quarta-feira, 7 de abril de 2010

Para sempre você - cap. 67

- Natalie? - Atendi o celular com um sorriso enorme no rosto se expandindo.
- Oi Samy. Você está bem? – Natalie estava com uma voz cansada e sem animação.
- Sim. Bom, acho que sim. – Me corrigi, assim que lembrei o motivo de Bill estar no outro cômodo ao telefone com um médico. – E você? Você está bem? E o Mike? – Continuei.
Ouve uma pausa longa e incomoda, e ouvi Natalie suspirar.
- Você está ferida! – Gritei ao telefone.
- Não Samy! Eu estou bem! É que... o Mike fugiu. – Natalie estava com uma voz chorosa.
- Não! Não é possível, a polícia...
- Ele conseguiu passar pelos policiais e... fugiu. – Natalie me interrompeu.
Senti meu estomago se revirar. O medo crescia dentro de mim, e um gelo sufocante me cobriu.
- Vou deixar-la descansar. Depois nos falamos, ok?! – Natalie não esperou eu responder e logo desligou.
Eu temia muito pelo perigo de Bill, mas eu não podia dizer-lhe sobre a fuga de Mike. Pelo menos, não hoje. Ele precisava descansar também, e ele ainda não sabia da história toda, apenas iria o deixar confuso, sem saber o porquê temer á Mike, e o melhor seria se Natalie contasse essa história á ele, e não eu.
Coloquei o celular sobre a cabeceira novamente, ainda congelada pelo medo.
Bill voltou para o quarto e senti meu medo se esvair no mesmo instante que coloquei os olhos em seu rosto enquanto ele sentava ao meu lado na cama. Ele estava mais alegre, não estava mais preocupado, e parecia calmo.
- O Dr. Peter irá vir tratar de seu corte. Ele me disse que suas tonturas e desmaios devem ser por causa da má alimentação. Ele disse-me para me preocupar mais com suas refeições, e se os desmaios e tonturas continuarem, ele aconselhou-me levar-te á um médico especialista, pois ele não tem recursos para atender-lhe aqui. Eu acredito que ele esteja certo. Você não está se alimentando corretamente. – Bill explicou enquanto alisava suavemente meu rosto com as costas de sua mão.
Eu sentir-me aliviada. Aproximei-me de Bill e deitei em seu colo enquanto ele alisava meus cabelos delicadamente. A mão de Bill parecia veludo tocando minha pele do rosto e deslizando por cada mecha de meu cabelo. Era aconchegante, delicioso, eu queria ficar ali para sempre.
Tudo ficou mais delicioso ainda, assim que ele começou á cantarolar em um tom baixo a minha música.
Fechei os olhos absorvendo cada palavra que ele cantarolava em sua voz baixa e rouca, que fazia cócegas em meu ouvido me deixando cada vez mais deliciada com aquele momento.
Ouve-se batidas na porta e então volto á realidade.
Levantei-me do colo de Bill e sentei-me na cama novamente.
Bill deu-me um beijo suave nos lábios antes de levantar-se e ir atender a porta.
Tudo ocorreu rápido e nem foi tão ruim como eu havia imaginado. Dr. Peter era um senhor baixo, apesar de que qualquer um parecia um anão perto de Bill, e tinha cabelos brancos que mais pareciam algodões fofinhos grudados em sua cabeça. Ele era simpático e falava muito, o que me deixou mais á vontade.
Ele limpou e medicou meu ferimento e logo depois fez um curativo pequeno que não me incomodava. Não precisou nem se quer de pontos, o que eu achei ótimo.
Bill curvou-se para dar-me um beijo suave nos lábios logo depois que Dr. Peter acabou seu trabalho.
Dr. Peter estava recolhendo seus medicamentos e colocando em sua bolsa, mas interrompeu-se olhando para nós por um longo momento, fazendo uma expressão de dúvida.
- Bill, posso falar á sós com a Samantha, por favor? – Dr. Peter pediu com delicadeza e Bill o olhou por um longo momento também sem entender suas intenções, mas no fim assentiu e caminhou até o outro cômodo me jogando um olhar que dizia claramente “se houver qualquer coisa, me chame!”.

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