Senti uma emoção difícil de conter me dominar tão bruscamente que quase me fez sufocar. Era difícil de descrever o que eu sentia naquele momento. Era difícil de acreditar.
- Eu vou ser mãe? Eu vou ser mãe! – Eu quase gritava de tanta emoção.
Dr. Sue se divertia com minha reação e Natalie pareceu se emburrar com isso.
Eu podia sentir meus olhos molharem pelas lagrimas e minhas mãos tremiam muito.
- Acalme-se querida. – Dr. Sue me deu um sorriso materno e me entregou o resultado.
Respirei fundo e engoli o choro enquanto me levantava. Natalie levantou-se juntamente comigo. Eu esperava uma reação mais animada da parte dela, mas ela apenas me dava um leve sorriso.
Saímos do consultório e caminhamos até o carro.
Enquanto andávamos, mil perguntas surgiam em minha cabeça. Como Bill iria reagir á isso? E se ele me chamasse de irresponsável e nunca mais quisesse me ver? E se ele pensasse que isso é um golpe? Como eu iria contar isso á meus pais?
Eu sentia agora uma mistura de medo e felicidade ao mesmo tempo.
Entramos no carro e Natalie sentou-se ao meu lado.
- Você realmente está feliz com isso. – Natalie afirmou.
Eu apenas respondi com um sorriso e ela assentiu.
- Mas, você já pensou nas conseqüências que irá trazer? – Natalie continuou.
- Conseqüências? – Perguntei sem entender á onde ela queria chegar.
- Sim. Bill está no auge de sua carreira na banda. Um filho agora iria ser inapropriado. Iria atrapalhar todos seus planos... pense Samy, você realmente quer interferir no grande sonho de Bill? Se eu fosse você eu tiraria esse filho. – Natalie segurou minha mão como se quisesse me consolar.
Tirar meu filho? Nosso filho? Não! Eu sei que ele ainda era muito pequeno dentro de mim, mas eu já o amava incondicionalmente.
Senti minha cabeça dar-se um nó. Apesar de tudo, Natalie estava certa. Eu iria estragar tudo.
Mas eu não iria tirar aquele filho, nunca!
Permaneci quieta e Natalie soltou minha mão e encostou-se no banco. Provavelmente ela havia percebido o nó que havia feito em minha cabeça.
Logo estávamos no hotel. Subimos pelo elevador e Natalie me acompanhou até a porta de meu quarto.
- Você fará o que é certo. – Natalie me abraçou antes de dirigir-se á seu quarto no final do corredor.
Aquele foi o abraço mais falso que eu já havia recebido.
Olhei para o resultado em minhas mãos. Aquilo tudo era tão maravilhoso, como poderia estragar tudo?
Eu não iria dar ouvidos á Natalie. Eu estava decidida á contar para Bill, e dependendo de sua reação... eu iria embora.
A idéia me fez tremer. Eu iria morrer longe de Bill.
Respirei fundo e contive as lagrimas que começavam á se formar em meus olhos.
O medo agora era maior que qualquer sentimento dentro de mim, mas eu não iria me render á ele, eu era forte.
Abri a porta do quarto e entrei. Marcava quatro horas da tarde no relógio, o dia estava passando um pouco rápido demais.
- Samantha! Onde você estava? Eu te liguei diversas vezes no celular! Fiquei preocupado! – Bill veio ao meu encontro e me abraçou fortemente.
- Bom, estou bem. Tomei cuidado como você me pediu. – Sorri nervosa para ele e ele me olhou com uma sobrancelha levantada.
- Isso eu estou vendo. Mas onde você estava? – Bill segurou meu rosto entre suas mãos.
- Eu saí com Natalie... fui ao médico. – Respondi.
- Médico? Você está bem? – Os olhos de Bill agora estavam assustados.
- Perfeitamente bem. – Fitei seus olhos que agora se acalmavam.
Bill me olhou sério esperando um porquê de minha ida ao médico. Respirei fundo e o olhei nos olhos.
- Lembra da primeira vez que você me trouxe aqui nesse quarto, e o que aconteceu nele? E também o que aconteceu algumas vezes nas maldivas e ontem? Você deve estar ciente que existem conseqüências relacionadas á isso. – Esperei por uma reação dele, mas ele continuou me fitando com um olhar confuso, eu podia ver em seus olhos que ele não estava entendendo á onde eu queria chegar.
Respirei fundo novamente e senti meu coração disparar.
- Eu estou grávida.
Nos primeiros minutos, Bill apenas me encarou. Era difícil de ler sua expressão, ele não reagia de nenhuma forma e isso estava me desesperando.
Suas mãos escorregaram de meu rosto e ele se sentou no sofá com a mesma expressão indecifrável.
Eu fiquei parada na frente dele e eu senti o medo me dominar por completa.
- Bill, por favor, fale alguma coisa! – choraminguei.
Bill olhou para mim por alguns segundos e abriu um sorriso tão lindo que senti o mundo todo desaparecer por alguns instantes.
Ainda sentado, ele me abraçou envolvendo o rosto em meu peito. Eu podia sentir suas lagrimas quentes molharem minha blusa. Eu não pude conter minhas lagrimas também.
- Eu... Eu estou tão feliz. Essa é a melhor noticia que eu já recebi em toda minha vida. É difícil de acreditar. Eu vou ser Pai! Meu deus, eu vou ser Pai! – Bill sorria maravilhado enquanto secava as lagrimas de seu rosto. – Minha vontade agora é de sair na rua gritando: Eu vou ser pai! Isso é tão surreal, o Tom vai ser tio, minha mãe vai ser avó... ela vai ser avó, meu deus! – Bill beijou minha barriga e me puxou para seu colo.
Eu não podia estar mais feliz do que já estava naquele momento, eu podia sentir que agora sim minha vida estaria completa, para sempre.
- Eu pensava que você não iria gostar. Eu estava com medo de estragar sua vida com esse filho. – Enxuguei as lagrimas que molhavam meu rosto.
- Estragar minha vida? Você realmente vai estragar minha vida de tão perfeita que esta a tornando! – Bill sorriu e beijou meus lábios por um longo tempo.
Eu me maravilhava com a alegria de Bill. Eu estava esperando pelo pior, mas tudo saiu perfeitamente bem.
Mas porque Natalie não me apoiou?
quinta-feira, 13 de maio de 2010
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