segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Para sempre você - cap. 33

Uma de minhas mãos ainda segurava a carta, não pude perceber, mais a segurava com tanta força que meus dedos ficaram marcados na lateral do papel.
Senti um vazio enorme dentro de mim, parecia que eu havia ficado oca. Senti-me morta. Bill havia levado consigo tudo que me mantinha viva. Aliás, eu não necessitava absolutamente de nada, apenas dele para viver. Ele era a minha vida. E aquela carta era a única coisa que havia restado dele.
Por um instante aquele quarto branco ficou negro, nada ali tinha mais brilho, nada mais me importava, eu nunca havia sentido uma angustia tão grande como estava sentindo agora. Era como nos meus sonhos. Era horrível o que eu sentia, difícil de explicar. Por um instante passei á preferir á morte que ficar sem ele, mas a morte seria inútil, eu iria permanecer sem ele. Além do mais, eu já estava morta. Meu corpo já estava sem vida, sem Bill.
Fechei a porta do quarto e encostei-me nela deslizando até sentar-me no chão. As lagrimas quentes que escorriam pelo meu rosto pareciam queimar ao caírem sobre minhas pernas.
Por mais que aquele quarto estivesse vazio, a essência dele ainda permanecia nele, e ficar naquele quarto era o mais próximo dele que naquele momento eu podia ficar.
Eu havia começado o amar desde aquela primeira vez que o vi nas revistas das gêmeas, mas conhecer a pessoa que ele realmente era fez-me o amar acima de tudo. Ele era tudo que eu havia pedido á deus, eu o queria do meu lado todos os dias, com ele o mundo poderia acabar á qualquer momento que eu estaria feliz. Mas, o perder, foi como ter todo o ar do mundo para respirar e de repente esse ar desaparecesse e meus pulmões começassem á se contorcer implorando por uma misera gotícula de ar para poder permanecer com o meu corpo vivo. E isso dói mais do que qualquer tipo de tortura existente no mundo, porque essa dor não é física, que pode ser curada, é uma dor sentimental, uma dor que pode jamais ser cessada, á não ser pelo único remédio do mundo, Bill Kaulitz.
Eu não via nenhuma razão mais para viver, á não ser pelo fato dele ainda existir e estar em algum lugar lá fora. Mas o tempo não iria conseguir curar a minha dor de um dia eu ter tido a chance de ter ele.
Olhei fixamente para a carta, e as letras começaram a formar imagens. As imagens passavam pelos meus olhos como um filme, mostrando o exato momento que ele disse que me amava. Logo em seguida todas as horas, minutos e segundos que passei junto dele. Todos aqueles momentos valiam mais do que todos os meus dias de vida até agora. Pelo menos eu tive a chance de realizar o meu sonho de ter-lo pelo menos uma vez em meus braços.
Passei o dia todo sentada no quarto dele. Eu não tinha fome, nem sede, eu não sentia vontade de nada, eu apenas sentia vontade de chorar até á ultima lagrima existente dentro de meu corpo secar.
Ao anoitecer dormi onde eu estava, pois eu não tinha forças para me levantar do chão e sonhei com absolutamente nada. Acordei com o brilho forte do sol em meus olhos que entrava pela janela. Minha cabeça doía muito e todas as articulações de meu corpo também, incluindo meu coração que permanecia doendo desde que Bill se fora.
Eu tinha que arranjar uma solução. Eu não iria conseguir sobreviver sem ele. Eu jamais desisti das coisas que eu tanto necessitava e essa não seria uma exceção.
Eu não tinha mais nada á perder, eu estava decidida á nunca mais voltar para meu pai, provavelmente seria difícil reencontrar minha mãe e para casa eu jamais iria voltar.
Custe o que custasse, eu iria atrás de Bill.

Um comentário:

  1. Continua...nossa coitada da Samy..espero q ela encontre o Bill de novo..

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