Desliguei o celular sem pronunciar mais nada á Bill. Eu não conseguia raciocinar mais nada, eu estava com medo do que viria pela frente agora, eu não queria nem se quer ter que olhar para o rosto de Mike, isso me causava náuseas só de pensar. Por um lado eu queria enfrentar-lo, dar um murro certeiro em seu nariz e dizer tudo o que estava preso em minha garganta... mas por outro lado, me lembrara que Mike era mais forte do que eu e poderia me deixar ao chão em questão de segundos, e sua ameaça de se vingar de todos nós me parecia muito sincera. Eu não temia por mim ou por Natalie, mas sim por Bill.
Eu desejava ter super poderes naquele instante. Poder atravessar a parede ou ficar invisível... ou quem sabe até mesmo ser super forte e acabar de vez com a existência de Mike. Mas por mais que tudo em minha vida já parecia impossível demais, isso era uma exceção.
Eu perguntava para mim mesma “E agora Samy?” diversas vezes. Eu não sabia o que fazer.
- O que foi isso Natalie? – Mike perguntou com uma voz firme. Eu podia imaginar sua expressão de ódio para Natalie enquanto ela o fitava com os olhos azuis desesperados.
- Vizinhos! Sabe, os hospedes do quarto vizinho falam muito alto. – Natalie fez uma voz calma, mas eu podia sentir uma tensão sobre ela.
- Não Natalie! Não foram vizinhos! Tem alguém aqui, não tem? Diga-me agora! – Mike aumentou seu tom de voz.
- Para Mike, esta me machucando! – Natalie gritou.
O que ele estava fazendo? Eu queria sair daquele guarda-roupa e poder fazer algo, mas isso só iria piorar a situação.
- Natalie! Natalie! Natalie! – Alguém chamava por Natalie desesperadamente, seguindo com batidas incessaveis na porta. Era Bill, eu conhecia muito bem aquela voz.
Droga! Agora sim as coisas iriam piorar ao extremo!
- Era só o que me faltava! O que esse idiota está fazendo aqui? – Mike não poupou sua voz destacando cada palavra alta e em bom som. Bill parou de bater na porta no mesmo instante e fez se silencio.
O que? Idiota? Como ele ousa? Minha mão estava latejando de vontade de esmurrar ele, mesmo que no final eu que perderia a luta.
- Mike! Você está maluco? Solte isso! – Natalie gritava em um tom choroso e alto.
Apertei meus olhos entre a fresta pequena na porta do guarda-roupa e focalizei Mike com uma faca grande de cozinha nas mãos.
- Vou acabar com isso agora! – Havia um ar indecifrável em sua voz que me fez tremer.
Meu coração disparou no mesmo instante quando eu o vi se aproximar da porta.
Meu deus! Não, ele não podia fazer aquilo! Ele não iria encostar um dedo que fosse em Bill!
Não pensei duas vezes, na realidade, eu não pensei nem uma vez, abri as portas do guarda-roupa e pulei em suas costas segurando seu pescoço com a maior força eu pude entre meus braços. Natalie estava parada na frente da porta a protegendo de Mike e seus olhos estavam mergulhados em lagrimas.
Mike rapidamente me tirou de suas costas com uma facilidade enorme e me prendeu com uma chave de braço no pescoço.
Natalie ameaçou tirar a faca de suas mãos, mas ele a apontou para ela a fazendo recuar.
- Muito bem Natalie! Chamou o casalzinho do século para fazer uma visitinha. Que meigo de sua parte. Acho que não vou dar o trabalho de caçar um por um para me vingar, todos estão aqui reunidos. – Mike sorria com um sorriso tão largo que me fazia pensar se existia um coração dentro dele.
Natalie voltou a encostar-se na porta o impedindo de abrir-la, mas ele gargalhou com sua atitude, enquanto me apertava mais ainda o pescoço. Eu estava enganada, ele não era mais forte do que eu, ele era extremamente mais forte do que eu, e eu estava sufocando entre seu braço.
- Natalie? – Bill chamou mais uma vez, agora com a voz mais baixa e atenta.
- Bill, corra! Vá embora! Não fique aqui! – Gritei o mais alto que eu pude, mas minha voz saiu falhada devido ao braço de Mike que me sufocava aos poucos.
- Samy? Samy! Abra a porta! – Bill agora gritava.
Mike gargalhou novamente.
- Que tentativa estúpida Samantha. Dê o que ele quer Natalie, abra a porta. – Mike ordenou.
- Bill! Não! – Gritei novamente enquanto me esperneava tentando fazer Mike me soltar, mas minha tentativa falhou. A tontura voltou a me dominar assim que Natalie levou a mão no trinco da porta, obrigada por Mike que pressionava a ponta da faca em seu pescoço.
Eu não podia me render á tontura, eu era forte, eu tinha que proteger Bill.
Natalie abriu a porta com dificuldade, pois suas mãos tremiam muito e seus olhos a cegavam em meio as lagrimas.
Avistei Bill parado ao lado de fora, com um olhar vazio que logo se tornou em desespero quando me viu imobilizada por Mike e Natalie ameaçada por uma faca.
Mike apertou a faca no pescoço de Natalie a forçando sair de sua frente. Ela fechou os olhos tentando resistir, mas não conseguiu e caminhou para o lado dando passagem á Mike, que logo tirou a faca do seu pescoço e passou para o meu.
Bill não me agüentou ver ameaçada de tal maneira e agarrou os braços de Mike o forçando me soltar.
Mike soltou-me, me jogando ao chão. Respirei inúmeras vezes recuperando o ar que eu não pude respirar em seu braço sufocante. A tontura voltou e tudo em volta começou a girar, eu não pude me levantar.
Bill segurava os braços de Mike tentando o imobilizar e tirar a faca de suas mãos, mas á cada tentativa, Mike aproximava cada vez mais a faca com brutalidade no pescoço de Bill.
Eu não podia permitir isso. Tentei me levantar me apoiando na cama, e senti as mãos de Natalie me envolver a cintura, me ajudando á levantar.
Senti minha visão normalizar, e corri ao encontro de Mike novamente, agora segurando seu braço. Mike em um gesto rápido para se proteger de mim, cortou meu rosto com a ponta da faca.
Bill pareceu se enfurecer com isso, e tirou a faca das mãos de Mike sem que ele percebesse, e o acertou com um golpe certeiro no rosto, que o fez cair ao chão.
Mike tentou levantar-se para golpear Bill também, mas parecia ainda sentir dor no rosto e o alisava tentando amenizar.
Eu não estava preocupada com o corte que sangrava em meu rosto, eu sentia que era minha obrigação proteger Bill, mesmo que eu não fosse uma grande proteção e era quase inútil á força de Mike, eu precisava de qualquer forma.
Natalie olhou para mim com uma culpa evidente em seus olhos.
- Samy, tire Bill daqui, eu me viro com Mike! – Natalie sussurrou para mim e eu assenti.
Corri na direção de Bill e o abracei fortemente o empurrando para trás e fazendo cair ao chão do lado de fora do quarto.
Natalie em um movimento rápido, fechou a porta e pude escutar ela a trancando em três voltas na chave.
Bill olhava com um ódio evidente em seus olhos para a porta e tentou tirar-me de cima de seu corpo e levantar-se.
- Bill! Não! Pare com isso! Acione a polícia e vamos embora daqui! – Me prendi com a maior força que pude em seu peito o impedindo de levantar-se.
Bill deitou a cabeça no chão por um momento e fechou os olhos respirando fundo para se acalmar.
sexta-feira, 26 de março de 2010
terça-feira, 23 de março de 2010
Para sempre você - cap. 64
Natalie arregalou os olhos azuis em meio de seu desespero e olhava para a porta demoradamente e voltava seu olhar para mim.
Levantei-me do sofá sem saber o que fazer. Olhei em volta buscando naquele quarto algum local de fuga, apenas existia uma janela, mas mesmo sendo no segundo andar, era muito alto para eu escapar sem quebrar nenhum osso. A única coisa que eu conseguia pensar era “Estamos perdidas!”.
Natalie ainda estava sentada no sofá olhando desesperadamente sem ação para a porta. Pensei que ela havia entrado em estado de choque crônico.
- Natalie, não se faça de tonta! Eu sei que você está aí com alguém! Abra agora ou eu derrubo essa porta! – Mike gritava ferozmente através da porta. Eu estava começando á ficar com medo.
O que ele seria capaz de fazer se me visse naquele quarto? Até que ponto ele cometeria loucuras para conseguir a posse dos bens de Bill?
Eu não sabia. Mas pelo tom hostil que havia em sua voz, eu não poderia duvidar de nada. Passei a me perguntar qual ponto Natalie havia visto nele que a fez o amar tanto.
Ele poderia ser bonito, mas não transparecia isso em seu interior.
Natalie finalmente levantou-se e me puxou pelo braço para perto dela.
- Não tenho escolhas Samy. Você terá que se esconder no guarda-roupa e procurar não fazer nenhum ruído que seja. Eu vou tentar mandar Mike embora o mais rápido possível. – Natalie sussurrou para mim tão baixo que se não tivesse prestado a maior atenção, não havia a escutado.
Abri a porta do guarda-roupa e entrei dentro dele, agradecendo por ele ser grande o bastante para eu caber dentro.
Natalie fechou a porta para mim enquanto dizia para si mesma “Agora é só torcer para que ele não resolva abrir o guarda-roupa.”
Senti um certo medo com isso. Escorreguei dentro do guarda-roupa até sentar-me. Entre a porta , havia uma fresta muito pequena que entrava uma luz fraca e me permitia ver o que acontecia do lado de fora.
- Só um momento Mike! Estou me vestindo! – Natalie gritou, com sua voz abafada pelas paredes de madeira do guarda-roupa.
Provavelmente ela inventaria que estava banhando-se para despistar Mike pela sua demora de abrir a porta. Uma ótima idéia de sua parte.
Escutei a porta abrindo-se.
- Cadê? Onde está ela? – Mike gritava brutalmente.
- Ela quem Mike? Não tem ninguém aqui! Qual é o seu problema? – Natalie gritava no mesmo tom que o dele.
- A recepcionista disse que havia uma mulher aqui com você! – Mike continuava hostil.
- Era a Kelly seu ignorante! Ela veio me avisar que Bill precisaria de meu trabalho mais tarde. Mas ela já foi embora! E como vê, você atrapalhou meu banho. – Natalie respondia com um certo sarcasmo na voz.
- Já sabe que se contar uma coisa que seja para Samantha, uma coisinha mínima... eu não terei receio de me vingar de você, dela e de seu tão amado Bill. – Mike estava agora com uma voz firme que me fez tremer.
- Não suporto sua desconfiança idiota. – Natalie respondeu no mesmo tom firme.
Senti meu celular vibrar no bolso da calça. Dei graças á deus por ter o colocando no vibra cal, se não meu esconderijo teria sido revelado nesse exato momento.
Peguei o celular em meu bolso e olhei o visor. Era Bill.
Eu não podia atender, eu não podia fazer nenhum ruído que fosse. Mas eu conhecia Bill muito bem e sabia que se eu não atendesse, ele iria com certeza vir até o hotel, e Bill encontrar com Mike seria um acontecimento que deveria ser evitado no momento.
Mike e Natalie discutiam ainda em voz alta, e deduzi que não poderiam me ouvir enquanto um gritava com o outro naquele tom.
- Bill, eu não posso falar agora! Não insista! – Sussurrei ao celular.
- O que? Porque não? Porque está sussurrando? O que houve? – Bill não obedeceu e encheu-me de perguntas.
- Droga Bill! Por favor, depois eu te conto, não posso agora. – Sussurrei mais uma vez.
- Eu estou indo para aí. – Bill avisou.
- Não! – Falei um pouco alto demais ao celular o repreendendo e percebi que Mike e Natalie haviam parado de discutir no mesmo instante.
Tirei o celular de meu ouvido e encarei a porta do guarda-roupa com o coração disparado em meio de meu medo.
- Samy? Samy? Alô? – Bill gritava ao celular, á ponto de ser escutado até mesmo longe dele.
Eu havia estragado tudo.
Levantei-me do sofá sem saber o que fazer. Olhei em volta buscando naquele quarto algum local de fuga, apenas existia uma janela, mas mesmo sendo no segundo andar, era muito alto para eu escapar sem quebrar nenhum osso. A única coisa que eu conseguia pensar era “Estamos perdidas!”.
Natalie ainda estava sentada no sofá olhando desesperadamente sem ação para a porta. Pensei que ela havia entrado em estado de choque crônico.
- Natalie, não se faça de tonta! Eu sei que você está aí com alguém! Abra agora ou eu derrubo essa porta! – Mike gritava ferozmente através da porta. Eu estava começando á ficar com medo.
O que ele seria capaz de fazer se me visse naquele quarto? Até que ponto ele cometeria loucuras para conseguir a posse dos bens de Bill?
Eu não sabia. Mas pelo tom hostil que havia em sua voz, eu não poderia duvidar de nada. Passei a me perguntar qual ponto Natalie havia visto nele que a fez o amar tanto.
Ele poderia ser bonito, mas não transparecia isso em seu interior.
Natalie finalmente levantou-se e me puxou pelo braço para perto dela.
- Não tenho escolhas Samy. Você terá que se esconder no guarda-roupa e procurar não fazer nenhum ruído que seja. Eu vou tentar mandar Mike embora o mais rápido possível. – Natalie sussurrou para mim tão baixo que se não tivesse prestado a maior atenção, não havia a escutado.
Abri a porta do guarda-roupa e entrei dentro dele, agradecendo por ele ser grande o bastante para eu caber dentro.
Natalie fechou a porta para mim enquanto dizia para si mesma “Agora é só torcer para que ele não resolva abrir o guarda-roupa.”
Senti um certo medo com isso. Escorreguei dentro do guarda-roupa até sentar-me. Entre a porta , havia uma fresta muito pequena que entrava uma luz fraca e me permitia ver o que acontecia do lado de fora.
- Só um momento Mike! Estou me vestindo! – Natalie gritou, com sua voz abafada pelas paredes de madeira do guarda-roupa.
Provavelmente ela inventaria que estava banhando-se para despistar Mike pela sua demora de abrir a porta. Uma ótima idéia de sua parte.
Escutei a porta abrindo-se.
- Cadê? Onde está ela? – Mike gritava brutalmente.
- Ela quem Mike? Não tem ninguém aqui! Qual é o seu problema? – Natalie gritava no mesmo tom que o dele.
- A recepcionista disse que havia uma mulher aqui com você! – Mike continuava hostil.
- Era a Kelly seu ignorante! Ela veio me avisar que Bill precisaria de meu trabalho mais tarde. Mas ela já foi embora! E como vê, você atrapalhou meu banho. – Natalie respondia com um certo sarcasmo na voz.
- Já sabe que se contar uma coisa que seja para Samantha, uma coisinha mínima... eu não terei receio de me vingar de você, dela e de seu tão amado Bill. – Mike estava agora com uma voz firme que me fez tremer.
- Não suporto sua desconfiança idiota. – Natalie respondeu no mesmo tom firme.
Senti meu celular vibrar no bolso da calça. Dei graças á deus por ter o colocando no vibra cal, se não meu esconderijo teria sido revelado nesse exato momento.
Peguei o celular em meu bolso e olhei o visor. Era Bill.
Eu não podia atender, eu não podia fazer nenhum ruído que fosse. Mas eu conhecia Bill muito bem e sabia que se eu não atendesse, ele iria com certeza vir até o hotel, e Bill encontrar com Mike seria um acontecimento que deveria ser evitado no momento.
Mike e Natalie discutiam ainda em voz alta, e deduzi que não poderiam me ouvir enquanto um gritava com o outro naquele tom.
- Bill, eu não posso falar agora! Não insista! – Sussurrei ao celular.
- O que? Porque não? Porque está sussurrando? O que houve? – Bill não obedeceu e encheu-me de perguntas.
- Droga Bill! Por favor, depois eu te conto, não posso agora. – Sussurrei mais uma vez.
- Eu estou indo para aí. – Bill avisou.
- Não! – Falei um pouco alto demais ao celular o repreendendo e percebi que Mike e Natalie haviam parado de discutir no mesmo instante.
Tirei o celular de meu ouvido e encarei a porta do guarda-roupa com o coração disparado em meio de meu medo.
- Samy? Samy? Alô? – Bill gritava ao celular, á ponto de ser escutado até mesmo longe dele.
Eu havia estragado tudo.
quinta-feira, 18 de março de 2010
Para sempre você - cap. 63
Entrei em seu quarto sentindo o mundo desabar sobre mim cada vez mais. Eu não sabia o que fazer, e isso me desintegrava aos poucos. Por alguns instantes eu senti vontade de nunca ter existido, eu realmente estava desesperada, e não sabia o que estava buscando indo falar com minha maior inimiga.
Natalie fechou a porta e fez sinal para eu sentar-se no sofá que eu não havia percebido ainda, logo ao meu lado.
Sentei-me com dificuldade sentindo minhas pernas bambas, e Natalie sentou-se logo á meu lado ainda com uma expressão perturbada que estava me dando ódio.
- Samy... eu posso te chamar assim? – Ela perguntou enquanto colocava sua franja atrás da orelha.
Eu assenti.
- Ok, Samy. Eu sei que minha cabeça irá rolar depois de hoje, mas eu não me importo mais, eu cansei dos jogos dele, por isso vou te contar tudo. – Natalie focalizou o chão enquanto enrolava uma mecha de seu cabelo loiro.
Ela não parecia mais ser aquela mulher desprezível, seu tom de voz agora era educado e baixo, e eu podia sentir que ela não me odiava naquele momento. Mas isso não mudava o rancor que eu sentia por ela.
- Para começar... Mike é meu marido. – Natalie olhou para mim para ver minha reação.
Ela era casada? Porque Bill não contara isso á mim? Será que ele sabia disso? Porque ela fazia tudo isso sendo que era casada? Por quê? Minha cabeça estava cheia de perguntas, mas eu não as fiz. Deixei que Natalie continuasse á falar e aos poucos minhas perguntas serem respondidas.
Olhei para ela surpresa e ela voltou a encarar o chão enrolando a mesma mecha de cabelo.
- Eu o amo demais, mas ele é obcecado pelo dinheiro. Ele me obrigou á fazer tudo o que eu fiz até hoje. Desde o dia em que entrei na vida dos garotos, tudo que eu fiz de ruim, foi á mando de Mike, e ninguém sabia que eu era casada, eu escondi isso até hoje, eu escondi Mike durante todo esse tempo. Não que ele tenha certo controle sobre mim, mas eu que fiz tudo por amor á ele. Eu não queria o perder, e por isso fiz tudo o que ele mandava. Eu realmente amo o Bill, ele é um grande amigo, uma grande pessoa, uma pessoa linda por dentro e por fora, mas eu só desejo a sua amizade e o seu bem como á todos da banda. Eu sabia que afastar você dele, só iria o fazer mal, mas eu amava muito mais á Mike, e isso me dominava. – Natalie suspirou lentamente e alisou uma aliança fina amarelada e brilhante no seu dedo anelar da mão esquerda. Eu não havia a percebido antes.
Eu estava chocada com tudo que ela estava me dizendo. Então, Mike que estava por trás de tudo. Eu estava odiando a pessoa errada.
- E porque hoje você foi dizer idiotices sobre mim para Bill? – Perguntei com a voz rouca.
- Eu estava tentando te proteger. Uma hora ou outra, Bill iria te perdoar, ele te ama demais Samy. Eu só queria te afastar por um tempo dele para que eu ganhasse tempo de impedir Mike pelo o que está fazendo agora. – Natalie segurou minha mão firmemente enquanto me olhava nos olhos, o que me deixou um pouco sem graça diante de minha arque inimiga. Na verdade, eu não sabia se acreditava nela ou não, depois de tudo que eu havia passado por causa dela, era meio difícil, mas ela parecia dizer a verdade.
- Samy, pense bem, você acha que Mike está realmente com sua Mãe? – Ela perguntou permanecendo com os olhos profundamente presos nos meus.
- Ele não deu provas. Ele não queria que eu fizesse perguntas. Ele realmente me apavorou. Mas, pensando bem, como ele haveria localizado minha mãe sendo que nem mesmo eu sabia onde ela estava?! – Pensei alto e Natalie assentiu minha conclusão.
- Ele não a localizou. Ele não está com sua mãe, ele inventou isso porque sabia que você ficaria desesperada e não iria se importar em pensar no como e no porque, e ele também sabia que eu não seria capaz de abrir o jogo para você, mas pelo visto ele estava enganado. – Ela riu-se.
- Ele não está com minha mãe? – Meus olhos se encheram de lagrimas. Senti um alivio enorme tomar conta de mim.
- Não Samy. Pode ficar tranqüila e continuar fazendo Bill feliz. – Ela sorriu para mim.
Era a primeira vez que eu via Natalie sorrindo para mim com uma emoção fácil de deduzir. Ela parecia realmente estar dizendo a verdade, ela parecia ser uma pessoa incrível, ao contrário daquela pessoa desprezível comandada por Mike.
Eu a abracei e me senti purificada, meu sentimento de ódio por ela se esvaiu pelo ar, e eu só podia sentir gratidão por ela.
- E você e... Mike? – Perguntei enquanto voltava a olhar para seu rosto.
- Eu o amo, mas não vou continuar com alguém que ama mais o dinheiro do que á mim, além de usar meu amor para me manipular. Eu me sinto livre já. Sinto que tirei um peso enorme de cima de mim. Sinto-me feliz por ter contado toda a verdade á você. – Ela sorriu de novo agora emocionada. Mas seu sorriso logo sumiu assim que ouviu uma batida forte e exagerada na porta.
- Natalie! Abra essa porta agora! – Um homem gritava com sua voz grossa através da porta.
Natalie fechou a porta e fez sinal para eu sentar-se no sofá que eu não havia percebido ainda, logo ao meu lado.
Sentei-me com dificuldade sentindo minhas pernas bambas, e Natalie sentou-se logo á meu lado ainda com uma expressão perturbada que estava me dando ódio.
- Samy... eu posso te chamar assim? – Ela perguntou enquanto colocava sua franja atrás da orelha.
Eu assenti.
- Ok, Samy. Eu sei que minha cabeça irá rolar depois de hoje, mas eu não me importo mais, eu cansei dos jogos dele, por isso vou te contar tudo. – Natalie focalizou o chão enquanto enrolava uma mecha de seu cabelo loiro.
Ela não parecia mais ser aquela mulher desprezível, seu tom de voz agora era educado e baixo, e eu podia sentir que ela não me odiava naquele momento. Mas isso não mudava o rancor que eu sentia por ela.
- Para começar... Mike é meu marido. – Natalie olhou para mim para ver minha reação.
Ela era casada? Porque Bill não contara isso á mim? Será que ele sabia disso? Porque ela fazia tudo isso sendo que era casada? Por quê? Minha cabeça estava cheia de perguntas, mas eu não as fiz. Deixei que Natalie continuasse á falar e aos poucos minhas perguntas serem respondidas.
Olhei para ela surpresa e ela voltou a encarar o chão enrolando a mesma mecha de cabelo.
- Eu o amo demais, mas ele é obcecado pelo dinheiro. Ele me obrigou á fazer tudo o que eu fiz até hoje. Desde o dia em que entrei na vida dos garotos, tudo que eu fiz de ruim, foi á mando de Mike, e ninguém sabia que eu era casada, eu escondi isso até hoje, eu escondi Mike durante todo esse tempo. Não que ele tenha certo controle sobre mim, mas eu que fiz tudo por amor á ele. Eu não queria o perder, e por isso fiz tudo o que ele mandava. Eu realmente amo o Bill, ele é um grande amigo, uma grande pessoa, uma pessoa linda por dentro e por fora, mas eu só desejo a sua amizade e o seu bem como á todos da banda. Eu sabia que afastar você dele, só iria o fazer mal, mas eu amava muito mais á Mike, e isso me dominava. – Natalie suspirou lentamente e alisou uma aliança fina amarelada e brilhante no seu dedo anelar da mão esquerda. Eu não havia a percebido antes.
Eu estava chocada com tudo que ela estava me dizendo. Então, Mike que estava por trás de tudo. Eu estava odiando a pessoa errada.
- E porque hoje você foi dizer idiotices sobre mim para Bill? – Perguntei com a voz rouca.
- Eu estava tentando te proteger. Uma hora ou outra, Bill iria te perdoar, ele te ama demais Samy. Eu só queria te afastar por um tempo dele para que eu ganhasse tempo de impedir Mike pelo o que está fazendo agora. – Natalie segurou minha mão firmemente enquanto me olhava nos olhos, o que me deixou um pouco sem graça diante de minha arque inimiga. Na verdade, eu não sabia se acreditava nela ou não, depois de tudo que eu havia passado por causa dela, era meio difícil, mas ela parecia dizer a verdade.
- Samy, pense bem, você acha que Mike está realmente com sua Mãe? – Ela perguntou permanecendo com os olhos profundamente presos nos meus.
- Ele não deu provas. Ele não queria que eu fizesse perguntas. Ele realmente me apavorou. Mas, pensando bem, como ele haveria localizado minha mãe sendo que nem mesmo eu sabia onde ela estava?! – Pensei alto e Natalie assentiu minha conclusão.
- Ele não a localizou. Ele não está com sua mãe, ele inventou isso porque sabia que você ficaria desesperada e não iria se importar em pensar no como e no porque, e ele também sabia que eu não seria capaz de abrir o jogo para você, mas pelo visto ele estava enganado. – Ela riu-se.
- Ele não está com minha mãe? – Meus olhos se encheram de lagrimas. Senti um alivio enorme tomar conta de mim.
- Não Samy. Pode ficar tranqüila e continuar fazendo Bill feliz. – Ela sorriu para mim.
Era a primeira vez que eu via Natalie sorrindo para mim com uma emoção fácil de deduzir. Ela parecia realmente estar dizendo a verdade, ela parecia ser uma pessoa incrível, ao contrário daquela pessoa desprezível comandada por Mike.
Eu a abracei e me senti purificada, meu sentimento de ódio por ela se esvaiu pelo ar, e eu só podia sentir gratidão por ela.
- E você e... Mike? – Perguntei enquanto voltava a olhar para seu rosto.
- Eu o amo, mas não vou continuar com alguém que ama mais o dinheiro do que á mim, além de usar meu amor para me manipular. Eu me sinto livre já. Sinto que tirei um peso enorme de cima de mim. Sinto-me feliz por ter contado toda a verdade á você. – Ela sorriu de novo agora emocionada. Mas seu sorriso logo sumiu assim que ouviu uma batida forte e exagerada na porta.
- Natalie! Abra essa porta agora! – Um homem gritava com sua voz grossa através da porta.
quarta-feira, 17 de março de 2010
Para sempre você - cap. 62
Várias pessoas passaram pela minha cabeça. Seria a minha mãe? Meu pai? Nanda? Tom? Eu realmente não sabia a origem daquele número.
- Alô? – Atendi curiosa.
- Creio que você lembre-se de mim. – Uma voz grossa recitou as palavras. Busquei a voz pela minha cabeça tentando identificar-la.
Mike! Sim era ele!
- Como conseguiu meu número? – Perguntei assustada enquanto olhava para Bill que estava parado á minha frente de braços cruzados me olhando com curiosidade.
- Não importa. Poupe suas perguntas tolas, e fique bem quietinha. – Ele falava friamente.
- Porque deveria? Sinceramente, estou perdendo o meu precioso tempo. Tchau.
- Se eu fosse você, eu não desligaria e colocaria minha mamãezinha em apuros. – Ele cantarolou.
- Minha Mãe? – gaguejei e Bill começou á se preocupar.
- Fique quietinha e não demonstre alterações de seu humor no tom de sua voz, não faça perguntas e apenas responda com sim ou não. Eu sei que Bill está com você, e você terá que ser cautelosa se quiser sua mamãe viva. – Ele riu.
Eu o obedeci e permanecia quieta controlando meu humor.
- Muito bem. Tudo que você terá que fazer é terminar seu relacionamento com Bill. Assim que eu ver as primeiras noticias sobre isso, sua mamãe estará livre. Se Bill ficar sabendo disso, ou qualquer pessoa que seja, esqueça que um dia você teve uma mãe. Você entendeu?
- Sim. – gaguejei novamente.
Mike desligou, mas eu permanecia segurando o celular em meu ouvido e as lagrimas começando a se formar em meus olhos, mas eu as contive, não podia preocupar Bill com essa ligação.
Tirei o celular de meu ouvido lentamente e o desliguei.
- Quem era? – Bill caminhou em minha direção erguendo meu rosto para focalizar meus olhos.
- Era engano. Por um momento pensei ser minha mãe, mas não era. – Menti
Bill me abraçou em meio de um sorriso.
Como eu iria fazer o que Mike havia me mandando? Acabar meu relacionamento com Bill? Aquilo era a morte para mim. Eu o amava mais que qualquer coisa, ele era a minha vida, o meu ar, o meu tudo. Mas eu não queria nada de ruim á minha mãe. Eu realmente estava entre a cruz e a espada, estavam em jogo as duas pessoas que eu mais amava na vida.
Natalie! Sim Natalie! Eu tinha que falar com ela, ou melhor, matar-la se possível.
- Bill, você sabe onde está Natalie? Eu preciso ver-la.
Bill me olhou assustado.
- Ela deve estar junto com os Staffs. Vou tirar essa roupa molhada e vou com você até lá. – Bill virou-se para pegar alguma roupa em sua mala.
- Não! Não, eu preciso falar com ela em particular. – Senti a tontura voltar e recuei me segurando no sofá.
- Ok, ok! Os Staffs estão hospedados em um hotel á alguns metros daqui. Não fica longe, é logo depois do quiosque. Mas você está bem? – Bill veio em minha direção e segurou minhas mãos.
- Claro, estou ótima... Desculpe Bill, mas é que eu tenho que esclarecer algumas coisas com ela, por isso que tenho que ir sozinha.
- Já sei, vai tirar satisfações por ela ter vindo falar idiotices de você para mim. Ok, não vou a repreender, vá. – Ele sorriu e me deu um beijo demorado nos lábios.
Busquei um vestido qualquer em minha mala e o vesti. Sai do bangalô sufocada pelo o que estava me acontecendo. Eu realmente não sabia o que fazer.
Cortei caminho pela praia e nossas pegadas ainda estavam na areia perto do mar, era algo que me emocionava. Andei para longe das pegadas procurando as deixar intactas.
Eu não queria olhar para trás e ver meu par de pegadas solitárias na areia branca. Aquilo parecia uma visão do futuro, algo que eu não queria que acontecesse. Eu tinha que arranjar uma solução, eu não ia me separar de Bill... nem perder a minha mãe.
Logo eu já estava no quiosque, passei-o e logo podia ver um hotel típico de praia.
Era um hotel simples, não havia nada de incrível e chamativo nele, apenas sua cor amarelada era destaque. Entrei nele e perguntei á recepcionista sobre Natalie Franz e logo ela me mandou subir ao segundo andar, no quarto 15.
Subi pelo elevador e logo estava á frente do quarto 15. Bati duas vezes na porta, o que pareceu suficiente para Natalie Abrir.
- Você? – Natalie arregalou os olhos.
- Porque você está fazendo isso comigo? Por quê? Eu não mereço isso Natalie, ninguém merece isso! Isso é muito baixo, até mesmo para você. – As lagrimas desciam pelo meu rosto.
- Entre. – Natalie fez uma expressão perturbada e me deu passagem para entrar em seu quarto.
- Alô? – Atendi curiosa.
- Creio que você lembre-se de mim. – Uma voz grossa recitou as palavras. Busquei a voz pela minha cabeça tentando identificar-la.
Mike! Sim era ele!
- Como conseguiu meu número? – Perguntei assustada enquanto olhava para Bill que estava parado á minha frente de braços cruzados me olhando com curiosidade.
- Não importa. Poupe suas perguntas tolas, e fique bem quietinha. – Ele falava friamente.
- Porque deveria? Sinceramente, estou perdendo o meu precioso tempo. Tchau.
- Se eu fosse você, eu não desligaria e colocaria minha mamãezinha em apuros. – Ele cantarolou.
- Minha Mãe? – gaguejei e Bill começou á se preocupar.
- Fique quietinha e não demonstre alterações de seu humor no tom de sua voz, não faça perguntas e apenas responda com sim ou não. Eu sei que Bill está com você, e você terá que ser cautelosa se quiser sua mamãe viva. – Ele riu.
Eu o obedeci e permanecia quieta controlando meu humor.
- Muito bem. Tudo que você terá que fazer é terminar seu relacionamento com Bill. Assim que eu ver as primeiras noticias sobre isso, sua mamãe estará livre. Se Bill ficar sabendo disso, ou qualquer pessoa que seja, esqueça que um dia você teve uma mãe. Você entendeu?
- Sim. – gaguejei novamente.
Mike desligou, mas eu permanecia segurando o celular em meu ouvido e as lagrimas começando a se formar em meus olhos, mas eu as contive, não podia preocupar Bill com essa ligação.
Tirei o celular de meu ouvido lentamente e o desliguei.
- Quem era? – Bill caminhou em minha direção erguendo meu rosto para focalizar meus olhos.
- Era engano. Por um momento pensei ser minha mãe, mas não era. – Menti
Bill me abraçou em meio de um sorriso.
Como eu iria fazer o que Mike havia me mandando? Acabar meu relacionamento com Bill? Aquilo era a morte para mim. Eu o amava mais que qualquer coisa, ele era a minha vida, o meu ar, o meu tudo. Mas eu não queria nada de ruim á minha mãe. Eu realmente estava entre a cruz e a espada, estavam em jogo as duas pessoas que eu mais amava na vida.
Natalie! Sim Natalie! Eu tinha que falar com ela, ou melhor, matar-la se possível.
- Bill, você sabe onde está Natalie? Eu preciso ver-la.
Bill me olhou assustado.
- Ela deve estar junto com os Staffs. Vou tirar essa roupa molhada e vou com você até lá. – Bill virou-se para pegar alguma roupa em sua mala.
- Não! Não, eu preciso falar com ela em particular. – Senti a tontura voltar e recuei me segurando no sofá.
- Ok, ok! Os Staffs estão hospedados em um hotel á alguns metros daqui. Não fica longe, é logo depois do quiosque. Mas você está bem? – Bill veio em minha direção e segurou minhas mãos.
- Claro, estou ótima... Desculpe Bill, mas é que eu tenho que esclarecer algumas coisas com ela, por isso que tenho que ir sozinha.
- Já sei, vai tirar satisfações por ela ter vindo falar idiotices de você para mim. Ok, não vou a repreender, vá. – Ele sorriu e me deu um beijo demorado nos lábios.
Busquei um vestido qualquer em minha mala e o vesti. Sai do bangalô sufocada pelo o que estava me acontecendo. Eu realmente não sabia o que fazer.
Cortei caminho pela praia e nossas pegadas ainda estavam na areia perto do mar, era algo que me emocionava. Andei para longe das pegadas procurando as deixar intactas.
Eu não queria olhar para trás e ver meu par de pegadas solitárias na areia branca. Aquilo parecia uma visão do futuro, algo que eu não queria que acontecesse. Eu tinha que arranjar uma solução, eu não ia me separar de Bill... nem perder a minha mãe.
Logo eu já estava no quiosque, passei-o e logo podia ver um hotel típico de praia.
Era um hotel simples, não havia nada de incrível e chamativo nele, apenas sua cor amarelada era destaque. Entrei nele e perguntei á recepcionista sobre Natalie Franz e logo ela me mandou subir ao segundo andar, no quarto 15.
Subi pelo elevador e logo estava á frente do quarto 15. Bati duas vezes na porta, o que pareceu suficiente para Natalie Abrir.
- Você? – Natalie arregalou os olhos.
- Porque você está fazendo isso comigo? Por quê? Eu não mereço isso Natalie, ninguém merece isso! Isso é muito baixo, até mesmo para você. – As lagrimas desciam pelo meu rosto.
- Entre. – Natalie fez uma expressão perturbada e me deu passagem para entrar em seu quarto.
terça-feira, 9 de março de 2010
Para sempre você - cap. 61
Uma mão macia alisava meu rosto, e apesar da temperatura elevada e o mormaço sufocante, estava fria, o que dava uma sensação boa.
Um perfume doce enchia meus pulmões. Era um perfume único, apenas Bill cheirava dessa forma, não havia nada comparado á aquele cheiro, e um som de batidas fortes e suaves de coração soavam em meu ouvido. As batidas que eram a melodia mais linda do mundo e que me faziam tão bem.
Percebi que a tontura havia passado e a dor de cabeça também e abri meus olhos lentamente.
Eu estava aninhada no peito de Bill que estava deitado em uma cama grande e branca em um quarto perfeitamente iluminado pelo sol, e ele passava sua mão em meu rosto com delicadeza, e eu podia sentir que sua mão tremia um pouco.
- Bill eu... – Comecei a falar, mas ele levou um susto, ainda não havia percebido que eu havia acordado.
- Samy, você está bem? Você está sentindo alguma coisa? – A voz de Bill estava urgente e preocupada. As batidas de seu coração não estavam mais suaves, agora estavam exageradamente aceleradas, e isso me preocupou um pouco. Ele pousou minha cabeça no travesseiro e se levantou rapidamente, sentando-se na cama com os olhos preocupados em mim.
- Eu estou bem. Muito bem para falar a verdade. – Fiz a voz mais calma e relaxada que pude e tentei me levantar também, mas eu ainda estava um pouco zonza e preferi permanecer deitada por alguns minutos mais.
- Me perdoe Samy! Perdoe-me! Eu estava errado, eu devia ter te escutado em vez de tirar minhas próprias conclusões. Eu fui um idiota, depois de tudo que você fez por mim, eu ainda fui capaz de duvidar de você. E eu não suporto te ver mal. Eu vou chamar um médico, eu não quero que nada de ruim aconteça á você. – Seus olhos brilhavam em lagrimas e sua mão tremia mais ainda, agora segurando a minha com firmeza.
- Eu entendo o seu lado Bill, não deve pedir perdão, eu sei que é difícil para você. Mas por favor, sem médicos, eu estou bem! – Eu estremeci só de pensar em agulhas e aqueles instrumentos medonhos de médicos que mais parecem aparelhos de tortura.
Ele respirou fundo e colou seus lábios nos meus por um longo tempo. Eu sentia falta disso. Sentei-me na cama e entrelacei meus dedos em seu cabelo enquanto o beijava ternamente e sentia suas mãos que agora estavam quentes, me apertarem contra seu corpo.
Nada poderia nos atrapalhar agora. Estávamos sozinhos em uma ilha, não teria a intervenção de ninguém. Que sonho.
Bill estava tão informal, tão caseiro, com uma regata branca justa no corpo e uma bermuda preta. Seu cabelo estava perfeitamente jogado para trás e percebi uma coisa, ele não estava maquiado, o que mostrava que Natalie estava mentindo quando disse que estava ali á trabalho. Arrependi-me de não ter a afogado no mar quando tive a chance.
Minhas mãos escorregaram de seu cabelo e o olhei fixamente.
- O que Natalie fazia aqui?
- Ela veio encher minha cabeça de idiotices sobre você. Óbvio que não acreditei nela, mas confesso que ela alimentou um pouco a minha desconfiança, mas já não a tenho mais. – Bill sorriu para mim e me perdi em seu sorriso tão radiante.
Não me contive e o agarrei novamente beijando seus lábios mais urgentemente.
Senti as mãos de Bill, apertarem-me novamente. Seus lábios passaram para meu pescoço e logo depois á meu ouvido.
- Samy, você acabou de voltar de um desmaio. – Seus lábios se repuxaram em um sorriso.
Senti no mesmo instante meu estomago roncar de fome. Eu corei com isso. Ter fome em uma hora dessas? Que idiotice Samantha!
- Acho que isso explica meu desmaio. – Brinquei.
Bill repuxou os lábios de lado enquanto fazia uma expressão pensativa.
- Não quero que você desmaie de novo. Vamos comer alguma coisa. – Bill levantou-se da cama e me ajudou a se levantar também.
Bill me levou á um quiosque luxuoso não muito longe do bangalô. Parecia um quiosque particular, não havia ninguém nele, apenas nós dois.
Sentamos em uma mesa e Bill pediu um almoço digno para mais de seis pessoas. Nós dois não iríamos comer tudo aquilo sozinhos, mas Bill adorava exagerar nessas situações.
Comi o suficiente para me sentir cheia, enquanto Bill contava como havia sido a entrevista á RTL. Ele parecia tranqüilo quanto ao impacto que isso iria causar nas fãs.
Quando terminamos, voltamos pela praia. Tirei meus sapatos e a sensação da areia fina e quente em meus pés era muito agradável, juntamente com a brisa fresca que vinha do mar.
Bill segurava minha mão com os dedos entrelaçados nos meus e cantarolava a minha música.
- Fico maravilhado com isso. – Bill olhou para trás insinuando nossas pegadas juntas na areia.
Aquilo também me maravilhava, parecia algo tão bobo, mas era tão maravilhoso pensar que aquelas pegadas ao lado das minhas eram as de Bill. Parecia que eu jamais iria cair na real e se dar conta que finalmente eu estava junto dele, para sempre. Bom, assim eu esperava, para sempre.
O sol ardia em minha pele me fazendo lembrar-me de meu antigo país. Abanei-me para espantar um pouco o calor e Bill olhou para mim com um olhar infantil, ele estava tramando alguma coisa.
- O que foi? – Perguntei, mas ele não respondeu. Ele me pegou em seu colo e correu comigo até o mar.
- Bill! O que você vai fazer? – Gritei e ele sorriu maliciosamente me fazendo rir. Segurei-me em seu pescoço e eu podia escutar sua gargalhada calmante.
Ele caminhou dentro na água até ela finalmente atingir á mim.
A água estava fria, o que era muito bom em meio daquele calor exagerado. Uma onda nos atingiu agora nos molhando por completos, mas eu não hesitei em soltar seu pescoço, e ele ria com isso e logo voltou á praia ainda me segurando.
- Pode me soltar agora? – Bill ainda ria.
Soltei seu pescoço e ele me colocou no chão. Se não fosse o calor que estava naquela ilha, as minhas roupas encharcadas e coladas no corpo iriam me incomodar muito. Mas mesmo se fizesse frio abaixo de zero, eu não iria reclamar, nada era comparado á Bill completamente molhado com suas roupas coladas ao corpo marcando cada curva de seu tronco, e a regata branca praticamente transparente deixando suas tatuagens completamente visíveis e desejáveis.
Bill entrelaçou seus dedos nos meus novamente e voltamos ao bangalô.
Havíamos acabado de entrar nele e escutei meu celular tocar ao longe. Devia estar dentro de minha mala.
Corri em direção dela e a abri procurando por ele até o achar. O número no visor era desconhecido.
Um perfume doce enchia meus pulmões. Era um perfume único, apenas Bill cheirava dessa forma, não havia nada comparado á aquele cheiro, e um som de batidas fortes e suaves de coração soavam em meu ouvido. As batidas que eram a melodia mais linda do mundo e que me faziam tão bem.
Percebi que a tontura havia passado e a dor de cabeça também e abri meus olhos lentamente.
Eu estava aninhada no peito de Bill que estava deitado em uma cama grande e branca em um quarto perfeitamente iluminado pelo sol, e ele passava sua mão em meu rosto com delicadeza, e eu podia sentir que sua mão tremia um pouco.
- Bill eu... – Comecei a falar, mas ele levou um susto, ainda não havia percebido que eu havia acordado.
- Samy, você está bem? Você está sentindo alguma coisa? – A voz de Bill estava urgente e preocupada. As batidas de seu coração não estavam mais suaves, agora estavam exageradamente aceleradas, e isso me preocupou um pouco. Ele pousou minha cabeça no travesseiro e se levantou rapidamente, sentando-se na cama com os olhos preocupados em mim.
- Eu estou bem. Muito bem para falar a verdade. – Fiz a voz mais calma e relaxada que pude e tentei me levantar também, mas eu ainda estava um pouco zonza e preferi permanecer deitada por alguns minutos mais.
- Me perdoe Samy! Perdoe-me! Eu estava errado, eu devia ter te escutado em vez de tirar minhas próprias conclusões. Eu fui um idiota, depois de tudo que você fez por mim, eu ainda fui capaz de duvidar de você. E eu não suporto te ver mal. Eu vou chamar um médico, eu não quero que nada de ruim aconteça á você. – Seus olhos brilhavam em lagrimas e sua mão tremia mais ainda, agora segurando a minha com firmeza.
- Eu entendo o seu lado Bill, não deve pedir perdão, eu sei que é difícil para você. Mas por favor, sem médicos, eu estou bem! – Eu estremeci só de pensar em agulhas e aqueles instrumentos medonhos de médicos que mais parecem aparelhos de tortura.
Ele respirou fundo e colou seus lábios nos meus por um longo tempo. Eu sentia falta disso. Sentei-me na cama e entrelacei meus dedos em seu cabelo enquanto o beijava ternamente e sentia suas mãos que agora estavam quentes, me apertarem contra seu corpo.
Nada poderia nos atrapalhar agora. Estávamos sozinhos em uma ilha, não teria a intervenção de ninguém. Que sonho.
Bill estava tão informal, tão caseiro, com uma regata branca justa no corpo e uma bermuda preta. Seu cabelo estava perfeitamente jogado para trás e percebi uma coisa, ele não estava maquiado, o que mostrava que Natalie estava mentindo quando disse que estava ali á trabalho. Arrependi-me de não ter a afogado no mar quando tive a chance.
Minhas mãos escorregaram de seu cabelo e o olhei fixamente.
- O que Natalie fazia aqui?
- Ela veio encher minha cabeça de idiotices sobre você. Óbvio que não acreditei nela, mas confesso que ela alimentou um pouco a minha desconfiança, mas já não a tenho mais. – Bill sorriu para mim e me perdi em seu sorriso tão radiante.
Não me contive e o agarrei novamente beijando seus lábios mais urgentemente.
Senti as mãos de Bill, apertarem-me novamente. Seus lábios passaram para meu pescoço e logo depois á meu ouvido.
- Samy, você acabou de voltar de um desmaio. – Seus lábios se repuxaram em um sorriso.
Senti no mesmo instante meu estomago roncar de fome. Eu corei com isso. Ter fome em uma hora dessas? Que idiotice Samantha!
- Acho que isso explica meu desmaio. – Brinquei.
Bill repuxou os lábios de lado enquanto fazia uma expressão pensativa.
- Não quero que você desmaie de novo. Vamos comer alguma coisa. – Bill levantou-se da cama e me ajudou a se levantar também.
Bill me levou á um quiosque luxuoso não muito longe do bangalô. Parecia um quiosque particular, não havia ninguém nele, apenas nós dois.
Sentamos em uma mesa e Bill pediu um almoço digno para mais de seis pessoas. Nós dois não iríamos comer tudo aquilo sozinhos, mas Bill adorava exagerar nessas situações.
Comi o suficiente para me sentir cheia, enquanto Bill contava como havia sido a entrevista á RTL. Ele parecia tranqüilo quanto ao impacto que isso iria causar nas fãs.
Quando terminamos, voltamos pela praia. Tirei meus sapatos e a sensação da areia fina e quente em meus pés era muito agradável, juntamente com a brisa fresca que vinha do mar.
Bill segurava minha mão com os dedos entrelaçados nos meus e cantarolava a minha música.
- Fico maravilhado com isso. – Bill olhou para trás insinuando nossas pegadas juntas na areia.
Aquilo também me maravilhava, parecia algo tão bobo, mas era tão maravilhoso pensar que aquelas pegadas ao lado das minhas eram as de Bill. Parecia que eu jamais iria cair na real e se dar conta que finalmente eu estava junto dele, para sempre. Bom, assim eu esperava, para sempre.
O sol ardia em minha pele me fazendo lembrar-me de meu antigo país. Abanei-me para espantar um pouco o calor e Bill olhou para mim com um olhar infantil, ele estava tramando alguma coisa.
- O que foi? – Perguntei, mas ele não respondeu. Ele me pegou em seu colo e correu comigo até o mar.
- Bill! O que você vai fazer? – Gritei e ele sorriu maliciosamente me fazendo rir. Segurei-me em seu pescoço e eu podia escutar sua gargalhada calmante.
Ele caminhou dentro na água até ela finalmente atingir á mim.
A água estava fria, o que era muito bom em meio daquele calor exagerado. Uma onda nos atingiu agora nos molhando por completos, mas eu não hesitei em soltar seu pescoço, e ele ria com isso e logo voltou á praia ainda me segurando.
- Pode me soltar agora? – Bill ainda ria.
Soltei seu pescoço e ele me colocou no chão. Se não fosse o calor que estava naquela ilha, as minhas roupas encharcadas e coladas no corpo iriam me incomodar muito. Mas mesmo se fizesse frio abaixo de zero, eu não iria reclamar, nada era comparado á Bill completamente molhado com suas roupas coladas ao corpo marcando cada curva de seu tronco, e a regata branca praticamente transparente deixando suas tatuagens completamente visíveis e desejáveis.
Bill entrelaçou seus dedos nos meus novamente e voltamos ao bangalô.
Havíamos acabado de entrar nele e escutei meu celular tocar ao longe. Devia estar dentro de minha mala.
Corri em direção dela e a abri procurando por ele até o achar. O número no visor era desconhecido.
segunda-feira, 1 de março de 2010
Para sempre você - cap. 60
Dei um passo á frente e parei imaginando o que Bill iria dizer ao ver me. Será que ele iria gostar ou iria me expulsar? Gostar ele não ia, com certeza. Estava mais provável que me expulsaria. Era injusto, Mike tramou toda aquela cena para separar Bill de mim. Mas, com qual propósito? Será que Natalie ainda ansiava pelos bens de Bill e queria mais uma chance de se aproximar sem minha interferência? Eu queria ser advinha e fugir dessa dupla que era o motivo de todas nossas brigas até agora. Eles não se cansam de infernizar a vida dos outros? Nunca se darão por vencidos? Parecia que não. Mas era natural, tudo que é bom tem suas barreiras, e Bill por ser a melhor coisa que já me aconteceu, teria barreiras grandes ligadas á ele, pelo qual eu teria que passar e destruir-las, custando o que custasse. Eu lutaria até o fim para permanecer ao seu lado.
Respirei fundo e dei a volta no bangalô indo até a porta da frente. A sacada era linda, aconchegante, arejada e tinha uma escada de madeira com detalhes em bambu. Uma janela aberta branca dava a visão para dentro da casa, mas uma cortina branca quase transparente a tampava. Havia uma cadeira de madeira na sacada e uma revista sobre ela. A mesma revista que Georg havia mostrado para nós, com as noticias da noite que estávamos no parque.
Segurei minha mala com mais firmeza e subi as escadas. Os degraus rangiam por mais cuidado que eu tivesse para não fazer barulho.
Fiquei frente á porta e respirei fundo controlando a ansiedade antes de bater nela.
Aproximei minha mão da porta, pronta para bater-la, mas ela se abriu antes mesmo disso.
- Eu não acredito. – As palavras saíram de minha boca antes mesmo de eu pensar-las.
Natalie estava á minha frente, olhando para mim com os olhos assustados enquanto segurava a porta aberta.
- O que você está fazendo aqui? – Gritei e ela pareceu encolher com isso. Ultimamente Natalie parecia ter medo de mim.
- Trabalhando! Agora saia da minha frente! – Natalie fechou a porta e me empurrou com o ombro para descer as escadas, mas eu a impedi.
- Trabalhando? Não seja sonsa! Quem é Mike? Fale-me agora! – Segurei-a pelo braço e ela me fuzilou com os olhos.
- Ele que é seu namoradinho e eu que tenho que saber dele?! – Natalie disse sarcasticamente enquanto destacava a palavra “namoradinho”, o que me deu vontade de esmurrar-la até a morte.
- Olha aqui sua maluca... – Enrosquei meus dedos em seu capelo e puxei com toda a força que tinha até ela gritar e eu sentir que estava á ponto de arrancar seus cabelos pela raiz. - Você pensa que tudo irá ficar assim? Está enganada. Quem planta o mal, o mal colhe. – Senti meus dedos falharem e a soltei. Ela me olhou por alguns segundos e desceu pelas escadas, batendo os pés com fúria nos degraus e fazendo ruídos altos.
O que ela realmente estava fazendo lá, eu não sabia. Mas eu precisava me reconciliar com Bill, não adiantaria afogar Natalie no mar agora sendo que Bill ainda estava de certa forma, chateado comigo por algo que eu não fiz e jamais faria.
Respirei fundo novamente, agora não para controlar a ansiedade, e sim controlar a raiva por ter encontrado Natalie por lá, e bati na porta.
O silencio foi profundo de dentro da casa, mas ao poucos pude ouvir algo logo atrás da porta e ela se abriu.
- Natalie, eu... – Bill parou logo de falar assim que notou que não era quem ele estava pensando, e me olhou com a mesma expressão indecifrável da ultima vez.
- Bill, por favor, me escute... apenas me escute, e se quiser depois, pode bater a porta na minha cara e dizer que nunca mais quer me ver na vida. – Eu estava implorando á ele.
Bill refletiu por alguns segundos, voltando seu olhar para o chão, para a praia na lateral do bangalô e depois para mim. Eu ainda não conseguia ler sua expressão. Talvez eu até conseguisse, mas não queria acreditar no que dizia.
Bill me deu passagem para entrar, mas não disse absolutamente nada. Talvez estivesse honrando meu pedido, de apenas me escutar, ou talvez... não, eu não iria pensar em outro por que.
Ele fechou a porta e fez um gesto educado para mim se sentar no sofá da sala.
Tudo era muito luxuoso. Sofás de couro branco, paredes de madeira clara, chão de madeira escura, móveis em estilos antiquados, porém, em um tom claro amarelado moderno. Tudo parecia ser muito caro.
Sentei-me no sofá, mas ele permaneceu em pé esperando que eu começasse á falar, enquanto cruzava os braços e olhava fixamente o chão.
Comecei á contar tudo nos mínimos detalhes sobre o que havia ocorrido e ele me escutou até o final sem dizer nada, apenas ouve alguns momentos que ele abrira a boca hesitando em falar, mas não disse nada. Aquilo estava começando á me desesperar e uma tontura sem origem tomar conta de mim, mas eu a contive.
- Acredite em mim Bill. Eu jamais iria te trocar por outro, jamais. Eu te amo. – Complementei esperando ouvir algo dele.
- Eu não sei Samantha. Tudo é confuso. Eu não sei em o que acreditar. Quando você tem dinheiro e é famoso, duvidar de todos que se aproximam de você é pouco. – Bill finalmente falou com a voz rouca.
- Quer dizer que você acha que estou interessada em seu dinheiro?
Bill não respondeu e franziu os lábios repreendendo algo que ia dizer.
- Como pode pensar isso? Bill, eu desisti de minha vida para ter uma nova com você, eu atravessei o mundo para vir atrás de você, eu passei por situações difíceis só para te encontrar, e aqui estou eu novamente vindo ao seu encontro em uma ilha que eu nem fazia idéia que existia até você pronunciar-la. Se isso é pouco, me desculpe, mas sinto que estou dando o máximo de mim, e só eu sei o quanto te amo Bill, o quanto te quero bem. Droga, eu te amaria até mesmo se não fosse famoso, até mesmo se fosse pobre, eu te amaria de qualquer forma, entenda isso. Eu não amo seus bens, e sim quem você é. – Levantei-me para poder olhar em seus olhos, e ele me fitava agora com um olhar de crença.
Senti a tontura voltar á me dominar, mas dessa vez eu não consegui a conter e senti tudo girar em volta, fazendo meu corpo falhar no equilíbrio e eu cair sobre o sofá se rendendo á dor de cabeça que voltava á latejar.
- Samy! – A voz de Bill era de desespero. Senti suas mãos frias me tocarem, mas tudo escureceu novamente. Qual era o meu problema?
Respirei fundo e dei a volta no bangalô indo até a porta da frente. A sacada era linda, aconchegante, arejada e tinha uma escada de madeira com detalhes em bambu. Uma janela aberta branca dava a visão para dentro da casa, mas uma cortina branca quase transparente a tampava. Havia uma cadeira de madeira na sacada e uma revista sobre ela. A mesma revista que Georg havia mostrado para nós, com as noticias da noite que estávamos no parque.
Segurei minha mala com mais firmeza e subi as escadas. Os degraus rangiam por mais cuidado que eu tivesse para não fazer barulho.
Fiquei frente á porta e respirei fundo controlando a ansiedade antes de bater nela.
Aproximei minha mão da porta, pronta para bater-la, mas ela se abriu antes mesmo disso.
- Eu não acredito. – As palavras saíram de minha boca antes mesmo de eu pensar-las.
Natalie estava á minha frente, olhando para mim com os olhos assustados enquanto segurava a porta aberta.
- O que você está fazendo aqui? – Gritei e ela pareceu encolher com isso. Ultimamente Natalie parecia ter medo de mim.
- Trabalhando! Agora saia da minha frente! – Natalie fechou a porta e me empurrou com o ombro para descer as escadas, mas eu a impedi.
- Trabalhando? Não seja sonsa! Quem é Mike? Fale-me agora! – Segurei-a pelo braço e ela me fuzilou com os olhos.
- Ele que é seu namoradinho e eu que tenho que saber dele?! – Natalie disse sarcasticamente enquanto destacava a palavra “namoradinho”, o que me deu vontade de esmurrar-la até a morte.
- Olha aqui sua maluca... – Enrosquei meus dedos em seu capelo e puxei com toda a força que tinha até ela gritar e eu sentir que estava á ponto de arrancar seus cabelos pela raiz. - Você pensa que tudo irá ficar assim? Está enganada. Quem planta o mal, o mal colhe. – Senti meus dedos falharem e a soltei. Ela me olhou por alguns segundos e desceu pelas escadas, batendo os pés com fúria nos degraus e fazendo ruídos altos.
O que ela realmente estava fazendo lá, eu não sabia. Mas eu precisava me reconciliar com Bill, não adiantaria afogar Natalie no mar agora sendo que Bill ainda estava de certa forma, chateado comigo por algo que eu não fiz e jamais faria.
Respirei fundo novamente, agora não para controlar a ansiedade, e sim controlar a raiva por ter encontrado Natalie por lá, e bati na porta.
O silencio foi profundo de dentro da casa, mas ao poucos pude ouvir algo logo atrás da porta e ela se abriu.
- Natalie, eu... – Bill parou logo de falar assim que notou que não era quem ele estava pensando, e me olhou com a mesma expressão indecifrável da ultima vez.
- Bill, por favor, me escute... apenas me escute, e se quiser depois, pode bater a porta na minha cara e dizer que nunca mais quer me ver na vida. – Eu estava implorando á ele.
Bill refletiu por alguns segundos, voltando seu olhar para o chão, para a praia na lateral do bangalô e depois para mim. Eu ainda não conseguia ler sua expressão. Talvez eu até conseguisse, mas não queria acreditar no que dizia.
Bill me deu passagem para entrar, mas não disse absolutamente nada. Talvez estivesse honrando meu pedido, de apenas me escutar, ou talvez... não, eu não iria pensar em outro por que.
Ele fechou a porta e fez um gesto educado para mim se sentar no sofá da sala.
Tudo era muito luxuoso. Sofás de couro branco, paredes de madeira clara, chão de madeira escura, móveis em estilos antiquados, porém, em um tom claro amarelado moderno. Tudo parecia ser muito caro.
Sentei-me no sofá, mas ele permaneceu em pé esperando que eu começasse á falar, enquanto cruzava os braços e olhava fixamente o chão.
Comecei á contar tudo nos mínimos detalhes sobre o que havia ocorrido e ele me escutou até o final sem dizer nada, apenas ouve alguns momentos que ele abrira a boca hesitando em falar, mas não disse nada. Aquilo estava começando á me desesperar e uma tontura sem origem tomar conta de mim, mas eu a contive.
- Acredite em mim Bill. Eu jamais iria te trocar por outro, jamais. Eu te amo. – Complementei esperando ouvir algo dele.
- Eu não sei Samantha. Tudo é confuso. Eu não sei em o que acreditar. Quando você tem dinheiro e é famoso, duvidar de todos que se aproximam de você é pouco. – Bill finalmente falou com a voz rouca.
- Quer dizer que você acha que estou interessada em seu dinheiro?
Bill não respondeu e franziu os lábios repreendendo algo que ia dizer.
- Como pode pensar isso? Bill, eu desisti de minha vida para ter uma nova com você, eu atravessei o mundo para vir atrás de você, eu passei por situações difíceis só para te encontrar, e aqui estou eu novamente vindo ao seu encontro em uma ilha que eu nem fazia idéia que existia até você pronunciar-la. Se isso é pouco, me desculpe, mas sinto que estou dando o máximo de mim, e só eu sei o quanto te amo Bill, o quanto te quero bem. Droga, eu te amaria até mesmo se não fosse famoso, até mesmo se fosse pobre, eu te amaria de qualquer forma, entenda isso. Eu não amo seus bens, e sim quem você é. – Levantei-me para poder olhar em seus olhos, e ele me fitava agora com um olhar de crença.
Senti a tontura voltar á me dominar, mas dessa vez eu não consegui a conter e senti tudo girar em volta, fazendo meu corpo falhar no equilíbrio e eu cair sobre o sofá se rendendo á dor de cabeça que voltava á latejar.
- Samy! – A voz de Bill era de desespero. Senti suas mãos frias me tocarem, mas tudo escureceu novamente. Qual era o meu problema?
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