quarta-feira, 27 de abril de 2011

So Closer Cap. 3 - Inesperado sonho real

Me virei para ver quem era e me deparei em choque.
O rapaz usava um capuz creme, óculos escuros, uma camisa combinando com o capuz e calça jeans clara. Seu rosto, apesar do óculos escuro cobrir seus olhos, era totalmente simétrico e lindo. Eu conhecia aquele rapaz muito bem... bem demais.
- Olá, eu sou o Bill Kaulitz. Sou o interessado em seu trabalho. – Bill estendeu a mão em minha direção.
- P-prazer. Hildebrand ... S-sophie. – Engasguei. – Sophie Hildebrand. Desculpe. – Cumprimentei Bill com minha mão tremula.
Bill deu um sorriso maravilhoso que senti o ar faltar no mesmo instante. Eu não podia acreditar que estava conhecendo o meu amor platônico, e que ele estava interessado em meu trabalho. Isso era um sonho? Só poderia ser um sonho.
Apesar de minha vontade ser de abraçar-lo, pedir uma foto, um autógrafo e dar gritos histéricos, eu tinha que me segurar e mostrar ser o mais profissional possível, como se não o conhecesse... mas minha mão tremula já havia me entregado de certa forma.
Bill sentou-se de frente para mim. Ele tirou seus óculos e o guardou em sua bolsa e pegou três fotos e as colocou sobre a mesa. Não pude deixar de notar que estava sem maquiagem nos olhos e como ele era divino sem a mesma.
- Veja esses trabalhos. Você consegue fazer algo parecido? – Bill apontava para a três fotos dele sobre a mesa.
Fotos magníficas de um photoshoot muito elaborado, mas o que mais chamava atenção eram suas expressões atraentes e as poses muito bem pensadas que entravam em sintonia com suas expressões.
Olhei em seus olhos por um momento e logo desviei. Seus olhos eram no mais perfeito e doce mel, e eu tinha medo de ficar vidrada neles e não conseguir falar.
- Certamente. Posso fazer igual, parecido ou até mesmo melhor, você quem irá escolher. – Respondi entregando-lhe as fotos.
Ele sorriu mais uma vez, agora satisfeito.
Peguei as fotos dos meus trabalhos na minha pasta e os mostrei.
- Eu trouxe alguns exemplos de meu trabalho. Veja que sou perfeccionista e adoro detalhar e marcar bem os olhos. – Falei enquanto ele analisava as fotos com um sorriso maravilhado.
- Vejo que estou prestes á contratar uma das melhores maquiadoras do mundo. – Bill concluiu com as fotos e as me entregou.
- Obrigada. Prometo não te decepcionar. – Falei sorrindo e ele sorriu também.
- Aqui está o contrato. Leia e me diga se irá aceitar a proposta ou não. Irei pedir dois cappuccinos para nós. – Bill me entregou o contrato e chamou o garçom para fazer seu pedido.
Eu não me importava com o que estava escrito no contrato. Depois de conhecer o interessado pessoalmente, não existia mais contras á essa proposta. Eu iria trabalhar com minhas maquiagens escuras preferidas e marcantes, iria viajar pelo mundo juntamente com a banda, e ainda melhor, iria para todo lugar juntamente com Bill Kaulitz. Não me importava o custo de rompimento de contrato, eu jamais iria querer romper esse contrato, nem quanto eu iria ganhar, por mais que meus olhos se surpreenderam ao passarem pelo grande valor em euros que eu iria receber nesse pequeno trabalho, poderia ser até mesmo um valor muito pequeno, eu não iria me importar, desde que estivesse sempre perto de Bill.
O garçom serviu nossos cappuccinos e então eu olhei por um pequeno momento nos olhos dele novamente.
- E então? – Ele perguntou ansioso.
- Eu aceito. – Respondi me sentindo como se estivesse acabado de aceitar uma proposta de casamento.
- Que maravilha! Apenas assine o contrato e você irá começar já amanhã. – Bill deu um sorriso maravilhoso com os olhos alegres, assim como o esboço que eu estava fazendo na noite passada.
Assinei o contrato sem hesitar e o entreguei sorrindo também.
- Me fale mais sobre você agora, preciso conhecer minha maquiadora. – Bill guardou o contrato em sua bolsa e tomou um gole do cappuccino.
- Minha vida não é muito interessante. Sou brasileira, moro á seis anos aqui na Alemanha, me formei á sete meses em maquiagem profissional... – O toque de seu celular me interrompeu.
Bill fez um sinal com a mão para que eu esperasse e levantou-se para atender o celular.
Encarei meu cappuccino sobre a mesa e sorri para mim mesma.
Á final, o mundo é tão pequeno enquanto pensamos que ele é quase infinito de tão grande. De todas as pessoas do mundo, ele veio escolher á mim para ser sua nova maquiadora.
Era engraçado, chocante, magnífico, surreal, tudo, tudo e mais um pouco.
Tomei um gole do cappuccino e olhei em direção de onde Bill havia ido. Eu podia ver-lo do lado de fora do estabelecimento falando ao celular, com uma das mãos no bolso de sua calça e sua cabeça abaixada encarando os pés enquanto falava.
Bill desligou o celular e o rapaz de antes, mais baixo, se aproximou dele novamente. Eles conversaram rapidamente e por fim Bill assentiu algo e voltou para dentro do Café Kranzler.
Ele se aproximava de mim elegantemente enquanto arregaçava a manga da camisa. Perdi-me tanto em sua imagem que acabei engasgando com o cappuccino.
- Demorei? – Bill perguntou enquanto se sentava novamente.
- Não. – Falei enquanto me recuperava da crise de tosse por ter engasgado.
- Bom, infelizmente eu vou ter que ir embora. Nossa conversa fica para depois. Ebel irá te ligar mais tarde para te passar o endereço e acertar horário para amanhã, ok?! – Bill pegava sua bolsa enquanto falava.
- Sim, tudo bem. – Falei com um tom um pouco chateado e arrumei minha pasta.
- Foi um prazer conhecer-la e com certeza será um prazer ter-la conosco. – Bill levantou-se enquanto colocava novamente os óculos escuros e erguia a mão para um aperto de mão com ar de “negócio fechado”.
- O prazer foi e será todo meu, senhor Kaulitz. – Falei enquanto apertava sua mão.
Quente, macia e lisa. Nunca desejara segurar para sempre uma mão de um rapaz.
- Até amanhã senhorita Hildebrand. – Bill sorriu e seguiu até a saída do estabelecimento, me deixando imóvel onde estava, observando através da porta de vidro ele entrar em seu carro com o rapaz mais baixo e sumir na avenida.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

So Closer Cap. 2 - Estranho Perfeito

Minhas espectativas de meu trabalho ser reconhecido estava dando certo. Mas essa proposta era um tanto difícil. Se tornar maquiadora oficial de uma banda era como se casar com a banda toda até seu fim, porque romper contrato dependia de uma boa quantia em dinheiro para isso, e Ebel havia comentado “um de meus garotos de uma banda que sou manager viu seu trabalho no desfile hoje e realmente se encantou”, isso então significava que na banda havia apenas garotos. Seria um pouco complicado para mim, pois adorava fazer arte nos olhos, ousar e abusar de sombras, rimel, lápis e muito preto, eu adorava olhos bem marcados, e em rapazes não teria isso, apenas uma base e pó para cobrir as imperfeições e as vezes um batom cor de boca para evitar o rececamento dos lábios.
Apesar da idéia não me apetitar tanto, era certo eu analisar a proposta amanhã, talvez o contrato fosse tão interessante quanto eu imaginava.
Eu estava exausta, finalmente fui banhar-me e quando voltei, deitei em minha cama. Meus olhos ficaram abertos no nada, eu não conseguia dormir mesmo estando muito cansada.
Levantei-me e fui para meu escritório e sentei-me na mesa. Peguei um papel qualquer branco e o encarei por um tempo.
Meu prazer particular era desenhar. Desde pequena minha mãe dizia que eu deveria ser desenhista, mas nunca dei importancia, eu amava desenhar, mas era algo íntimo, eu desenhava para mim mesma, desenhava apenas para expressar minhas alegrias, medos, amor, ansiedades, tristezas, solidão, desejos, e era só isso que eu queria dar de fim á meus desenhos. Aqueles desenhos eram como a transparência de meu corpo para dar a livre visão á minha alma, cada pedacinho meu estava naqueles esboços, riscos, detalhes e sombreamentos. Tudo tão simplificado e expressado por um simples grafite de um lápis comum.
Fiz um esboço do rosto de Bill. Eu não precisava de nenhuma foto para isso mesmo fazendo algum tempo que eu não o via em fotos, eu conhecia muito bem aquele rosto. Fiz seus lábios abertos mostrando um sorriso único e lindo e seus olhos alegres, assim como eu gostava de ver. Fazia tanto tempo que eu não desenhara mais aquele rosto.
Olhei no relógio e percebi que já eram duas da manhã. Eu poderia dar o acabamento naquele desenho depois, eu precisava dormir.
Direcionei-me até minha cama e deitei novamente, mas agora consegui dormir.
O relógio despertou ás dez da manhã. Acordei com um brilho magnifico do sol invadindo o quarto. O dia estava lindo, exatamente como eu adorava.
Levantei e fui direito tomar um banho e depois fui prepararar um café da manhã reforçado.
Hoje seria um dia de negócios. Eu não podia negar que estava ansiosa. Eu não sabia ainda o que seria certo fazer, a pergunta martelava na minha cabeça, “aceitar ou não aceitar?”.
Procurei algumas fotos de trabalhos meus anteriores para poder mostrar mais além do desfile e os coloquei em uma pasta, junto com meus certificados de formação e profissionalismo na área.
Me arrumei com uma calça jeans escura e uma blusa de seda preta mais formal, e prendi meu cabelo no alto da cabeça, completando meu look com um sapato de salto alto comum. Fiz uma maquiagem simples para o dia e passei um batom neutro.
Já eram uma da tarde, eu precisava correr ou chegaria atrasada, já que o Café Kranzler não ficava muito perto de meu apartamento e nesse horário em plena segunda-feira em Berlin, era repleto de engarrafamentos.
Peguei minha pasta e fui até o estacionamento atrás de meu carro.
Logo eu estava á três quadras do Café Kranzler, parada em pleno farol vermelho com um fila de automóveis que não se movimentava e o tempo passando rapidamente. Quando era uma e quarenta e seis da tarde eu consegui chegar ao local.
Estava pouco movimentado o que era um milagre, e eu dava graças á Deus por ter chegado cedo.
Entrei e sentei-me em uma mesa de canto nos fundos, para ninguém atrapalhar a pequena reunião de negócios.
Olhei no relógio e faltavam dez para ás duas. Será que Ebel era pontual?
Vi pelo canto dos olhos um rapaz muito alto acompanhado de um outro mais baixo, parados na porta do Café conversando. O mais baixo saiu do estabelecimento e o mais alto vinha em minha direção.
Então Ebel era pontual, como eu esperava.
- Senhorita Hildebrand? – O rapaz estava atrás de mim com uma voz aveludada e calma.
Não era a mesma voz que a de Ebel.

So Closer Cap. 1 - Propostas.

Meu nome é Sophie Hildebrand, tenho dezoito anos de idade e para todo caso, brasileira, porém tenho grandes decendentes alemães em minha família, o que me levou á ter um grande amor pelo país Europeu e estar morando nele á exatamente seis anos, sozinha.
Minha família nunca mais quis voltar á seu país de origem, eles ainda vivem achando que a Alemanha não mudou absolutamente nada após á queda do muro de Berlin, então preferiram que eu fosse sozinha, já que o sonho era meu.
Me formei á sete meses em maquiagem prossifional e havia me mudado recentemente para um apartamento no centro de Berlin. Adoro o mundo da moda e me formei nessa área com a intenção de se responsabilizar por maquiagens de grandes enventos de moda e arte.
E á cinco anos, nunca estive tão sozinha, em todos os sentidos. Eu tinha um amor platônico, aliás, ainda tenho... Bill Kaulitz, e não conseguia me relacionar com absolutamente ninguém por causa disso. Mas isso era o de menos. Eu sabia que ele era um fenômeno junto com sua banda na Alemanha, e atualmente no mundo inteiro, e meu amor não passava-se de algo completamente inutil, mas isso não me importava de qualquer forma. Foram cinco anos de pura felicidade apenas por saber que ele existia, e mesmo sem ele saber de minha existência, havia sido minha grande base para lutar pelos meus objetivos. Mas com minha formação na área de maquiagem profissional, á sete meses eu não escutava uma música de sua banda e muito menos via uma foto sua. Talvez isso fosse bom, para que eu focasse mais em minha profissão, mas ao mesmo tempo, eu sentia saudades infinitas como se ele sempre estivesse comigo e agora não mais.
A coisa mais incrível que acontecera comigo, foi que apenas com sete meses de expecializaçao na área, um grande evento de moda, o Wunderkind, me procurou para que eu fosse a maquiadora das modelos do evento, tudo por conta da minha graduação na famosa Universität der Künste.
Era incrível, eu podia ver após disso meu trabalho sendo reconhecido em toda a Alemanha, e talvez no mundo, isso era tudo que eu mais desejava.
Grandes personalidades da Alemanha estavam ali presente no dia do Wunderkind, como Nina Hagen, Marcel Schlutt, LaFee, Daniel Brühl e Nena. Será que Bill também estaria presente?
O designer de moda Wolfgang Joop era o grande responsável pelo evento e pediu para que eu fizesse a maquiagem nas modelos com pegadas no preto e cinza. Essa era minha grande especialidade.
O desfile foi um sucesso, como sempre, e eu me sentia satisfeita, já que Joop havia elogiado meu trabalho e dito que ficaria com meu contato para próximos eventos, além de fazer questão que eu desfilasse no final do evento ao seu lado e de outros organizadores. Isso foi uma honra. Todos aplaudiram de pé para nós, mas com certeza todos aqueles aplausos eram voltados ao espetacular Wolfgang Joop, ele era o centro em tudo.
Eu estava exausta e precisava voltar ao meu apartamento e ter uma boa noite de sono, mas Joop fez questão que eu conhecesse Nena, o que era incrível para mim.
- Bom trabalho senhorita Hildebrand, você tem um ótimo dom para a maquiagem! – Nena me abraçou com grande simpatia.
- Obrigada. Sou novata ainda e foi uma grande honra trabalhar nesse grande evento. – Respondi e ela sorriu.
- Você conhece o Bill Kaulitz? – Nena perguntou fugindo do assunto e eu me senti entrar em choque com sua pergunta. Porque ela estaria perguntando isso?
- Sim, mas não pessoalmente. – Respondi um pouco nervosa.
- Que pena. Ele iria adorar seu trabalho. Eu não pude deixar de notar que as maquiagens que você fez essa noite foram muito parecidas com as dele. – Nena sorriu novamente e ergueu a mão para se despedir de mim.
Joop então permitiu que eu fosse embora descansar. Peguei meu carro no estacionamento do local e fui diretamente para meu apartamento.
Ao chegar, o relógio marcava meia noite em ponto. Joguei minha bolsa sobre a cama e me preparava para ir banhar-me, então meu telefone tocou.
- Alô? – Atendi com receio.
- Olá. Senhoria Sophie Hildebrand? – Um rapaz com uma voz firme perguntava.
- Sim. Quem gostaria? – Perguntei ainda com receio.
- Me chamo Benjamin Ebel, trabalho como manager na área de música. Desculpe-me estar lhe encomodando á essa hora, mas é urgente. – Ebel falava com simpatia.
- Tudo bem, mas, urgente? Não trabalho com música nem nada parecido. – Falei sem entender.
- Sim, e eu sei muito bem disso. Um de meus garotos de uma banda que sou manager viu seu trabalho no desfile hoje e realmente se encantou, ele está procurando uma maqueadora profissional para substituir a antiga, que por motivos pessoais rompeu o contrato com a banda. Então gostaria de contratar-la. Minha proposta te interessa? – Ebel continuou falando com simpatia, mas agora com um tom mais profissional.
- Bom senhor Ebel, eu teria que analisar a proposta, mas realmente é interessante. – Respondi orgulhosa de mim mesma.
- Sim, você tem todo o direito de analisar-la. Podemos discutir isso pessoalmente, amanhã? Assim você conhecia mais sobre o trabalho da banda e tudo que é necessário, ler o contrato e então dizer se aceita ou não. – Ebel tinha uma voz forte que intimidava qualquer um com seu prossicionalismo.
- Ok. No Café Kranzler ás duas horas? – Perguntei.
- No Café Kranzler ás duas horas! – Ele afirmou. – Boa noite senhorita Hildebrand. – Ebel se despediu educadamente e desligou o telefone.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Come soon

Ufa!
Depois de praticamente dois maravilhosos anos, "Para Sempre Você" chega ao seu fim.
Sim, é triste, eu sentirei profundas saudades de Samantha Meyer e toda sua neura em apenas pensar no bem de Bill, toda essa atenção e cuidado excessivo de Bill sobre ela, as brincadeiras sem graça de Tom, os gestos tímidos de Gustav, o companherismo de Georg, os cuidados de mãezona de Simone, e até mesmo das maldades de Mike e suas influencias sobre a pobre cega apaixonada de Natalie.
Apesar de todos os conflitos, quem não gostaria de viver uma história dessas? Com certeza valeria cada perigo percorrido, cada loucura cometida, cada minimo detalhe, se fosse para ficar no final com quem você realmente ama, certo?!
Eu agradeço á todos vocês leitores por ter acompanhado cada capítulo dessa maravilhosa fanfic, por ter aguentado dias esperando novos capítulos quando ocorria algum problema e eu não pude postar-los logo, e por ter sempre comentado, dando suas críticas, seus elogios, e simplesmente ter passado todo esse tempo aqui fiel.
Porém, a fanfic "Para Sempre Você" pode ter chegado ao seu fim, mas o blog não.
Enquanto eu finalizava a "Para Sempre Você", eu iniciava outra fanfic, em minha opinião, talvez até mesmo melhor que a anterior, e acredito eu que vocês irão gostar, por conter um conteúdo mais maduro e forte.
Dia 25/04 irei começar á postar o primeiro capítulo de "So Closer".



"So Closer" se trata da vida de uma simples garota recém formada na arte da maquiagem, chamada Sophie, que tem como refugio o puro prazer intímo de desenhar, e em uma sorte única de seu destino, passa á conviver com seu amor platônico, que mesmo tão perto, ainda a faz se sentir inexistente como antes.


Espero que vocês leiam e acompanhem assim como fizeram na fanfic anterior ;)
Nos vemos no dia 25!

by @thadobillk

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Para sempre você - cap. 101 (FINAL)

- O que? Tom! Como assim? Pare esse carro agora! – Gritei sem saber o que fazer.
 - Não! Está maluca? – Tom falava sem tirar os olhos da estrada.
- Maluco é você! O que está acontecendo? Que história é essa? – Coloquei as mãos sobre o rosto evitando chorar e borrar toda aquela obra de arte em meu rosto.
- O Bill não vai voltar, simples. Ele vai ficar em Los Angeles. Isso é tão difícil de você entender? – Tom falava friamente ainda com os olhos fixos na estrada.
- O difícil de entender é o porquê que ele fez isso comigo. – Respondi tirando as mãos do meu rosto e encarando a estrada pela janela ao meu lado, deixando que a lagrimas fizessem o estrago.
- Ó, por favor Samantha, não comece á chorar. – Tom olhou rapidamente para mim e diminuiu a velocidade. – Droga, eu disse para ele que você iria reagir assim. Às vezes eu não concordo com as idéias dele, mas fazer o que, o casamento não é meu. – Tom resmungava em um tom de voz mais baixo como se estivesse conversando consigo mesmo.
- Que idéias? – Perguntei olhando para ele de lado.
- Nenhuma! Apenas pare de chorar, confie em mim. – Tom falou alto e firme enquanto voltava á acelerar o carro.
Obedeci á Tom e sequei minhas lagrimas, mas eu não via motivos para confiar nele sobre algo que eu não tinha conhecimento. Eu apenas decidi esperar para ver o que iria acontecer.
Tom parou o carro na frente de um portão grande de madeira aberto que dava acesso á uma trilha fechada com um túnel de árvores floridas em cores violetas e vermelhas, e o chão coberto por folhas e flores secas com pequenos raios de luz que conseguiam passar através da copa das árvores.
- Desça do carro e siga em frente, você vai saber para onde tem que ir. – Tom apoiou um dos braços na janela e me olhou apontando para a entrada do túnel de árvores.
- O que? Você não vai? Que lugar é esse? – Olhei assustada para Tom me sentindo perdida.
- Não me faça perguntas. Apenas faça o que eu mandei. E não se esqueça do seu buquê que está no banco de trás do carro. – Tom colocou seus óculos escuros e afrouxou o nó da gravata.
- Para que eu preciso do meu buquê? – Abri a porta do carro com dificuldade segurando meu vestido para não pisar nele.
- Sem perguntas. Tchau. – Tom não esperou eu pegar o buquê, ele mesmo pegou e me entregou e logo depois fechou a porta e arrancou o carro em uma única acelerada.
Ótimo. Sozinha em um lugar que eu não sabia onde ficava, em plena Alemanha, vestida de noiva e com um buquê de flores azuis e brancas que me desprezava e me fazia ter vontade de atirar-lo longe.
Entrei no enorme túnel de árvores e segui em frente. Tudo era silêncio, apenas meus passos nas folhas secas ecoava pela extensa trilha. Comecei a sentir medo, eu não sabia o que fazer naquele lugar, apesar de lindo, era terrível estar ali...sozinha. Continuei andando e o túnel não chegava nunca ao final, até que escutei algo vindo ao longe... uma música muito ao longe, mas eu a conhecia e Yasmine também, que reagiu no mesmo instante dando pequenos chutes.
A minha música.
Segui o som dela e podia sentir-la mais alta, á ponto de agora escutar com clareza a voz que a cantava... e entender-la também. A música estava em inglês agora, eu podia compreender-la, algo que eu sempre desejei.

eu sangrei por muito tempo, e ninguém podia ver o sangue. Luzes urgentes me segavam na multidão. Rostos iguais, sentimentos iguais, os mesmos sons e medos ao meu ouvido. Até uma sombra iluminar minhas paredes escuras (...)”

O primeiro verso me fez sentir as borboletas voarem em meu estomago com muita intensidade. Segui para mais perto.

O sol brilha como jamais brilhou antes, bem dentro de mim. Dias e dias em tempestades e agora, você fez o sol voltar a brilhar, como jamais brilhou antes.”

O refrão me fez sorrir. Ele havia me amado desde o primeiro dia. Como eu iria negar isso depois dessa música?

Toque minha mão por um segundo mais, sussurre-me que jamais irá embora. Abraça-me anjo, é tudo o que eu quero. Você esperou por mim uma vida, sempre esteve ao meu lado, agora eu também estarei (...)”

Aproximei-me mais e já podia ver o final do túnel com uma luz forte do sol. O Refrão da musica se repetiu mais uma vez, arrancando mais um sorriso de mim e lagrimas que resolveram aparecer sem permissão.

fique perto, eu prometo permanecer em ti. Mesmo através do escuro, estaremos juntos. Para mim, será para sempre você, minha carne e sangue, minha outra metade e minha alma. E mesmo com lagrimas de vida nos separando, perto ou longe, eu estarei ao seu lado.”

Ao fim do túnel, eu podia ver um jardim lindo rodeado por flores brancas que se destacavam no verde claro da grama. Mas nada disso tinha mais impacto que a figura de branco ao meio do jardim com um microfone nas mãos.

Ao seu lado, não importa o quanto longe. Ao seu lado, eu irei sempre estar onde você estiver.”

Bill estava todo de branco, em trajes dignos de um príncipe, detalhado em botões prateados no terno com linhas da mesma cor que ligavam um botão ao outro. Sua maquiagem escura destaca ainda mais o branco em seu corpo, e seu cabelo estava jogando de lado com a franja caída perfeitamente sobre a testa. Ele sorriu em um sorriso que nunca havia visto antes de tão estonteante enquanto cantava novamente o refrão. Aproximei-me mais dele e sequei minhas lagrimas.

Abraça-me novamente. Guarde meu coração. Eu estarei com você para sempre.”

Bill cantou a ultima frase da musica e ergueu uma das mãos em minha direção para que eu a segurasse. Aproximei-me mais e segurei sua mão, então ele me olhou por um longo tempo sem dizer absolutamente nada, apenas sorria com os lábios e os olhos. Pude ver um pouco atrás, Tom e Georg tirando seus instrumentos do ombro e os apoiando no chão, e Gustav se levantando de sua bateria.
- Você pensou que eu iria te abandonar? – Bill me puxou para mais perto e beijou o alto de minha cabeça.
- É do que eu tinha mais medo. – Respondi enquanto passava minhas mãos pelos detalhes de seu terno branco.
- Tinha. – Bill afirmou.
Bill se colocou ao meu lado e ergueu o braço para que eu o segurasse. Definitivamente eu estava me sentindo uma princesa com meu príncipe naquele momento. Logo á nossa frente havia um tapete vermelho que dava acesso á um altar improvisado com um juiz de paz á nossa espera. Não havia muitos convidados como eu havia imaginado que teria. Apenas pude ver minha mãe, Simone, Fernanda, Gordon, Andreas, Gustav, Georg e Tom. Bill me guiou até o altar e então eu não pude me conter mais e deixei que as lagrimas viessem até secarem. Foi um casamento comum, as mesmas palavras ditas que são ditas em todos os outros casamentos. Apenas em um momento Bill corrigiu as palavras do juiz, dizendo “até além da vida.” em vez de “até que a morte os separe”. Coloquei o anel no dedo de Bill, e então ele colocou no meu e me puxou para um beijo demorado assim que o Juiz nos declarou como “Marido e Mulher”.
- Eu te amo. – Bill sussurrou convicto em uma sinceridade tão grande, que não fora preciso dizer mais nada para reforçar aquela frase.
Agora sim, eu tinha certeza que era para sempre.

(...)

O sol estava aos poucos mergulhando no horizonte do mar, escurecendo a água antes azul clara, agora alaranjada como o céu. A vista do pôr do sol era magnífica em nossa janela do quarto. Á seis anos havíamos nos mudado para uma casa em frente á Venice Beach em Los Angeles. Bill e Tom haviam achado melhor todos nós nos mudarmos para Califórnia já que o estúdio preferido deles se situava em Los Angeles, e agora, com mais uma Kaulitz na família, Bill não queria se distanciar nenhum segundo de mim e de Yasmine. Bill tinha paixão por casas grandes e muito bem arejadas com cores claras que iluminassem todos os cômodos, e nossa casa era exatamente assim.
Sentei-me no chão do quarto em frente á um espelho grande enquanto arrumava algumas papeladas antigas que Bill havia deixado em cima da cômoda.
- Mamãe, pode prender meu cabelo? – Yasmine veio ao meu encontro com um pequeno elástico em suas mãos.
- Claro filha. – Respondi enquanto a puxava para sentar em minha frente para que eu prendesse seu cabelo. Deixei-me perder no reflexo de Yasmine no espelho. Ela era o maior presente que eu já havia ganhado, meu maior orgulho, meu outro motivo de ser feliz, e era incrível como ela era linda. Exatamente como eu havia sonhado. Seus olhos perfeitamente iguais aos de Bill, seu cabelo liso e escuro caídos sobre seu ombro, sua pele branca destacava o rosado de suas bochechas com pequenas covinhas deixando mais gracioso ainda cada sorriso que ela dera.
- Mamãe, eu posso te fazer uma pergunta? – Yasmine virou-se para me olhar diretamente logo depois que prendi seu cabelo.
- Quantas você quiser. – Respondi depois de dar-lhe um beijo no rosto.
- Quem era seu ídolo quando você era mais nova? – Ela perguntou enquanto brincava com o colar em meu pescoço. Aquele mesmo colar no qual eu jamais tirava de meu pescoço desde que Bill me dera. Sorri para ela por um momento e ela aguardou a resposta.
- Bill Kaulitz. – Respondi por fim.
- O papai era o seu ídolo? – Yasmine olhou para mim com um olhar divertido. Um reflexo a mais chamou minha atenção no espelho. Bill estava encostado no batente da porta com um pequeno sorriso nos lábios nos olhando através do espelho com um ar terno e orgulhoso. Eu nunca vira Bill tão realizado como estava agora.
- Sim, e sempre será.