terça-feira, 11 de maio de 2010

Para sempre você - cap. 73

Acordei com o brilho tímido do sol que clareava o quarto pela janela. A noite havia passado muito rápido.
A manhã estava muito fria apesar do sol. Encolhi-me na cama e senti Bill me abraçar procurando me esquentar.
- Bom dia. – Bill sussurrou para mim e beijou meus lábios levemente.
- Só por acordar ao seu lado, meu dia já está perfeito. – Abri os olhos com dificuldade e sorri para Bill. Ele devolveu o sorriso.
- Eu adoraria passar o dia todo com você, mas tenho que trabalhar. – Bill fez uma voz de criança que me fez rir.
- Sim, o trabalho em primeiro lugar. – Sorri para Bill e de repente sua expressão ficou séria.
- Eu tenho medo por isso. – Bill agora falava com a voz séria, como sua expressão.
- Medo? Por quê? Esse é o seu sonho. – Me debrucei na cama para poder olhar melhor os seus olhos.
- Eu tenho medo de você se cansar de me esperar, tenho medo de acordar em uma manhã e não ter você ao meu lado, tenho medo de passar as férias na ilha e apenas ver um par de pés marcados na areia branca. Eu tenho medo de te perder, Samy. – Bill suspirou e olhou fixamente o lençol branco da cama.
- Esse é o medo mais tolo que você pode ter. Eu sim deveria ter medo disso. Eu desisti de tudo para estar aqui hoje, e acho que isso basta para lhe mostrar que minha vida é você agora. – Entrelacei meus dedos nos dele e ele olhou profundamente em meus olhos.
- Eu te amo.
- Isso me basta. – Sorri para Bill e deitei em seu peito.
Passamos alguns minutos á mais na cama e logo levantamos. Bill se arrumou elegantemente com um conjunto preto de jeans e jaqueta de couro e colocou um óculos escuro. Era desnecessário, Bill era maravilhoso sem maquiagem, mas ele teimava em esconder os olhos.
Vesti-me apenas com uma calça jeans e um casaco grosso.
Descemos para o restaurante e tomamos um café da manhã ótimo e totalmente saudável, repleto de frutas e sucos. Eu estava faminta.
Logo depois voltamos para o nosso quarto. Mal acabávamos de entrar no quarto e ouve-se batidas na porta.
- Vamos Bill! Hora da reunião. – Georg chamava Bill e pude ouvir as gargalhadas de Tom e Gustav logo em seguida. Provavelmente era alguma piada que eu havia perdido.
- Por favor, Samy tome cuidado! – Bill me advertiu antes de sair do quarto me dando um beijo demorado nos lábios.
Ouvi agora a gargalhada de Georg se juntando á de Tom e Gustav seguindo da voz de Bill dizendo “Qual é o problema de vocês?”.
Eu ri sozinha também no quarto vazio. Provavelmente Tom havia contado da noite passada para Georg e Gustav.
Encostei-me na parede e automaticamente levei as mãos sobre minha barriga. Se eu realmente estivesse grávida, isso seria incrível, ter um filho com aquela pessoa que significava tudo para mim. Com certeza isso iria nos unir mais ainda, para sempre. Mas eu não podia tirar conclusões precipitadas. Eu não iria criar uma expectativa por algo não confirmado.
Esperei as vozes sumirem do corredor e sai em busca de Natalie.
Perguntei para um dos seguranças que estavam no corredor e ele me indicou o penúltimo quarto.
Caminhei até ele e bati três vezes na porta.
- Samy? Como você está? – Natalie abriu a porta com um sorriso largo no rosto. Eu ainda não havia me acostumado com a nova Natalie.
- Bom... acho que estou bem. Quero que me faça um favor... – Sorri sem graça e Natalie me esperou dizer o que desejava.
- Ando tendo alguns sintomas estranhos, e eu queria que você fosse comigo ao médico... agora. – Continuei.
- Claro que vou com você. Apenas vou pegar minha bolsa. – Natalie sorriu para mim e entrou para pegar sua bolsa.
Descemos pelo elevador e os seguranças nos guiaram até o carro.
Contei para Natalie tudo o que eu havia sentido e a conclusão que eu havia chegado. Ela não concordou em nada, e também não disse absolutamente nada, ela parecia ter chegado á uma conclusão também, mas preferia guardar para si mesma.
Fomos á uma médica indicada por ela, não muito longe do hotel.
Havia poucas pessoas na sala de espera. Apenas duas mulheres na minha frente, que logo foram atendidas.
Eu sentia meu estomago gelar á cada segundo. Eu tinha medo de médico, agulhas, e tudo que se relacionava á isso, mas acima de tudo, eu estava ansiosa demais.
Natalie mostrava ser uma bela companhia. Ela segurava minha mão tremula e afagava as costas dela com tapinhas de leve.
- Samantha Meyer. – A médica chamou meu nome. Era a minha vez.
Levantei-me e senti minhas pernas bambearem. Natalie não soltou minha mão por nenhum segundo.
Entramos no consultório e a médica pediu para que sentássemos. A médica era uma senhora baixinha com os cabelos alaranjados e uma feição materna que me fez relaxar um pouco.
- Bom dia Samantha. Eu sou a Dr. Sue. No que posso lhe ajudar? – Dr. Sue me estendeu a mão com simpatia e um sorriso largo no rosto mostrando ruguinhas no canto dos olhos.
- Eu apenas queria confirmar algo. – Falei um pouco baixo e automaticamente leve a mão em minha barriga.
Natalie me olhou estranhamente e logo depois voltou o olhar para Sue.
Dr. Sue era muito espontânea, ela me fez perguntas que seriam difíceis de responder á qualquer pessoa, mas foi muito fácil para mim, ela me parecia uma amiga de infância.
Logo em seguida ela me mandou fazer um exame de sangue. O que eu mais temia.
Natalie permanecia ao meu lado o tempo todo segurando minha mão. Foi mais fácil para mim na hora que vi a agulha furando minha pele. Eu sentia que ia desmaiar á qualquer momento.
Finalmente voltamos á sala de espera. Eu estava á poucos instantes de saber a verdade.
- Você está bem? Você está pálida. – Natalie olhou para meu rosto, preocupada.
- Sim, apenas estou nervosa demais, e a ansiedade já esta congelando meu estomago. – Sorri e senti meus dentes baterem com meus calafrios.
- Você quer que seja confirmado? – Natalie me olhou estranho novamente.
Eu não soube responder sua pergunta. Eu não conseguia achar uma resposta coerente. Eu sei que seria fácil responder apenas Sim ou Não, mas isso era pouco.
Natalie esperou por uma resposta e eu voltei meu olhar para a porta fechada do consultório. A porta abriu-se no mesmo instante.
- Samantha? – Dr. Sue chamou-me.
Olhei para Natalie que ainda esperava minha resposta e respirei fundo.
Natalie levantou-se junto comigo e me seguiu até a porta.
- Sim. Eu quero. – Respondi para Natalie antes de entrar no consultório e ela me olhou com os olhos surpresos.
Sentei-me na cadeira acompanhada de Natalie que sentou-se ao meu lado com os olhos focados no rosto de Sue.
Dr. Sue abriu o envelope com o resultado e sorriu alegremente enquanto o analisava.
- Parabéns mamãe!

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