árvores floridas em cores violetas e vermelhas, e o chão coberto por folhas e flores secas com pequenos raios de luz que conseguiam passar através da copa das árvores.
- Desça do carro e siga em frente, você vai saber para onde tem que ir. – Tom apoiou um dos braços na janela e me olhou apontando para a entrada do túnel de árvores.
- O que? Você não vai? Que lugar é esse? – Olhei assustada para Tom me sentindo perdida.
- Não me faça perguntas. Apenas faça o que eu mandei. E não se esqueça do seu buquê que está no banco de trás do carro. – Tom colocou seus óculos escuros e afrouxou o nó da gravata.
- Para que eu preciso do meu buquê? – Abri a porta do carro com dificuldade segurando meu vestido para não pisar nele.
- Sem perguntas. Tchau. – Tom não esperou eu pegar o buquê, ele mesmo pegou e me entregou e logo depois fechou a porta e arrancou o carro em uma única acelerada.
Ótimo. Sozinha em um lugar que eu não sabia onde ficava, em plena Alemanha, vestida de noiva e com um buquê de flores azuis e brancas que me desprezava e me fazia ter vontade de atirar-lo longe.
Entrei no enorme túnel de árvores e segui em frente. Tudo era silêncio, apenas meus passos nas folhas secas ecoava pela extensa trilha. Comecei a sentir medo, eu não sabia o que fazer naquele lugar, apesar de lindo, era terrível estar ali...sozinha. Continuei andando e o túnel não chegava nunca ao final, até que escutei algo vindo ao longe... uma música muito ao longe, mas eu a conhecia e Yasmine também, que reagiu no mesmo instante dando pequenos chutes.
A minha música.
Segui o som dela e podia sentir-la mais alta, á ponto de agora escutar com clareza a voz que a cantava... e entender-la também. A música estava em inglês agora, eu podia compreender-la, algo que eu sempre desejei.
“eu sangrei por muito tempo, e ninguém podia ver o sangue. Luzes urgentes me segavam na multidão. Rostos iguais, sentimentos iguais, os mesmos sons e medos ao meu ouvido. Até uma sombra iluminar minhas paredes escuras (...)”
O primeiro verso me fez sentir as borboletas voarem em meu estomago com muita intensidade. Segui para mais perto.
“O sol brilha como jamais brilhou antes, bem dentro de mim. Dias e dias em tempestades e agora, você fez o sol voltar a brilhar, como jamais brilhou antes.”
O refrão me fez sorrir. Ele havia me amado desde o primeiro dia. Como eu iria negar isso depois dessa música?
“Toque minha mão por um segundo mais, sussurre-me que jamais irá embora. Abraça-me anjo, é tudo o que eu quero. Você esperou por mim uma vida, sempre esteve ao meu lado, agora eu também estarei (...)”
Aproximei-me mais e já podia ver o final do túnel com uma luz forte do sol. O Refrão da musica se repetiu mais uma vez, arrancando mais um sorriso de mim e lagrimas que resolveram aparecer sem permissão.
“fique perto, eu prometo permanecer em ti. Mesmo através do escuro, estaremos juntos. Para mim, será para sempre você, minha carne e sangue, minha outra metade e minha alma. E mesmo com lagrimas de vida nos separando, perto ou longe, eu estarei ao seu lado.”
Ao fim do túnel, eu podia ver um jardim lindo rodeado por flores brancas que se destacavam no verde claro da grama. Mas nada disso tinha mais impacto que a figura de branco ao meio do jardim com um microfone nas mãos.
“Ao seu lado, não importa o quanto longe. Ao seu lado, eu irei sempre estar onde você estiver.”
Bill estava todo de branco, em trajes dignos de um príncipe, detalhado em botões prateados no terno com linhas da mesma cor que ligavam um botão ao outro. Sua maquiagem escura destaca ainda mais o branco em seu corpo, e seu cabelo estava jogando de lado com a franja caída perfeitamente sobre a testa. Ele sorriu em um sorriso que nunca havia visto antes de tão estonteante enquanto cantava novamente o refrão. Aproximei-me mais dele e sequei minhas lagrimas.
“Abraça-me novamente. Guarde meu coração. Eu estarei com você para sempre.”
Bill cantou a ultima frase da musica e ergueu uma das mãos em minha direção para que eu a segurasse. Aproximei-me mais e segurei sua mão, então ele me olhou por um longo tempo sem dizer absolutamente nada, apenas sorria com os lábios e os olhos. Pude ver um pouco atrás, Tom e Georg tirando seus instrumentos do ombro e os apoiando no chão, e Gustav se levantando de sua bateria.
- Você pensou que eu iria te abandonar? – Bill me puxou para mais perto e beijou o alto de minha cabeça.
- É do que eu tinha mais medo. – Respondi enquanto passava minhas mãos pelos detalhes de seu terno branco.
- Tinha. – Bill afirmou.
Bill se colocou ao meu lado e ergueu o braço para que eu o segurasse. Definitivamente eu estava me sentindo uma princesa com meu príncipe naquele momento. Logo á nossa frente havia um tapete vermelho que dava acesso á um altar improvisado com um juiz de paz á nossa espera. Não havia muitos convidados como eu havia imaginado que teria. Apenas pude ver minha mãe, Simone, Fernanda, Gordon, Andreas, Gustav, Georg e Tom. Bill me guiou até o altar e então eu não pude me conter mais e deixei que as lagrimas viessem até secarem. Foi um casamento comum, as mesmas palavras ditas que são ditas em todos os outros casamentos. Apenas em um momento Bill corrigiu as palavras do juiz, dizendo “até além da vida.” em vez de “até que a morte os separe”. Coloquei o anel no dedo de Bill, e então ele colocou no meu e me puxou para um beijo demorado assim que o Juiz nos declarou como “Marido e Mulher”.
- Eu te amo. – Bill sussurrou convicto em uma sinceridade tão grande, que não fora preciso dizer mais nada para reforçar aquela frase.
Agora sim, eu tinha certeza que era para sempre.
(...)
O sol estava aos poucos mergulhando no horizonte do mar, escurecendo a água antes azul clara, agora alaranjada como o céu. A vista do pôr do sol era magnífica em nossa janela do quarto. Á seis anos havíamos nos mudado para uma casa em frente á Venice Beach em Los Angeles. Bill e Tom haviam achado melhor todos nós nos mudarmos para Califórnia já que o estúdio preferido deles se situava em Los Angeles, e agora, com mais uma Kaulitz na família, Bill não queria se distanciar nenhum segundo de mim e de Yasmine. Bill tinha paixão por casas grandes e muito bem arejadas com cores claras que iluminassem todos os cômodos, e nossa casa era exatamente assim.
Sentei-me no chão do quarto em frente á um espelho grande enquanto arrumava algumas papeladas antigas que Bill havia deixado em cima da cômoda.
- Mamãe, pode prender meu cabelo? – Yasmine veio ao meu encontro com um pequeno elástico em suas mãos.
- Claro filha. – Respondi enquanto a puxava para sentar em minha frente para que eu prendesse seu cabelo. Deixei-me perder no reflexo de Yasmine no espelho. Ela era o maior presente que eu já havia ganhado, meu maior orgulho, meu outro motivo de ser feliz, e era incrível como ela era linda. Exatamente como eu havia sonhado. Seus olhos perfeitamente iguais aos de Bill, seu cabelo liso e escuro caídos sobre seu ombro, sua pele branca destacava o rosado de suas bochechas com pequenas covinhas deixando mais gracioso ainda cada sorriso que ela dera.
- Mamãe, eu posso te fazer uma pergunta? – Yasmine virou-se para me olhar diretamente logo depois que prendi seu cabelo.
- Quantas você quiser. – Respondi depois de dar-lhe um beijo no rosto.
- Quem era seu ídolo quando você era mais nova? – Ela perguntou enquanto brincava com o colar em meu pescoço. Aquele mesmo colar no qual eu jamais tirava de meu pescoço desde que Bill me dera. Sorri para ela por um momento e ela aguardou a resposta.
- Bill Kaulitz. – Respondi por fim.
- O papai era o seu ídolo? – Yasmine olhou para mim com um olhar divertido. Um reflexo a mais chamou minha atenção no espelho. Bill estava encostado no batente da porta com um pequeno sorriso nos lábios nos olhando através do espelho com um ar terno e orgulhoso. Eu nunca vira Bill tão realizado como estava agora.
- Sim, e sempre será.
ai que lindoo amei
ResponderExcluirparabens foi a melhor fic que eu ja li ate agora parabens
Fiquei espantada com a sua maneira de escrever, adorei a fic... :D
ResponderExcluirContinue, pois eu a seguirei apartir do seu blog... Parabéns!! BILLjinhos <3