Oito e meia da manhã, e lá estava eu, sentada no sofá perto da porta com minhas malas ao meu lado.
A ansiedade estava tão incontida dentro de mim que eu não havia nem se quer conseguido tomar café da manhã.
Eu olhava no relógio que parecia arrastar o ponteiro por cada número, lentamente. Tentei me acalmar repassando cada item de minha mala em minha cabeça para ter certeza de que não havia esquecido nada, mas me deixei perder a mente em algo muito mais interessante.
Aqueles olhos, aquelas mãos, aquele sorriso. Tão nítido ainda em minha mente, e fazia me sentir em uma tempestade de neve por dentro, só de pensar que veria tudo àquilo novamente.
Batidas na porta.
Meus olhos correram para o relógio novamente. Eram nove horas em ponto.
Levantei-me desnorteada com urgência para abrir a porta.
- Bom dia, senhorita Hildebrand! – A figura inesperada surgiu com um sorriso largo e divertido quando abri a porta, me causando um susto tão grande que comecei a rir em vez de ficar em choque.
- Bill! Meu Deus... desculpe. Bom dia senhor Kaulitz. – Me recompuz sem fôlego.
- Eu não esperava te assustar. – Bill riu também. Uma risada deliciosa de se ouvir.
- Desculpe novamente. Eu esperava um staff e não o próprio Bill Kaulitz em minha porta. Isso foi bem inesperado. – Brinquei.
- Ok, estará desculpada se me deixar ajudar-la a descer com as malas até o carro. – Bill apoiou um dos braços no batente da porta, me olhando através de seu óculos escuros.
- Claro, por favor. – Falei dando espaço para que ele entrasse em meu apartamento.
Bill hoje usava outro capuz, mas este era preto. Seus óculos escuros fiéis quando ele não usava maquiagem, e uma jaqueta preta de couro sintético criando contraste com sua calça jeans escura. Sempre muito elegante, não importava que ocasião.
Bill direcionou-se até minhas malas e pegou uma delas com facilidade. Eu me perdi na imagem. Nunca havia imaginado que um dia teria Bill Kaulitz em meu apartamento. Há dois dias atrás estava eu sentada em minha escrivaninha do escritório fazendo um esboço de seu rosto no papel, sem a nenhuma esperança de um dia se quer chegar perto dele, e hoje estava ele em minha sala, segurando minha mala.
O destino realmente era imprevisivel e irônico.
- Vamos? – Bill sorriu e eu sorri de volta pegando minha outra mala e uma bolsa com meus pertences mais importantes.
Dei uma ultima olhada em meu apartamento antes de trancar a porta e direcionar-me até o elevador junto de Bill.
O elevador já estava subindo para o andar que estavamos e quando as portas abriram, me deparei com Dirk que me olhou animado e perdeu a animaçao no mesmo instante em que avistou as malas e Bill ao meu lado.
- Bom dia Sophie. – Dirk quebrou a formalidade normal que os alemães tinham em se direcionar ás pessoas pelo sobrenome e olhou sério para Bill.
- Bom dia Dirk.- Manti a mesma linha de informalidade do rapaz e Bill me olhou sem entender o olhar do mesmo.
Dirk saiu do elevador e nós dois entramos nele. Dirk jogou um ultimo olhar estranho para Bill.
- Até mais. – Falei quebrando a tenção e ele sorriu por um momento até as portas do elevador se fecharem.
- Qual era o problema dele? – Bill perguntava enquanto arrumava os óculos no rosto.
- Eu não sei. Eu conheci ele ontem, não sei o que se passa com ele. – Respondi mais confusa do que Bill.
- Eu senti que ele não gostou muito de ver você com malas e um rapaz junto. – Bill riu.
- Que bobagem, eu conheci ele ontem! – Respondi rindo junto com Bill.
O elevador parou no estacionamento. Bill me guiou até um Audi A1 cinza, e pegou minha outra mala, novamente com uma facilidade incrivel, e as colocou dentro do porta-malas.
Ele foi um legitimo cavaleiro, abrindo a porta para mim do carro e entrando no mesmo logo em seguida.
- Pronta? A viagem será um pouco longa. – Bill ligou o carro sem ouvir minha resposta.
Bill dirigia elegantemente, era impossivel não admirar-lo com os olhos perdidos na estrada e as mãos levemente pousadas sobre o volante.
- Todos já estão em Hamburgo? – Quebrei o silêncio.
- Sim. Foram cedo de avião, o Tom não tem muita paciência para pegar estrada. Apenas faltam nós dois. – Bill respondeu enquanto parava o carro em um farol vermelho.
- Não teria sido mais confortável e menos estressante se tivesse ido de avião junto com todos? - Perguntei sem tirar os olhos dele em nenhum momento.
- Sim, teria. Mas preferi ir de carro com minha maquiadora para ter a chance de conhecer-la melhor durante a viagem. – Bill respondia enquanto me olhou com um sorriso por um momento até o farol ficar verde.
sexta-feira, 13 de maio de 2011
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