A mão de Bill relaxou em minhas costas, e percebi que ele estava mais calmo. Levantei-me procurando meu celular em meus bolsos, mas eu não o encontrava. Bill levantou-se e tirou do bolso da calça apertada cinza escura seu celular e fez uma ligação rápida para policia que durou apenas alguns segundos.
Eu podia ouvir a voz de Natalie alterada do outro lado da porta, sua voz estava agressiva e ela parecia estar sob o controle da situação, o que me aliviou por alguns instantes, até um grito alto e agudo soar de dentro do quarto.
Bill passou por mim indo em direção da porta. Ele estava desesperado agora e tentava á todo custo abrir a porta, virando incessantes vezes a maçaneta trancada e batendo fortemente na porta como se fosse a quebrar.
- Bill! Por favor! Isso é problema da Natalie, ela quis resolver sozinha! Ainda mais, a polícia está á caminho! – O repreendi, mas seu olhar para mim era estranho, eu não podia decifrar o que se passava por sua cabeça e ele não fazia idéia do porquê de tudo aquilo. Isso me dava medo.
Olhei incrédula para a porta. Eu queria ir embora o mais rápido possível e afastar Bill do perigo, mas eu estava muito preocupada com Natalie. Ela havia me ajudado, e estava naquela situação por minha causa também, era injusto deixar-la lidar sozinha com aquele monstro, por mais que fosse mais problema dela do que meu.
As mãos de Bill escorregaram na madeira da porta como se estivesse se rendendo ás minhas palavras.
Natalie gritou de novo e ouve um barulho de algo de vidro se espatifando ao chão. Agora eu estava ao lado de Bill, desesperada para abrir a porta, sem sucesso algum, é claro.
A porta era de madeira maciça e não mostrava nenhuma reação á nossos murros.
Escutamos a sirene de carros policiais na rua e olhamos um para o outro com um olhar aliviado e ao mesmo tempo ansioso.
Bill passou sua mão pela minha cintura e me puxou contra seu peito, me apertando em um abraço forte e seguro.
Escutamos passos ágeis se aproximando pelas escadas e o elevador desembarcando três policiais com as armas em punho.
Dois policiais se colocaram ao lado da porta e o outro ordenou-nos que fossemos embora. O que me aliviou mais ainda, mas ao mesmo tempo, eu ainda estava muito preocupada, eu queria ter certeza que Natalie estava bem.
Bill apertou-me com mais força ainda contra seu peito e me carregou junto dele até o elevador. Ele permaneceu o tempo todo me apertando contra seu corpo até sairmos daquele hotel.
Já estava de noite, e a lua branca brilhava em um tom perolado cintilante no céu límpido azul escuro forrado de estrelas que pareciam luzes de enfeites natalinos. Fiquei encantada com a tamanha beleza do céu e pude esquecer por alguns instantes o ocorrido daquele dia. Eu jamais havia visto o céu tão lindo como estava naquela noite.
Caminhamos rápido pela rua e logo estávamos na praia. Bill queria ficar longe daquele hotel o mais rápido possível.
Ele abraçou-me novamente, me aninhando em seu peito, enquanto andávamos pela areia com os passos acelerados. Eu podia ouvir sua respiração alterada no silencio ofuscante quebrado somente pelo som baixo e delicioso do mar se agitando lentamente.
Eu já havia me esquecido do corte longo e fundo do lado direito do meu rosto, até sentir pontadas ardentes vindo do mesmo. Apertei meu rosto contra o peito de Bill e senti as pontadas sumirem como mágica, como se Bill fosse a minha cura para absolutamente tudo.
Bill suspirou e deslizou a mão em minha cintura, me apertando novamente em um abraço seguro.
Eu desejava saber o que estava se passando pela cabeça dele naquele momento. Ele não sabia o motivo de eu ter ido falar com Natalie, nem o porquê de Mike estar por lá, e muito menos por ele ter nos ameaçado de tal maneira. Ele também não fazia idéia de que Mike era marido de Natalie. De qualquer forma, ele não desconfiou de mim, ele parecia mais preocupado em manter-me junto dele sem poupar nenhum segundo, do que com o que havia acabado de acontecer. Isso era bom, era um sinal que ele acreditava em mim toda vez que eu dizia que o amava.
Eu sorri para mim mesma.
Já estávamos na frente do bangalô quando senti outra crise de tontura e meus olhos ameaçarem á escurecer. Lutei contra mim mesma, mas sentia meu corpo falhar inúmeras.
Bill percebeu que eu não estava bem e se desesperou. Eu odiava ver Bill com aquela expressão estranha, que misturava preocupação, desespero, culpa e medo.
Ele me pegou em seu colo e me carregou rapidamente para dentro do bangalô e deitou-me na cama.
- Vou chamar um médico agora! – Bill exibia uma voz claramente preocupada.
- Não! Eu estou bem. É sério! – Tremi só de pensar em médico novamente.
- Não está. Começando pelo corte que provavelmente precisará de pontos. – Bill fuzilou-me com uma repreensão evidente.
Isso estava óbvio. Calculei comigo o que um médico seria capaz de fazer para me torturar, e cheguei á conclusão que como Bill iria o chamar, ele não poderia me torturar o bastante em um bangalô em beira mar.
Abaixei a cabeça me rendendo ao que Bill queria.
Bill caminhou para a sala e passou se alguns segundos e logo pude ouvir-lo ao telefone chamando o torturador. Tremi novamente com essa idéia de médico.
O celular de Bill estava na cabeceira da cama, e me assustei quando ele começou á tremer. O peguei olhando no visor e senti um alivio maior ainda, assim que reconheci o nome em destaque na tela.
quinta-feira, 1 de abril de 2010
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Eu começei ler a fanfic ontem, e hoje ja to no capitulo 66. É fasciante a historia que se passa entre eles, foi a unica fanfic na minha vida que me fez chorar.
ResponderExcluirQue venha o capitulo 67!