- O que... o que você disse? – Milha voz falhou. Eu sentia minhas mãos formigarem. Desmaiar agora iria estragar tudo.
- Me dê a certeza que por todos os dias da minha vida eu irei acordar e lhe ter ao meu lado como o mais doce sol caloroso que ilumina meus dias. Dê-me a certeza que poderei ver seu sorriso sempre quando eu sentir minhas forças acabarem. Dê-me a certeza de que poderei ser feliz pelo resto da minha vida por ter-la ao meu lado... Samy, eu posso estar lhe pedindo demais, mas... quer se casar comigo? – Bill recitou cada palavra como se fosse um poema repentino e me olhou nos olhos com a mais pura profundidade que eu já havia visto em seu olhar. Realmente posso dizer que esqueci como se respirava naquele momento.
Eu absorvia cada palavra que ele havia dito, repassando cada frase cuidadosamente em minha mente, e quando chegava a sua pergunta final, ecoava alto e claro como se ele tivesse repetindo para mim várias vezes.
Casar-se com Bill Kaulitz. Agora sim eu tinha a certeza que estava sonhando.
Bill olhava para mim impaciente tentando ler minha expressão.
Puxei o ar bruscamente para dentro de meus pulmões que gritavam por ar.
- Samy? – Bill me chamou preocupado com minha demora.
Eu não conseguia dizer nem uma palavra que fosse. Apenas me rendi ás lagrimas que eu não havia percebido se formarem em meus olhos e o abracei fortemente.
- É tudo o que eu mais quero! – Eu soluçava as palavras com dificuldade. Eu não conseguia acreditar.
E ficamos ali naquele momento, apenas nós dois. Agora sim eu sentia meu medo que eu escondia até mesmo de mim desaparecer sem deixar vestígios. O medo de perder-lo um dia agora não existia mais. Eu me sentia segura que aquele que era minha vida me manteria viva por um longo tempo, um tempo totalmente indeterminado. E que eu estaria mais do que completa agora juntamente com nosso filho. O nosso filho. Como essa palavra possessiva soava tão bem.
- Samy, já que estamos aqui, eu queria te levar para conhecer o bairro. Sei que parece um fim de mundo, mas existem lugares magníficos por aqui. Lugares que eu e Tom costumávamos freqüentar com nossa mãe todos finais de semana. – Bill levantou-se e me deu a mão para que eu me levantasse também.
Eu podia ver em sua expressão o desespero dele de querer fazer tudo, mas não ter tempo suficiente para isso. Lógico que ele queria me apresentar mais pessoas queridas, lugares de sua infância e talvez passar a noite comigo naquele jardim magnífico. Mas realmente o tempo era pouco, tínhamos que voltar no dia seguinte logo de manhã. Eles tinham um evento para participar e precisavam ensaiar o quanto antes.
Segurei sua mão e caminhamos para fora da enorme casa, ou seria melhor nomear-la de palácio?
Bill recusou-se á ir de carro. Ele queria que fossemos andando. Ok, aquele lugar parecia ser deserto, o que me fez concordar com sua idéia maluca. Mas se fosse ao contrário, jamais aceitaria isso, ainda mais sem seguranças.
Caminhamos pela estrada, e eu apenas podia ver árvores e mais arvores. Agora sim eu me sentia completamente dentro de meu sonho estranho novamente.
Estávamos agora nos aproximando de um vilarejo com pouca movimentação, ninguém parecia se importar com nossa presença.
- Eu e Tom estudávamos em uma escola não muito longe daqui. – Bill apontou para o longe.
Uma brisa fresca soprava e eu me encolhi no peito de Bill, que me abraçava.
- Bill? É você mesmo? – Uma voz feminina soou atrás de nós.
Bill virou-se para ver quem era a dona da voz.
Uma garota não muito alta, com os cabelos curtos e vermelhos como fogo, com os olhos castanhos que tinham o mesmo brilho avermelhado de seus cabelos por causa dos reflexos do sol, sorria para Bill com um sorriso largo que corava suas bochechas.
- Ina? – Bill arregalou os olhos.
- Você lembra-se de mim! – A garota deu pulinhos e abraçou Bill.
Confesso que me senti excluída naquele momento.
- Como eu poderia me esquecer?! Quanto tempo! – Bill falava enquanto a abraçava.
- Nunca pensei que te veria novamente por aqui! Realmente faz muito tempo. – A garota falava suavemente. Quem era ela? Eu estava ardendo de vontade de perguntar, mas eu não queria parecer uma chata.
- Pois bem, a vida dá voltas e aqui estou eu novamente. – Bill sorriu para ela.
- E quem é sua amiga? – A garota perguntou para Bill colocando os olhos em mim. Finalmente ela percebeu minha presença.
- Amiga não! Namorada... ou melhor, minha noiva, não é mesmo?! – Bill sorriu para mim e me deu um beijo na testa. – Essa é Samantha. – Bill continuou.
- Oh, sim. Prazer Samantha! Chamo-me Ina... sou a ex-namorada do Bill. – Ina sorriu para mim.
Ex-namorada do Bill? Ok, confesso que isso me fez sentir uma certa raiva dentro de mim, mas era possível de controlar-la. Por enquanto.
Bill fez uma expressão séria e me olhou sem graça. Certamente ele sabia que isso iria me incomodar.
Caminhamos pelo vilarejo até a antiga escola de Bill e Tom. Quando digo “caminhamos”, digo que não era apenas eu e Bill, mas sim Ina também.
Bill e ela não paravam de conversar assuntos que eu desconhecia. Senti-me totalmente excluída, e Bill parecia não perceber isso, ele continuava dando toda a atenção para ela e os dois riam á todo instante.
Mal chegamos à escola e já voltamos. Ina continuou andando juntamente com nós dois. Ou seria mais certo dizer que eu que continuei andando juntamente com eles?
Ela nos acompanhou até o palácio dos Kaulitz e Bill permaneceu um bom tempo conversando com ela no portão.
Tentei me acalmar e levar em consideração que eles não se viam á muito tempo e tinham muitas novidades para contar um ao outro.
Ex-namorados podem ser amigos, não podem?! Não.
A quem eu estava enganando? Até numero de celular eles trocaram. Agora sim estava passando dos limites.
Mas eu não iria ter um ataque de ciúmes agora, eu não queria que Bill se visse limitado á ter “amigas” por causa de meu ciúmes bobo.
Finalmente Ina se despediu de Bill e foi embora.
Bill olhou para mim sorridente e ficou sério no mesmo instante quando se deparou com meu olhar enfurecido.
Por mais que eu estivesse ao máximo tentando me acalmar, era difícil de esconder que eu estava realmente irritada com o reencontro deles.
Entramos calados para dentro da casa e pelo olhar de Bill agora percorria arrependimento e culpa.
Pelo menos me poupou de uma briga, bastou apenas um olhar para ele entender tudo o que havia me irritado.
- Samy, me desculpe. A Ina é passado, apenas ficamos muito tempo sem nos ver. Pode compreender isso? – Bill segurou minhas mãos e me olhou nos olhos com sua expressão de culpa.
Apenas assenti, mas Bill não sentiu confiança em minha concordância.
- Por favor Samy! É com você que irei me casar, é com você que irei ter um filho. Não seja boba, eu te amo mais do que tudo nesse mundo. – Bill continuou.
Eu podia sentir a verdade em suas palavras, mas eu ainda me sentia insegura em relação á Ina.
- Bill, uma amiga sua está na porta! Eu a convidei para entrar, mas ela recusou. Melhor você ir falar com ela. – A voz doce de Simone ecôo pelos diversos cômodos da casa.
quinta-feira, 17 de junho de 2010
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